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Utentes das urgências impedidos de levar acompanhante no Garcia de Orta

Catarina Martins esteve no hospital Garcia de Orta, em Almada, para denunciar este desrespeito pela Carta de Direitos do Utente. Na quinta-feira, o Bloco interpela o ministro da Saúde no parlamento sobre o estado da Saúde em Portugal.
Ação do Bloco junto ao Hospital Garcia de Orta. Foto Catarina Oliveira

O debate de urgência marcado pelo Bloco na Assembleia da República para esta quinta-feira vai confrontar Paulo Macedo com a situação preocupante que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que se tem sentido em particular nas urgências.

"41 anos depois do 25 de Abril está em causa o acesso das pessoas à Saúde e à prestação de cuidados, como se pode sentir aqui no Hospital Garcia da Orta", afirmou Catarina Martins esta terça-feira, numa ação em que participaram as deputadas bloquistas Mariana Aiveca e Helena Pinto e militantes do concelho para distribuir a Carta dos Direitos dos Utentes à entrada no hospital.

"As pessoas têm o direito a ser acompanhadas quando vêm às urgências. Mas hoje vemos pessoas abandonadas em sofrimento nos corredores, embora exista desde 2009, por proposta do Bloco, o direito de cada utente a fazer-se acompanhar por uma pessoa da sua confiança", explicou a porta-voz do Bloco. "Neste hospital, os utentes estão a ser proibidos de ser acompanhados, que é um direito que têm, inscrito na Carta de Direitos dos Utentes. Viemos aqui distribuir esta Carta, porque as pessoas têm de ser tratadas de forma digna e humana e não podem ser abandonadas", acrescentou. Para Catarina Martins, este é um direito "pelo qual o Bloco lutou desde sempre e é uma conquista que não pode voltar atrás".

"As camas de internamento que foram retiradas ao SNS foram entregues aos privados pagando com dinheiro do SNS. Quando cada pessoa vê hoje o seu acesso à saúde cortado em Portugal, saibam que não foi cortado o esforço dos contribuintes. O governo decidiu entregar esse dinheiro aos privados em vez de reforçar o SNS que pudesse responder à população", sublinha a porta-voz bloquista.

Um dos objetivos do debate parlamentar de quinta-feira será "pedir contas do dinheiro dos contribuintes que está a ser usado para financiar o negócio dos hospitais privados", anunciou Catarina Martins, que acusa o governo de ter ido "mais longe do que alguém julgaria possível no desinvestimento no SNS e no investimento no privado: aumentaram e muito as urgências e internamentos no privado, e isso foi pago com dinheiro dos contribuintes".

"As camas de internamento que foram retiradas ao SNS foram entregues aos privados pagando com dinheiro do SNS. Quando cada pessoa vê hoje o seu acesso à saúde cortado em Portugal, saibam que não foi cortado o esforço dos contribuintes. O governo decidiu entregar esse dinheiro aos privados em vez de reforçar o SNS que pudesse responder à população", sublinha a porta-voz bloquista.

O Bloco de Esquerda entende que a rotura a que o país assistiu nas urgências hospitalares é também um sintoma da falta de meios e dos quatro anos de desinvestimento com este governo: "por exemplo, o deinvestimento nos profissionais de saúde, que faz com que hoje muitos médicos mais velhos optem pela reforma e os mais jovens optem por emigrar, ao mesmo tempo que o setor privado está a contratar os médicos que o SNS precisava e não consegue ter", denuncia Catarina Martins.

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