You are here

Começa a chantagem: Bruxelas não quer nacionalização do Novo Banco

Comissão Europeia espera liquidação do Novo Banco caso venda não se concretize. Mariana Mortágua diz ser impensável pagar para vender o terceiro maior banco do país a um fundo abutre e garante que “controlo público permanente do banco” é a melhor solução.
Foto de Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.

Fonte da Comissão Europeia, ouvida pela Antena 1, “espera a venda do Novo Banco até agosto”. No caso de a venda não se concretizar, Bruxelas entende que o “Novo Banco deve entrar em processo de liquidação”.

Questionado pela emissora pública sobre se em teoria seria “possível nacionalizar um banco de transição” - como é o caso do Novo Banco - o gabinete de imprensa da Direção Geral Europeia da Concorrência responde que “depende dos casos”, deixando o aviso que “há um contexto específico para o Novo Banco” e que a aprovação terá que passar sempre pela DG COMP.

Não tendo surgido nenhum grupo bancário interessado na compra do Novo Banco, o processo de venda liderado por Sérgio Monteiro e pelo Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ficou reduzido às ofertas de dois fundos de investimento: a Apollo e a Lone Star, sendo vinculativo apenas o último. Nenhum dos dois garante que não haverá custos para o contribuinte ou impactos no défice orçamental (a Lone Star exige garantias do Estado no mínimo de 2,5 mil milhões de euros). Acresce que os fundos de investimento não garantem que a atividade do Novo Banco se mantenha direcionado para a economia. 

Segundo a última edição do semanário Expresso, “no final da semana passada, nas vésperas da passagem de ano, no seio do executivo já se estava a preparar o discurso público a apresentar para o falhanço da venda do Novo Banco.”

Em entrevista ao Diário de Notícias, o ministro das Finanças Mário Centeno não excluiu a hipótese de manter o Novo Banco na esfera pública: “Nada está fora de questão quando se trata de garantir a estabilidade do sistema bancário”, disse o ministro afastando a possibilidade de entregar uma garantia de Estado aos abutres da Lone Star. 

Num artigo publicado esta terça-feira no Jornal de Notícias, Mariana Mortágua diz ser impensável “pagar para vender o terceiro maior banco do país” a um “fundo abutre”.

A deputada bloquista defende que a nacionalização do banco é a melhor solução. “Não uma nacionalização temporária, para salvar conjunturalmente alguns interesses até que o mercado melhore, mas o controlo público permanente do banco, para que este possa ser gerido de acordo com os interesses de longo prazo do país”.

Termos relacionados Política
Comentários (1)