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Portugal paga 655 milhões em comissões à troika

Durante o debate sobre o Orçamento Rectificativo, o ministro das Finanças confirmou que até 2013 o país vai entregar à troika 655 milhões só a título de comissões, um valor comparável ao do corte previsto para 2012 no sector da Educação.
Pedro Filipe Soares acusou o governo de "falta de transparência" por nada revelar sobre as condições e encargos da transferência dos fundos de pensões da banca para a Segurança Social.

"Isto não estava em documento nenhum até agora. Foi escondido aos portugueses", acusou o deputado bloquista Pedro Filipe Soares na intervenção no debate parlamentar que contou com a presença do ministro Vítor Gaspar, que se ausentou do hemiciclo logo após a primeira ronda de perguntas dos deputados.

Pedro Filipe Soares criticou também o governo por pretender substituir dívidas do sector empresarial do Estado e do BPN à banca por empréstimos do Tesouro. "O Governo vai ceder de forma completa ao que são os interesses do sector financeiro" num valor que ultrapassa os oito mil milhões de euros. "Ou seja, passa-se o que era dívida ao sector financeiro para dívida do Tesouro", afirmou o deputado do Bloco numa das intervenções no plenário.

No debate também não ficou mais esclarecido aquilo a que o deputado bloquista chamou "o mistério da transferência dos fundos de pensões da banca" para a Segurança Social, que o governo negociou com os bancos, mas da qual não se conhecem mais detalhes.

"Não nos é dito quais as condições em que os fundos vão ser transpostos para o Estado, qual a taxa de esforço inerente a esta transferência e quais os encargos futuros desta transferência", afirmou Pedro Filipe Soares. "São 2.7 mil milhões de euros, mas o governo nada diz", concluiu o deputado.

O Orçamento Rectificativo é votado esta sexta-feira e o PS já anunciou a abstenção. Segundo a agência Lusa, a posição da direcção da bancada prevaleceu, com o argumento que os deputados do PS "actuam no círculo da responsabilidade e da credibilidade".

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