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Morreu o cofundador do movimento Direito a Morrer com Dignidade
João Ribeiro Santos foi um dos fundadores do movimento Direito a Morrer com Dignidade. Tal como lembra a professora Laura Ferreira dos Santos, também cofundadora do movimento e autora de vários livros sobre morte assistida, como médico, João Ribeiro Santos “já vira demasiado sofrimento na vida, como ser humano era desde há muito pela liberdade de consciência e pelo direito a que cada um pudesse morrer de acordo com as suas convicções”.
“Se não fosse o João, talvez o Movimento ainda não estivesse fundado”, destaca Laura Ferreira dos Santos, lembrando que, em novembro de 2014, participou com o médico num Prós e Contras sobre morte assistida.
“Jantámos antes. A sua calma, o seu aspeto bondoso, as confidências que me fez em torno do tema, tornaram-me ‘vulnerável’ ao que me iria propor de novo: lançarmos o Movimento. «Se a Laura não vem a Lisboa, vamos nós a Braga!», disse-me. Não resisti. Certo, mas então ao Porto, para facilitar as deslocações. E começaram as diligências para o 1º Encontro”, escreve a professora.
Na nota publicada no site do movimento Direito a Morrer com Dignidade, Laura Ferreira dos Santos assinala que João Ribeiro Santos “era um médico e amigo como poucos, um verdadeiro ‘gentleman’, cheio de carinho e humor apesar da doença grave”.
“Sei que muita gente lhe escrevia em desespero e que a quase ninguém deve ter faltado com uma palavra amiga e de consolo. Nunca quis protagonismo, apenas que a ‘causa’, a sua querida causa, fosse para a frente”, aponta.
Para a cofundadora do Movimento Direito a Morrer com Dignidade, “honrá-lo, é continuar a sua luta ainda com mais força, pois são muitos os que nos querem negar a liberdade de uma última escolha”.
A cremação de João Ribeiro Santos está agendada para segunda- feira, às 15h, no cemitério dos Olivais e será antecedida de uma singela evocação do médico, pelas 14h30.
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Obrigado pela referência, em
Obrigado pela referência, em nome de toda a família. Esperamos todos que o Movimento continue com força; que a morte do nosso pai não o enfraqueça, mas sim que, ao contrário, até pelo processo da sua morte, o fortaleça. Nada o honraria mais.
Obrigado,
Os filhos Pedro, Maria João e Ana Ribeiro Santos
Conheci-o como médico e como
Conheci-o como médico e como amigo. Um médico fabuloso, um amigo do outro mundo!
Ate sempre Leal Amigo e
Ate sempre Leal Amigo e Companheiro na 'aventura' nefrologica
Que a passagem te tenha sido pacifica, quanta a PAZ que generosa e continuadamente repartiste
Urgente legislar
Com a morte de João Ribeiro dos Santos e, mais recentemente, de Laura Ferreira dos Santos, importa que a Assembleia da República legisle sobre a eutanásia e o suicídio assistido com a maior urgência possível. Que seja criada uma lei em tudo semelhante à da Bélgica ou da Holanda. É inaceitável que seres humanos continuem a ter mortes dantescas, de um sofrimento insuportável e inimaginável, quando a simples animais de estimação é concedida uma morte sem sofrimento.
Meu médico em Angola, durante
Meu médico em Angola, durante 26 meses, jamais o esquecerei. A sua lhaneza de trato, a sua simpatia, o seu fino humor em relação à guerra, cativavam toda gente. Aquando do assassínio de seu irmão pela PIDE, em Outubro de 1972, vi bem o transe doloroso porque passou. E quando soube do seu passamento, foi para mim um choque brutal. Até sempre, até um dia, Dr Ribeiro Santos...
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