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Trabalho por turnos: Vidas em contraluz
Neste dossier, o deputado do Bloco, José Soeiro escreve sobre os direitos dos trabalhadores, a psicóloga e docente da Universidade do Minho, Isabel Soares da Silva analisa o impacto na vida familiar e na saúde do trabalho por turnos, enquanto José Casimiro, da Coordenadora Nacional do Trabalho do Bloco de Esquerda escreve sobre a disputa por novos mercados que é geradora de uma brutal competição. Vítor Franco sublinha a importância de legislação que proteja os direitos dos trabalhadores e Raul Matos critica o aumento da idade da reforma e fala dos graves problemas de saúde que o afetam. Filipe.M.Santos refere os malefícios do trabalho nas minas e Roberto Tavares denuncia o cansaço permanente que acompanha os trabalhadores da distribuição dos CTT. Publicamos ainda depoimentos de trabalhadores de vários setores que nos falam dos problemas causados pelos horários a que estão sujeitos nas empresas onde desempenham as suas funções.
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Projeto de lei do Bloco | 173.63 KB |
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Gostaria de receber
Gostaria de receber atualizações dessas matérias eu trabalho por turnos mais vezes de noite
Obrigada
Façam um estudo da
Façam um estudo da percentagem de trabalhadores por turnos (não os privilegiados que se reformam na casa dos 50) chegam vivos e com saúde à reforma. Vejam quanto não poupa o estado em reformas com estes moribundos.
Que se candidata a trabalho
Que se candidata a trabalho por turnos só pode ser admitido depois de rigorosso e adequados exames medicos.
Todos que trabalham por turnos devem ser submetidos a periódicos exames médicos rigorosos e adequados e com a periocidade em função do trabalho que executam.
Os trabalhos por turnos devem ser classificados em função do esforço, do desgaste físico e psicológico, da perigosidade, da responsabilidade, etc. Esta classificação servirá para definir a idade e tempo de trabalho para a reforma, para os subsídios de turno, para os coeficientes de prolongamento do período normal de férias, etc.
Meritória iniciativa do BE,
Meritória iniciativa do BE, que se lembrou de pessoas como eu: depois de quase quatro décadas a trabalhar, sempre por turnos, estou esgotado e anseio por uma reforma sem penalizações. Qual o andamento da proposta no parlamento? Como posso acompanhar a evolução do processo?
Gostaria quem me explicassem
Gostaria quem me explicassem o que significa precariedade?! Trabalhar numa autarquia 35h semanais a fazer "likes" no facebook?! Sim, porque por lá passei meio ano e bem sei o que vi, não me importava de regressar a esse posto de trabalho, é o dia todo a "fazer-se de conta que se faz alguma coisa"...
Trabalho duro é estar num callcenter 8h por dia a ouvir gente a "espumar-se" de tão nervosos que estão, a tratar mal o precário que nem 3€ líquidos ganha à hora, que tem um canudo mas não tem oportunidade de arranjar melhor porque num país de cunhas só mesmo os "cunhados" sobrevivem, num país em que ser agende de polícia já é um privilégio, sempre se aufere uns 1000€ e não é preciso ter grandes estudos, um país onde quem passa dos 30 anos tanto é velho para concorrer à função pública como ao sector privado, há dois anos mergulhado num abismo de callcenter sem perspectivas nenhumas de vida, se tivesse uns trocados ainda tentava a minha sorte lá fora, porque chego ao fim do mês e dos 530€ que recebo não me sobram nem 2€...
Vou informar resumidamente o meu dia à dia de trabalho: trabalho na MEO, callcenter precário, subcontratado por outra empresa, estou 8h sem descansar os olhos e os ouvidos, é um dia à dia estonteante, apetece-me fugir, mas nem tempo tenho para pensar, são chamadas que entrou pela linha dentro sem segundos de descanso de umas para as outras, pressão constante de supervisores com muitos menos estudos de que eu, de vez em quando sentam-se ao meu lado para tentar vender algo a alguém que apenas ligou porque tem o serviço avariado ou porque já reportou a avaria mas ninguém aparece para resolvê-la... 2 anos de contrato sem uma única folga num sábado ou num domingo, longe da família e sem hipótese de vê-la. Ganho para pagar o quarto alugado e comer o que há de barato, maldito país, maldita política. Apetece-me gritar, mas ninguém me ouve...
É triste, ainda há escravidão
É triste, ainda há escravidão neste país, mas ninguém resolve o problema; os governos têm medo dos patrões, porque os governos entendem que eles são os únicos que garantem a economia de boa saúde. Pois, mas quem realmente trabalha e garante a economia de boa saúde são os trabalhadores; mas ninguém garante nem quer saber da saúde e da economia pessoal dos escravos que sustentam os enormes salários dos gerentes das empresas e dos políticos que apenas olham pelos interesses dos empresários e todos os parasitas que os rodeiam. Há muitos trabalhadores que já não têm direitos, só têm deveres, para aumentarem o salário mínimo, foi o cabo dos trabalhos, os parceiros sociais perderam muito tempo para chegarem a um meio acordo, muita dificuldade para darem um aumento de meia dúzia de euros, enquanto os gestores de empresas tinham aumentos brutais e absurdos. Pior ainda é haver trabalhadores que nem chegam a ganhar o salário mínimo. Em Portugal ainda não há uma concertação social séria, há uma desconcertação social lamentável, quando muito podemos dizer que há uma associação criminosa social.
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