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Marisa Matias: “A democracia está tomada pelo sistema financeiro”

Recusando uma leitura simplista de que venceu o populismo nas eleições norte-americanas, Marisa Matias sublinhou que está em causa “um processo muito mais vasto”, que não se limita aos EUA, e “que já começou há muito tempo, quando se começou a experimentar um ultraliberalismo que deixou cada vez mais excluídos”.
Segundo a eurodeputada, a “crise de 2007 foi a antecâmara para revelar, de forma ainda mais evidente, a crise dos sistemas políticos nos países ditos ocidentais, porque pôs a nu muitas verdades, como a concentração de riqueza e a exclusão de populações inteiras”.
“Hillary Cinton, neste contexto, não era parte da solução, era parte do problema, tal como Donald Trump”, avançou, recusando, no entanto, o discurso de que "são todos iguais".
Por outro lado, “a derrota de Clinton mostra também que não é com o politicamente correto, não é com a obediência aos interesses permanentes, ou com tentar encontrar candidatos que encaixam no sistema que está em crise recorrente, e que ninguém refletir muito sobre isso, que se consegue alguma coisa”, defendeu Marisa Matias.
“Desse ponto de vista, Bernie Sanders trazia uma dimensão que mais nenhum outro candidato trazia, concorde-se com ele ou não: Clareza. Clareza política e clareza de proposta”, acrescentou.
A eurodeputada referiu-se também à “questão cultural, de ressentimento: a questão da América branca, de um nacionalismo branco. Contra essas pessoas que não somos nós. Há o medo do outro, o ódio, e essa divisão ganhou e traduziu-se na vitória de Trump".
Marisa Matias alertou ainda que este fenómeno não é exclusivo dos EUA e que “não é de hoje que o discurso racista e xenófobo entrou nos governos da União Europeia”.
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Sim
A democracia, depressa se tornou numa pseudodemocracia, seria esta a palavra mais adequada para descrever aquela que alguém teve a lata de inventar, a tal dita democracia, que seria para bem de todos, em que os povos teriam uma palavra importante a dizer na vida política dos países, escolher os seus destinos e o bem-estar de todos, minimamente dignos, e que houvesse equilíbrios na balança da justiça. Mas, depressa de desvaneceu, e a democracia está a ficar perigosa, abriu portas aos ditadores novamente, a mesma democracia que os combateu, agora está moribunda e como não pode com eles, parece estar a juntar-se a eles. É triste, mas é uma realidade que se vê cada vez mais no mundo, e estamos a caminhar para um abismo perigosíssimo. Quando os republicanos e as esquerdas se tornam mais fascistas que os fascistas e quando os fascistas democratas perdem a credibilidade; estamos entregues à bicharada, e lá está; o povo que é o mexilhão é que paga e sofre; mas eles, os que deviam governar em prol do povo, esses estão se marimbando com o nosso mal, porque não é nada com eles, porque eles estão sempre bem. Estou com um pressentimento angustiante, de medo, como se já estivéssemos em plena e nova guerra mundial, e penso que não me engano se disser que ela vai estourar a qualquer momento, e isto não é futurologia, penso que já é um facto, aliás, muitos já disseram que ela já começou. A democracia amordaçou novamente as pessoas, que se iludiram com os políticos que tudo prometiam, a boa-nova, a esperança, a felicidade para todos vinha aí, os novos tempos de glória e prosperidade; isto em parte foi verdade, mais uma vez, para eles, mas o povo ainda continua à espera das grandes mudanças para o bem de todos, mas as mudanças estão a ser contra nós outra vez.
Parabéns por pensar assim!
Parabéns por pensar assim!
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