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Colecção de quadros de Miró do BPN valem mais do dobro do que o BIC pagou pelo banco

Segundo o jornal “Correio da Manhã”, a colecção de quadros do pintor Joan Miró detida pelo BPN foi avaliada em mais de 81,2 milhões de euros, enquanto o BIC pagará pelo banco 40 milhões. Entretanto, em resposta a perguntas do Bloco, o ministério das Finanças diz que o BPN está a custar 4.500 milhões de euros ao Estado, mas ainda não respondeu a segundo requerimento feito pelo partido.
BPN está a custar, pelo menos, 4.500 milhões de euros ao Estado - Foto de Paulete Matos

O jornal Correio da Manhã noticiou, neste domingo, que a colecção de 85 quadros do pintor catalão Joan Miró foi avaliada em Junho de 2007 pela leiloeira britânica Christie's num montante superior a 81,2 milhões de euros. O jornal refere que consultou o processo cível instaurado pela nova administração do BPN a vários ex-administradores e que a avaliação da leiloeira britânica consta no processo. A nova administração do banco acusa Oliveira e Costa de com a compra da colecção ter causado um prejuízo de 2,5 milhões de euros, enquanto o ex-administrador justifica-se dizendo que a colecção se tornou propriedade do BPN, depois de não se ter concretizado uma operação de venda desses quadros ao Museu Rainha Sofia de Madrid, cujo financiamento foi dado pelo BPN.

Recorde-se que o BPN foi vendido ao banco BIC por 40 milhões de euros, menos de metade do valor da referida colecção.

Em resposta a perguntas do Bloco de Esquerda, feitas a 2 de Agosto passado, o governo assumiu que o BPN está a custar 4.500 milhões de euros ao Estado, até agora.

Na resposta, a Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, assume que o Governo não sabe quanto o Estado poderá recuperar desse montante. A resposta do gabinete da Secretária de Estado diz: "Quanto ao esclarecimento pretendido sobre a previsão deste Governo relativamente às condições de liquidação dos empréstimos públicos por parte do BPN, ou seja, liquidação dos mesmos sem prejuízo para o Estado, conclui-se que, em bom rigor, se trata de uma pergunta cuja resposta não se afigura possível, dadas as inúmeras variáveis envolvidas".

Segundo a resposta governamental, os 4.500 milhões de euros repartem-se da seguinte forma: 3.100 milhões de créditos concedidos a Parvalorem, Parparticipadas e Parops (veículos criados pelo Estado para absorver os “activos tóxicos”) e 1.400 milhões de euros concedidos ao BPN.

Entretanto, a 15 de Setembro passado o jornal “Diário Económico” noticiou que o Estado tinha assumido 4.900 milhões de euros de dívidas do BPN, mais 400 milhões do que o Governo tinha dito. O Bloco de Esquerda endereçou então uma nova pergunta ao Governo, que ainda não teve resposta governamental: “Como explica o Governo a diferença entre os valores apresentados na resposta à Pergunta nº 272/XII/1ª do Bloco de Esquerda e aqueles agora tornados públicos, relativamente às dividas do BPN ao Estado?”

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