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Pessoas com deficiência devem ser "ouvidas e respeitadas na sua escolha", defende Bloco

Bloco de Esquerda anunciou esta terça-feira que irá propor que as pessoas com deficiência a partir dos 16 anos possam beneficiar de assistência pessoal e defendeu a liberdade de escolha do profissional a prestar esse apoio.
Jorge Falcato e Catarina Martins na conferência de imprensa, esta terça-feira, na sede nacional do Bloco, em Lisboa.

O deputado bloquista Jorge Falcato anunciou em conferência de imprensa na sede nacional do Bloco, em Lisboa, várias propostas que irá apresentar ao Governo no âmbito da discussão pública da medida que estabelece um novo modelo de apoio à deficiência em Portugal, designada "Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI)".

O modelo vai permitir que “exista uma pessoa que substitui os braços, as pernas, a visão, audição da pessoa que tem essas incapacidades”, disse Jorge Falcato, sublinhando que as políticas seguidas até agora favorecem a “institucionalização das pessoas com deficiência”.

No novo modelo, em discussão pública até ao próximo dia 24, é disponibilizado um assistente pessoal à pessoa com deficiência para a ajudar nas tarefas do dia-a-dia, sendo contratados pelos Centros de Apoio à Vida Independente, através de uma bolsa pré-selecionada.

O Bloco vai propor baixar de 18 para 16 a idade mínima a partir da qual é possível contratar um assistente pessoal, a liberdade de escolha desse assistente, e que o apoio prestado possa ser até 24 horas, como acontece já noutros países europeus.

“Um assistente pessoal é uma pessoa que vai entrar na intimidade da pessoa, a que vai dar banho, a pessoa que vai levantar da cama, a pessoa que vai saber toda a minha vida, vai saber com quem é que me dou, com quem é que eu durmo, com quem saio, vai ter uma intimidade tal que eu quero ter a capacidade de escolher”, frisou Jorge Falcato.

Catarina Martins considerou ser fundamental que os projetos-piloto sejam “tão diversos quanto possível para recolher informação” visando que dentro de dois anos possa ser aprovada legislação específica.

“Estamos muito interessados em que as pessoas com deficiência sejam ouvidas e respeitadas na sua escolha”, defendeu, advertindo que não se devem confundir cuidados médicos com a assistência que os deficientes devem ter para organizar a sua vida.

Catarina Martins frisou que “um país que é capaz de dar a uma instituição mil a 1500 euros para que dê apoio a uma pessoa com deficiência institucionalizando-a, tem de ser capaz de ter essa verba para quando a pessoa decide viver de forma autónoma”.

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