You are here
"É preciso que 2017 não comece com um aumento de 3% da luz"

Esta quinta feira num comício em Matosinhos, no Porto, Catarina Martins explicou que "estendendo a contribuição de solidariedade a pelo menos parte das renováveis, é possível evitar o aumento da luz". Para Catarina, a escolha é clara "combater o privilégio das eléctricas e garantir que paramos este aumento total da fatura da luz em Portugal será uma das prioridades deste Orçamento do Estado, chama-se a isto justiça".
Portugal é dos países em que a eletricidade é mais cara e, simultaneamente, é "dos países que dá às empresas elétricas contratos com mais margens de lucro. Para elas, as energias em Portugal são um bom negócio, para a generalidade da população, é péssimo" afirmou a coordenadora bloquista. "A conta da luz em Portugal tem aumentado ao ritmo de 3% ao ano. Todos os anos. Alguém teve aumentos de 3% do salário e das pensões? Mas pagaram um aumento da luz de 3%".
Por esta razão, é um objetivo para o Bloco "na negociação deste Orçamento do Estado conseguir os necessários cortes e compensações das produtoras elétricas". "É preciso que 2017 não comece com um aumento de 3% da luz, porque senão tudo o que estamos a conquistar: aumento do salário mínimo, recuperação de salários, aumento de pensões, é comido pelo aumento da conta da luz".
"Há margem, em medidas que são relativamente pequenas, para conseguir limitar o aumento da próxima fatura da luz". Esta extensão da contribuição de solidariedade será apenas para energias renováveis com uma tecnologia já estável, com grandes margens de lucro sem risco para os empresários, para situações de "um negócio estabilizado e altamente lucrativo".
Bom senso da Comissão Europeia "emigrou há muito"
Sobre a relação entre Portugal e a União Europeia, Catarina explicou que a razão pela qual o debate das sanções europeias se faz no momento em que se discute o Orçamento do Estado para 2017 “é tentar limitar as possibilidades do parlamento português na construção do orçamento, querendo fazer do défice o alfa e o ómega de todo o debate”.
“A aceitação pelo nosso país e pelo governo PS do Tratado Orçamental e do Pacto de Estabilidade leva a que tenhamos esta situação aberrante de estarmos a discutir, ao mesmo tempo, no Parlamento e na Comissão Europeia um orçamento”, prosseguiu a dirigente bloquista.
“Não tem nenhum sentido que a Comissão Europeia, que impôs medidas de austeridade ao país, venha agora querer impor sanções por termos feito tudo o que Bruxelas mandou e, por causa disso, as contas ficaram pior e penaliza-nos piorando as contas com a suspensa de fundos estruturais”, afirmou Catarina, que reforçou a luta do Bloco para que não haja suspensão de fundos e ironicamente manifestou o seu desejo para que a Comissão Europeia tivesse bom senso, mas esse “emigrou há muito”.
"Mais de um milhão de pessoas recebem pensões abaixo dos 400 euros"
Catarina Martins afirmou que "são mais de um milhão de pessoas em Portugal com pensões abaixo dos 400 euros que não tiveram um único cêntimo de aumento durante o governo da direita e viram o custo de vida aumentar".
Por esse motivo, uma medida essencial do próximo Orçamento do Estado será, para o Bloco, "aumentos reais, que se vejam, que façam a diferença, para quem trabalhou toda uma vida e tem hoje pensões tão baixas". "Valorizar as pensões é valorizar o trabalho, quer dizer que as carreiras contributivas são levadas a sério, que o contrato social que as gerações fazem umas com as outras é levado a sério", disse a coordenadora do Bloco.
"Não há ninguém neste país que seja capaz de abertamente seja capaz de dizer que é errado pedir um pequeníssimo esforço ao 1% que tem fortunas imobiliárias para aumentar mais de um milhão de pensionistas pobres. Não é possível atacar a justiça dessa maneira. Bem nos lembramos que, enquanto os mais pobres dos pobres perdiam 25% do seus rendimento nos anos da troika, o número de milionários nunca deixou de aumentar", concluiu Catarina.
Comments
PREÇO DA LUZ1
ACABEM COM 23% DE IVA NA LUZ/ELETRICIDADE!
LUTEM CONTRA UM ESTADO RENTISTA!
FORÇA...
Add new comment