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Cientista "céptico" era financiado pelos maiores poluidores

Willie Soon é um dos cientistas mais conceituados a negar que as emissões de CO2 estejam na origem das alterações climáticas. Agora foi apanhado pela investigação da Greenpeace norte-americana e ficou a saber-se que recebeu mais de um milhão de dólares das indústrias poluentes para contrariar o ponto de vista aceite pela comunidade científica.
Foi Willie Soon que escreveu em parceria o célebre artigo que em 2007 defendia que o urso polar não estava mais ameaçado de extinção

"A investigação mostra que o Dr. Soon recebeu financiamento substancial das indústrias de combustíveis fósseis durante a maior parte da sua carreira e financiamentos importantes de grandes empresas na última década", diz o relatório da Greenpeace.

"Desde 2002, todas as novas bolsas que recebeu tiveram origem na indústria do carvão e do petróleo", acrescenta o relatório. Entre as companhias que financiaram o cientista ao longo da sua carreira estão o American Petroleum Institute - considerado o coração do lóbi que nega as alterações climáticas - petrolíferas como a Exxon/Mobil e a Texaco, ou a Southern Company, gigante mundial da produção eléctrica a carvão. Mas também a Free to Choose Network, fundada por Milton Friedman e associada às tabaqueiras, que pagou um estudo de Soon e um vídeo "educativo" para mostrar que o sol é mais responsável pelas alterações climáticas do que a acção humana.

A Greenpeace descobriu também que Willie Soon tentou coordenar com outros cientistas um plano para descredibilizar o relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas em 2003. O relatório que viria a mudar a percepção do mundo sobre a catástrofe ecológica iminente só foi publicado em 2007.

A maior parte do dinheiro recebido foi justificado como apoio à investigação sobre o sol e as mudanças climáticas no Ártico, tentando provar que estas se devem à variação solar e não à poluição que resulta da acção humana. Foi Willie Soon que escreveu em parceria o célebre artigo que em 2007 defendia que o urso polar não estava mais ameaçado de extinção, uma vez que a diminuição do gelo no mar do Ártico era muito menor que o que outros estudos demonstravam.

O "estudo" de Soon tinha sido rejeitado por várias revistas científicas e sabe-se agora que teve como principais financiadores a Exxon-Mobil, a Fundação Koch e o American Petroleum Institute.

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