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Pessoas com deficiência devem ser "ouvidas e respeitadas na sua escolha", defende Bloco
O deputado bloquista Jorge Falcato anunciou em conferência de imprensa na sede nacional do Bloco, em Lisboa, várias propostas que irá apresentar ao Governo no âmbito da discussão pública da medida que estabelece um novo modelo de apoio à deficiência em Portugal, designada "Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI)".
O modelo vai permitir que “exista uma pessoa que substitui os braços, as pernas, a visão, audição da pessoa que tem essas incapacidades”, disse Jorge Falcato, sublinhando que as políticas seguidas até agora favorecem a “institucionalização das pessoas com deficiência”.
No novo modelo, em discussão pública até ao próximo dia 24, é disponibilizado um assistente pessoal à pessoa com deficiência para a ajudar nas tarefas do dia-a-dia, sendo contratados pelos Centros de Apoio à Vida Independente, através de uma bolsa pré-selecionada.
O Bloco vai propor baixar de 18 para 16 a idade mínima a partir da qual é possível contratar um assistente pessoal, a liberdade de escolha desse assistente, e que o apoio prestado possa ser até 24 horas, como acontece já noutros países europeus.
“Um assistente pessoal é uma pessoa que vai entrar na intimidade da pessoa, a que vai dar banho, a pessoa que vai levantar da cama, a pessoa que vai saber toda a minha vida, vai saber com quem é que me dou, com quem é que eu durmo, com quem saio, vai ter uma intimidade tal que eu quero ter a capacidade de escolher”, frisou Jorge Falcato.
Catarina Martins considerou ser fundamental que os projetos-piloto sejam “tão diversos quanto possível para recolher informação” visando que dentro de dois anos possa ser aprovada legislação específica.
“Estamos muito interessados em que as pessoas com deficiência sejam ouvidas e respeitadas na sua escolha”, defendeu, advertindo que não se devem confundir cuidados médicos com a assistência que os deficientes devem ter para organizar a sua vida.
Catarina Martins frisou que “um país que é capaz de dar a uma instituição mil a 1500 euros para que dê apoio a uma pessoa com deficiência institucionalizando-a, tem de ser capaz de ter essa verba para quando a pessoa decide viver de forma autónoma”.
Comments
Muito bem, mas antes disso
Muito bem, mas antes disso devíamos falar do complexo médico farmacêutico e da sua lista de doenças crónicas. Muitas pessoas estão deficientes por conta de alguma doença que o complexo diz que são crónicas, isto é, não sabe (ou não quer) curar, mas que têm cura boa e barata. E se as pessoas se podem curar e deixarem de ser deficientes... é melhor do que continuar deficientes com todos os apoios que lhes possam dar (que dificilmente alguma vez serão suficientes).
Manifestamente, a proposta do
Manifestamente, a proposta do Governo para o MAVI tinha algumas insuficiências que precisam ser supridas. No inquérito sobre o assunto, apontei algumas destas mesmas falhas que o Bloco se propõe a corrigir. Fico contente com a preocupação do partido no que respeita aos direitos das pessoas com deficiência. Confio no vosso trabalho, camaradas.
Sobre o "direito de escolha".
Sobre o "direito de escolha"... Continua a não existir no SNS! Só para quem é rico ou tem informação. E há casos graves, não são poucos e não afectam poucas pessoas, que não sou outra coisa senão NEGAÇÃO DE TRATAMENTO.
Em que ficou a interpelação ao governo do deputado Moisés Ferreira sobre as medicinas ou terapias alternativas ou complementares? Não se resume tudo a elas, mas sem dúvida que era interessante desbloquear este processo.
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