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Bloco desafia Passos a revelar programa de ajustamento orçamental da Madeira
“O país não poderia compreender que, perante a gravidade da crise financeira que estamos a viver e perante a dimensão colossal daquilo a que Alberto João Jardim chama um buraquinho na Madeira e com o qual já comprometeu um dívida de 40 mil euros por cada homem e mulher na Madeira, o primeiro-ministro, conhecendo as contas da dívida e tendo desenhado o programa macroeconómico para lhe responder, não o apresentasse ao país de uma forma clara”, declarou o coordenador da Comissão Política do Bloco. Na semana passada, o Diário de Notícias da Madeira dava a conhecer através de uma fonte anónima ligada ao processo que o plano de austeridade para a Madeira só seria conhecido depois de 9 de Outubro, após as eleições na Madeira.
Louçã lembrou que será o governo PSD/CDS a propor "um programa de ajustamento que passará seguramente por aumentos de impostos e do desemprego e a solução para estas dificuldades tem de ser decidida, em primeiro lugar, pelos madeirenses". Por isso, defendeu o dirigente bloquista, os eleitores terão de saber antes das eleições se "o IVA vai aumentar ou não, o que é que vai acontecer nos salários, no emprego, como vão funcionar os hospitais, qual o regime das taxas moderadoras".
O momento político no arquipélago madeirense também esteve em debate na Mesa Nacional, que definiu como prioridade imediata "a participação na campanha eleitoral da Madeira, com o objectivo de retirar a maioria absoluta a Alberto João Jardim. "A evidência do colapso financeiro de um esquema de investimento a défice descontrolado, com desperdício e favorecimento de dimensões inquietantes, leva agora à instituição de uma investigação sobre as contas regionais e a um futuro e desconhecido plano de resgate. Jardim e a sua equipa são os responsáveis por este caos financeiro que estrangula a Madeira", diz a resolução que foi aprovada na reunião.
O Bloco exige uma auditoria completa às contas e a adopção de um regime de incompatibilidade entre os cargos públicos e os interesses privados, "como nunca existiu na Madeira e que, portanto, combata a corrupção que vinga sempre em contextos de obscuridade, de favorecimento e de ocultação das contas".
A reunião da direcção bloquista apelou ainda à participação nas manifestações sindicais de 1 de Outubro em Lisboa e Porto e na jornada internacional de 15 de Outubro. "A única resposta viável às políticas da troika é a mobilização da maioria social, através de fortes movimentos maioritários, de respostas consistentes e de alternativas rigorosas".
Para os próximos meses, o Bloco anunciou "um plano de trabalho exigente", que inclui a realização das jornadas parlamentares, a convocação de um Seminário Internacional sobre a Dívida, de Encontros Nacionais do Trabalho e das Autarquias, de um Encontro sobre Políticas de Género, entre outras iniciativas. O objectivo é a "construção de respostas sociais maioritárias contra a extorsão financeira, o aumento do custo de vida, pela defesa do salário e das pensões, pelo combate à precariedade.
A reunião discutiu ainda o balanço dos três meses do governo, a crise do euro e o colapso do Tratado de Lisboa. O Bloco diz que a aplicação do programa da troika "atira o país para uma depressão prolongada, sem paralelo nos últimos 150 anos, exceptuando os momentos únicos da Segunda Guerra Mundial e o da bancarrota do Estado português no final do século XIX". E voltou a defender alternativas que passam pela renegociação da dívida com uma auditoria que a suporte, pela criação dum fundo nacional de resgate, financiado pela taxação das grandes fortunas, das transferências especulativas de capitais e do património mobiliário, e ainda pelo reforço de capitais da banca pública para estimular o investimento e responder às restrições no crédito. O Bloco defendeu ainda a recusa das privatizações e "a mobilização para a defesa dos quatro pilares fundamentais dos serviços públicos que estão a ser destroçados: o SNS, a escola pública, a segurança social e os transportes públicos".
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Falou-se muito de José
Falou-se muito de José Sócrates e não sou eu quem o irá defender, nem a José Sócrates nem ao Partido Socialista. Mas, por uma questão de justiça: não sei se já repararam que existe um pequeno grupo do PSD que, só ele, já deu prejuízos ao Estado de perto de 11 mil milhões de Euros (4.9 mil milhões no BPN e agora mais 5,8 mil milhões na Região Autónoma da Madeira). E que enquanto José Sócrates e o Partido Socialista são imediatamente punidos, primeiro pela opinião pública e depois pelo eleitorado, o PSD não. Pelo contrário, o PSD ganha eleições, governa o país e ainda se candidata novamente ao governo da Madeira, como se nunca tivesse acontecido nada. Fica-se com a ideia de actos que, sendo praticados pelo Partido Socialista se chamariam imediatamente “delitos”, a exigirem responsabilidades pessoais e políticas, no PSD são apenas uns pecadilhos, umas nódoazitas morais, mas que não afectam nem a honra dos cavalheiros, nem a imagem do partido. Curiosa democracia esta.
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