You are here

Afinal não aconteceu nada...

Contributo de Francisco Roque

A gravidade do momento actual do país e do mundo exige luta, e nada mais importa ou interessa; Desenganem-se descontentes, desiludidos ou críticos... Tenham paciência e aguardem, sossegados, pela convenção lá para o fim do ano que vem, ou então vão-se embora como tantos outros que o já fizeram, aderentes que o deixaram de ser ou apoiantes que se arrependeram...

E não venham novamente com essas histórias do centralismo democrático ou da numenklatura burocrática, ou das tácitas atribuições paritárias de lugares pelos partidos da troika (UDP, PSR PXXI), ou de condicionamentos da democracia em assembleias e convenções, ou das incoerências e incongruências, fugas para a frente e inexplicações... - Não passou já à história o Manuel Alegre e a moção de censura mais a finta ao PCP... e a reunião com o PCP, e...

Porque não fazem como os outros? Comecem a contar espingardas e preparem-se para a luta! Desafiem a corrente maioritária, compitam com as correntes divergentes... Ou acham que não vale a pena? Que a estrutura não se alterará e a práxis política do Bloco manter-se-á idêntica, mesmo que sejam outros a dirigir? Ou talvez também pensem que afinal, do projecto de um partido novo de esquerda socialista, o Bloco revelou-se, sobretudo, numa coligação dos 3 partidos de diferentes correntes comunistas e pouco receptiva a pessoas desalinhadas mas interventivas ...

Afinal não aconteceu nada... e inoportuno é o questionamento da prática política do Bloco e a exigência de respostas às críticas e questões colocadas por tantos nestes últimos meses. A Mesa resolveu, o rumo está traçado e as tarefas definidas; É hora de luta e de trabalho político e nisto parecem estar de acordo as várias correntes que preparam já listas e moções para as próximas eleições distritais e convenção. O acerto do rumo, a validade das propostas, o processo de definição e atribuição de tarefas discutem-se depois; Agora importa é apresentar moções, requerimentos e perguntas, estar na rua, nas comissões de trabalhadores e sindicatos, liderar associações locais, produzir comunicados de imprensa, realizar conferências e debates...

Quando irá o Bloco parar um bocadinho e reflectir-se e perceber porque são tantos os que partiram desiludidos, tristes, zangados... e tentar resgatar a credibilidade política por forma a estancar tamanha sangria de aderentes e apoiantes... Receio que, por tão preenchida agenda política, faltará oportunidade para tal.

Francisco Roque

Santiago do Cacém

(http://belitoral.blogspot.com/2011/07/reflexao-dos-aderentes-de-santiago-do.html- link para um texto-síntese, em cuja redacção participei, das reflexões tidas na concelhia de Santiago do Cacém após as eleições presidenciais e legislativas e apresentado em plenário distrital)

(http://belitoral.blogspot.com/2011/02/espera-ou-um-processo-de-perpelexidade.html - link para um texto de reflexão, por alturas da moção de censura)

Termos relacionados Debates 2011
Comentários (4)