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Seis notas pessoais sobre os resultados do Bloco de Esquerda
1. A derrota do Bloco nas eleições legislativas é suficientemente expressiva para dispensar tergiversações. Ela é da responsabilidade da direcção do BE no seu conjunto e devemos discuti-la colectivamente com seriedade, dentro do Bloco e com os seus simpatizantes, com o espírito de reforçar a nossa unidade em torno das políticas que nos habilitem para os duríssimos combates que temos pela frente. O BE perdeu uma batalha e deve preparar-se para vencer na guerra. As derrotas, quando bem analisadas, ensinam-nos seguramente mais do que as vitórias.
2. Do meu ponto de vista, a esquerda portuguesa e o BE em particular, à semelhança de situações similares em outros países europeus em crise, não conseguiu contrariar a vaga do voto do pânico, do voto na ilusão de uma solução, de um acordo, que, mesmo com algum sacrifício, há-de trazer, ao fim e ao cabo, o regresso à normalidade do emprego, do salário, da pensão, da renda da casa. Um voto que quer ver no acordo com a Troika – cujo significado foi deliberadamente ocultado na campanha pelos partidos seus subscritores – uma tábua de salvação face ao desastre iminente. E que puniu os que “ficaram de fora”, os que “não podiam influenciar”, os que pareciam não ter nada para lhes dar quando – dizia-se – a partir de Junho nem dinheiro para os ordenados havia. Esta visão foi, aliás, massivamente difundida pelos media numa campanha ideológica sem precedentes de “irresponsibilização” (“caloteiros”, marginais da política, radicais, indignos da confiança do povo aflito…) do BE e das suas propostas alternativas, aliás por nós sistematicamente apresentadas e bem defendidas.
3. Apesar de o BE, na minha opinião, ter conduzido, do ponto de vista do discurso político, uma das melhores campanhas políticas eleitorais da sua curta história (propositiva, pedagógica, realista, contida), e apesar do empenho dos seus militantes e apoiantes por todo o país, isso não foi suficiente para conter a vaga do voto na “segurança” e no mal menor. E por aí perdemos milhares de votos populares até para o PSD e alguns para o PP. A gravidade e extensão catastrófica da presente crise empurraram o voto do eleitorado popular flutuante para o refúgio aparente da “segurança” e da “protecção” da direita e dos seus tutores externos da Troika. A impopularidade imensa de Sócrates e do governo PS fez o resto.
4. O voto útil no PS, alimentado pelas sondagens que durante semanas davam um “empate técnico” com o PSD, naturalmente também funcionou, sobretudo em certas margens mais politizadas do nosso eleitorado flutuante. Não me parece, contudo, que tenha sido o factor determinante. Tal como a abstenção, igualmente, penalizou sobretudo a esquerda. O PCP, escorado no seu aparelho sindical e autárquico, com um eleitorado tradicionalmente fixado, defendeu com mais eficácia o seu espaço social e político de sempre e até algum voto de protesto. Mas creio que a situação que originou esta grande viragem à direita respeita a algo de mais vasto e profundo. É claro que podemos agarrar-nos, também, à discussão de algumas decisões tácticas que o BE nos últimos meses (presidenciais, moção de censura) e da sua possível influência nestes resultados. Sei que uma ou outra opção originaram dúvidas e oposições de militantes e votantes no BE. Mas creio que a extensão das deslocações de votos indicam com segurança que elas são movidas por opções que em muito ultrapassam os círculos mais politizados e informado em redor do Bloco eventualmente influenciáveis por tais escolhas. É para a natureza política e social do novo ciclo político que devemos olhar. E aprender.
5. O coro dos comentadores da direita parece querer transformar o rescaldo eleitoral num ajuste de contas raivoso com Francisco Louçã. Não se iludam. A direita quer duas coisas: silenciar o porta-voz desta esquerda subversiva e firme na denúncia da ordem estabelecida e, com isso, sonha mudar a cor do BE. Fingem não perceber que neste partido, em lutas desta envergadura, não há responsabilidades individuais. Nem nas vitórias, nem nas derrotas. Creio que é preciso sabermos ser nós, colectivamente, a fazer este balanço sempre com o objectivo de atingir uma unidade superior em torno de uma política adequada. O balanço das eleições tem de se fazer não nos jornais mas nos órgãos democraticamente eleitos pela Convenção. É a diferença entre ser a direita a fazê-lo ou o nosso colectivo do BE.
6. Mesmo nesta situação excepcionalmente difícil e complexa, alvo de um ataque ad odium e concertado sem precedentes, o resultado do BE demonstra que é um partido seguramente enraizado em sectores importantes do povo que de Norte a Sul do país continuaram a fazer dele o seu partido e a sua voz. Ao contrário do que os plumitivos e comentadores da direita voltaram excitadamente a anunciar, o BE perdeu, recuou, mas aguentou o embate. Tem raízes que esta tempestade não quebrou nem romperá. É agora altura de balanço e de luta. Com uma certeza. Nos duros combates que se avizinham, nas difíceis condições que temos pela frente, os trabalhadores, os jovens, os desempregados, os pensionistas, os precários, sabem onde nos encontrar: na primeira linha, dentro e fora do parlamento, a defender os seus direitos, a combater a barbárie neoliberal, a batalhar pelo socialismo. É assim. Quem vem de longe e quer ir para mais longe ainda, não desfalece.
Comments
Concordo, mas o que mais me
Concordo, mas o que mais me indigna é que ninguém fala da manipulação descarada das sondagens, que em qualquer tese de final de curso chumbariam. A manipulação comunicativa foi induzida pelas pseudo-sondagens e por sua vez o eleitorado. Outros factores; o crescimento de partidos giríssimos, sem que isso tenha sido visto como ameaça a eleitorado tradicional do BE. Estou a falar no PAN, defensores das baratas viúvas. E no desastre de não ver a injustiça que se cometeu com o PCTP-MRPP nem uma palavra do BE, ajuste de contas com as eleições de Dona Maria? Deixar os papagaios Daniel e Joana sem resposta foi um momento também muito alto destas eleições. Não foi o apoio ao Alegre foi andar atrás de psicólogas, advogados, antropólogos e jornalistas mediáticos da treta que meteu o BE nesta enrascada. Alguém viu o José Seguro ou a Ana Gomes a fazer comentários durante o período eleitoral contra o PS. O Francisco é o alvo a abater. Mas a queda dele é a queda do BE.
nem uma linha de auto-crítica
nem uma linha de auto-crítica pela ausência de estratégia para a unidade da classe trabalhadora? é assim? Pois se pensam que vão lamber as feridas e prosseguir como antes... bom, é convosco... mas não digam que vos não avisei em devido tempo!
Caro Fernando Rosas, até eu
Caro Fernando Rosas, até eu fiquei chocado, nunca imaginei que o povo Português fosse tão ingénuo e sobre tudo tão mal informado.
Eu tinha a algum tempo comentado numa conversa com o Dr. Francisco Lousã num dos sites sociais que o Bloco disponibiliza, que estava
A encontrar na sociedade Portuguesa uma grande confusão ideológica onde não se chegava a perceber que ideais se defendem ao ponto
De encontrar pessoas que defendiam medidas de esquerda e ao mesmo tempo medidas de estrema direita e com discursos de uma baralhada monumental,Onde ora umas vezes se defendia um principio de estado social de bem como de outras culpavam toda a esquerda de todos os males que tinham Acontecido.
Um Grande Abraço
L.A.
Como interpretar o fiasco
Como interpretar o fiasco eleitoral do BE nas últimas eleições ?
A derrota eleitoral do BE, como era de esperar, segundo as intenções de voto anunciadas pelas sondagens, não decorre da abstenção que teria penalizado a esquerda. Se assim fosse o PCP não teria obtido o score que obteve. E este não se justifica simplesmente pelo apoio do seu aparelho sindical e autárquico, como pretende Rosas. Assim, como se justificaria a queda do apoio a este partido nas penúltimas eleições ?
O autor timidamente evoca algumas «decisões tácticas» que o BE tomou. É justamente sobre essas «decisões tácticas», que não são mais que vacilações e ambiguidades (para não as designar como puro oportunismo político) da direcção da direcção durante o último período que o partido deve debruçar-se criticamente.
O BE acabou por partilhar a sorte eleitoral do PS. Não porque o BE apoiasse as políticas do PS mas pelo apoio ao candidato comum nas eleições presidenciais.
Parem com comparações de
Parem com comparações de resultados entre BE ePCP.
Com a exceção que confirma a regra destas legislativas, cuja ligeira subida lhe valeu mais 1 deputado, o PCP há muito que deixou de querer crescer, mantendo-se invariavelmente pelos 7 ou 8% seja qual for a eleição. O objetivo é sempre não perder influência sobre os indefetíveis, a guarda do galinheiro, o autocarro à frente da baliza. Se, fruto de erros de adversários, lá caírem mais uns votos, tanto melhor. Francisco Lopes nas presidenciais e o seu resultado são mais um exemplo disso: ser uma figura mais conhecida como Jerónimo de Sousa, ou menos como Francisco Lopes, ou o Pato Donald, o resultado é sempre o mesmo: aqueles 7% comem o que lhe dão. Basta tão só que o partido faça as "ondas" a que estão habituados, cujos benefícios têm trazido ao longo de 30 anos para a esquerda e os trabalhadores os resultados que temos à vista, não entre em "loucuras", que marche a horas certas, e que para o ano cumpra mais um aniversário.
Mero curioso por aqui. Apenas
Mero curioso por aqui.
Apenas realçar a falta de uma linha autocritica, e na unica linha em que fala do PCP tenta justificar que o eleitorado comunista se baseia nos sindicatos e nas autarquias, digo zero autarquias CDU no Algarve, no Porto e em Braga e la elegeram deputados.
Devo dizer que está um quanto enganado, muita juventude estudante, com empregos precarios ou não, se revem na atitude do PCP e não da deriva de opiniões de que é feito o BE. Infelizmente para o BE muita gente de esquerda prefere a Unidade no combate!!!
A minha intervenção vem a este ponto das autarquias, veja se me entende, o BE tem uma autarquia com maioria absoluta á 12 anos, tem uma comissão concelhia nesse concelho, e sabe os resultados que obteve? 8,45%, ficaram, tal como a nivel nacional, em 5ºlugar. Não lhes merecem tambem alguma reflexão do que o BE é no seu proprio concelho?
Pelos comentários que tenho
Pelos comentários que tenho ouvido, as pessoas ficaram com a perceção que o Bloco não é um partido à altura das responsabilidades. Num momento critico para o país avançou com uma moção de censura que, para quem está de fora, serviu apenas para ficar à frente da CDU e aparecer nas notícias... A recusa em negociar com o FMI, ou melhor, a recusa em enfrentar o FMI (foi assim que os portugueses viram as coisas), embora ideologicamente correta, influenciou bastante o sentido de voto dos portugueses. A recusa em participar numa coligação também não caiu nada bem... A mensagem que foi transmitida nos últimos meses foi simples: estamos aqui para protestar mas não contem connosco para assumir responsabilidades e tomar decisões. Numa altura em que os portugueses procuravam alternativas ao PS(ou de alguém que pusesse o PS na ordem), o BE não se mostrou suficientemente "adulto".
Enfim, as decisões foram tomadas e os resultados conhecidos. Só espero que aprendam com os erros e mudem de postura.
Ainda bem que o Bloco se
Ainda bem que o Bloco se recusou a fazer coligações com o PS (que de esquerda não tem nada e de socialista apenas tem o nome). Com o PCP, já não me faria tanta confusão, pois penso que são mais as coisas que nos unem do que as que nos separam.
E sim, a comunicação social (de mãos dadas com os 2 "grandes" - em número de militantes com quotas pagas por altura de eleições - partidos) tem feito um grande trabalho de lavagem cerebral a esta gente.
Muito bem Fernando Rosas é
Muito bem Fernando Rosas é preciso dizer que estamos aqui para todos os trabalhadores ,mesmo sabendo que o seu voto foi para outras bandas ,e lembrar que quem decide no bloco são os bloquistas e democraticamente.
Que não deixamos que a direita cale Francisco Louçã.O povo português Precisa hoje mais urgente que ontem ,a participação de Louça e de todos os
bloquistas.
caminhemos em frente
Luzia Pereira
Caro Fernando
Caro Fernando Rosas:
Subscrevo inteiramente o teu artigo, alas em consonancia com um que escrevi já ontem para o Jornal de Matosinhos.
O BE não tem por habito criticar a actuação dos medis, mas nesta campanha foi por demais notória a tomada de posição a favor dos partidos da "submissão". Por certo de acordo com a afirmação de "quem paga, manda".
No BE devemos discutir os resultados, tirar as devidas ilações, mas, principalmente preparamo-nos para o período dificil que aí vem.
Saudações socialistas
Ferreira dos Santos
Caro Companheiro Não acho que
Caro Companheiro
Não acho que o Bloco tenha sido derrotado, houve efectivamente uma derrota da esquerda, mas no que diz respeito ao Bloco, penso que estes votos são consistentes, os que faltam relativamente a 2009 são apenas votos flutuantes, são os mesmos que tanto votam Bloco como votam PSD ou CDS, para eles o importante é derrotar Sócrates. Mas estou de acordo, uma análise bem feita da "derrota" traz-nos certamente grandes ensinamentos, será que é necessário alterar o discurso ou em vez disso devemos explicar os porquês nas paredes e vir para a rua? Temos que continuar a aguardar a mobilização da CGTP ou devemos também tomar a iniciativa? Não penso que seja necessário substituir a direcção do Bloco, essa substituição pode implicar a implosão, e se isso acontecer, nós que vos elegemos podemos ficar sem em quem confiar para nos representar no parlamento.
Ainda estamos a tempo de evitar o naufrágio, temos confiança no futuro
Este artigo parece-me revelar
Este artigo parece-me revelar que a lição que esta derrota traz ainda não foi bem assimilada pelo autor.
Parece-me óbvio que os votos que o BE perdeu vêm dos órfãos que há muitos anos deixaram de se ver representados pelo PS.
Quem votou no BE foi o núcleo duro do eleitorado que perdoou o equívoco Alegre, a moção de censura demagógica (porque perdedora à partida), a recusa em enfrentar a troika e, sobretudo a falta de propostas práticas, concretas e realistas para o futuro.
Alguém conseguirá explicar o que é essa "coisa" de um governo patriótico e de esquerda? Que proposta era essa? Com quem? Com que votos? Com que 1º ministro? Claro que cheirou a demagogia à légua.
Louçã afirmou assumir pessoalmente a responsabilidade pela derrota na própria noite das eleições o que entra em contradição flagrante com o espírito deste artigo.
O que deve abrir-se ao debate é, de uma vez por todas o BE assumir uma vocação de poder de esquerda, que não tenha complexos em olhar para o centro esquerda.
Nem toda a esquerda
Nem toda a esquerda perdeu.
Apesar do voto útil, da (fomentada) abstenção e da sua constante minimização nos media, a CDU aguentou o embate e cresceu.
O BE queixa-se dos media. Tem razão, mas também foi às costas deles que o BE se fez. Para além do mais, o BE sofreu apenas uma pequena fracção da "guerra psicológica" (e não só), que é movida contra o PCP à mais de 80 anos, pelos poderes de Portugal.
A derrota sofrida pelo BE é mais grave do que Rosas julga. O verdadeiro pólo agregador do BE, era a sequência de vitórias do passado recente.
Terminada essa fase é inevitável um choque com a realidade.
A natureza fraccionaria e ideologicamente ambígua do BE coloca esse partido em sério risco, sobretudo nos tempos duros que aí vêm.
Creio que o BE até faz alguma falta. Mas mais falta faria se, de uma vez por todas se definisse ideologicamente e escolhesse, sem hesitações, a classe trabalhadora, como a "sua" classe.
Estas 6 notas pessoais do
Estas 6 notas pessoais do F.Rosas são, até agora, uma da melhores análises feitas sobre as eleições e a "derrota" do BE. Daniel e Joana, continuam a fazer o trabalho que os troikos gostariam fazer e não ousam! Não há canal televisivo e estação de rádio, que não tenha as câmaras e os microfones pendurados naqueles dois amigos dos troikos. A manipulação grosseira, de todos os media é, e continua a ser, asquerosa. Foi assim durante toda a Campanha Eleitoral.
A capacidade e competência de F.Louçã provoca-lhes uma "alergia" que não os deixa dormir.
Para mim e para os Bloquistas, F.Louçã é inquestionável. Louçã não se discute, ponto final!
Mais uma vez, OBRIGADA Fernando Rosas, pelos 6 pontos pessoais que acima apresenta. Subscrevo-os TODOS.
Acho incrivel a lògica desta
Acho incrivel a lògica desta esquerda. Os 5% estão corresctos. Os 95% estão obviamente errados. Sugiro que quando analisarem os resultados eleitorais comecem por comparar a diferença de votos entre o PS/BE e entre o BE/MRPP. Só para terem uma noção da escala. Quanto a mim o digo: esta esquerda "subserviva" tem os dias contados.
Estou plenamente de acordo
Estou plenamente de acordo com a análise do Rosas, aliás na noite das eleições dei por mim a meditar sobre o que terá contribuido para esta derrota e cheguei a algumas destas conclusões e outras. Antes de mais, acho surpreendente que os "camaradas" da esquerda patriótica queiram ancorar este resultado ao apoio do bloco ao Manuel Alegre... Já estamos fartos de saber que eles é que são os "puros" e nós os pequeno-burgueses. Parabéns camaradas! Agora gostava é de os ver comentar nos sites do psd ou do cds-pp, por exemplo, o vergonhoso tratamento que as televisões e a maior parte da imprensa escrita deu à campanha eleitoral. De como o CDS foi "carregado ao colo" ou da mecânica das sondagens de hora a hora que muitos votos garantiu a direita por razões já explicadas.
É obvio que o PC garantiu
É obvio que o PC garantiu esta votação muito por força do seu aparelho sindical e autárquico mas também porque é uma força com muito mais tradição e implementação social que o Bloco. 90 anos não são a mesma coisa que 10. Também é por demais evidente que a abstenção penaliza a esquerda, PC incluido, senão veja-se o perfil socio-economico da esmagadora maioria das pessoas que não votam.
Lanço então esta interrogação: segundo nos querem fazer crer, o BE foi penalizado pelas suas supostas ambiguidades políticas e erros tácticos(Alegre, Moção e.t.c). Então e o CDS?! Que gastou biliões do dinheiro publico em submarinos para ir à pesca e foi fortemente criticado pela opinião pública sendo esta condenação consensual num largo espectro do eleitorado? Acho que o camarada Rosas de certo modo responde a esta questão.
Saudações e muita força para a luta toda!
Será um erro enorme a saída
Será um erro enorme a saída de F.Louçã. Nisso só estarão interessados a direita do PS ao CDS e o pròprio PC Como em comentário anterior a saída de Louçã seria o início da queda do Bloco. Foram de facto cometidos alguns erros já apontados e um outro foi a não ida à Troika afirmar a posição do BlOCO. AQUI SEGUIU-SE A ESTRATÉGIA DO pc. mAS ESTE PARTIDO JÁ SABE QUE TEM AQUELES 7,5% de votos garantidos .O Bloco tem que ter uma estratégia diferente. Os deputados do Bloco tem inclusive que alterar o tipo de linguagem que não pode ser tão agressiva, inclusive conta grandes empresários e banqueiros. Só assim será possível crescer. Quer queiramos ou não são empregadores e geradores de riqueza. Os jovens e desemprgados querem emprego. Quem lhos dá?
Um abraço e vamos em frente.Esta derrota deve servir para se analisaar os erros para a próxima batalha.
Concordo em pleno com o texto
Concordo em pleno com o texto de F Rosas.
As pessoas acreditam em tudo o que passa nas TV's, nas sondagens que lhes são apresentadas, sem que tenham ainda aprendido a relacionar que aqueles que preparam a ementa são os mesmos que a servem. A comunicação social esforça-se por fazer crer que as pessoas só têm duas opções e a maioria das pessoas acredita nisso. Este rotativismo em nada incomoda quem realmente tem poder, pois ambos servem aos mesmos amos.
Havia todos os argumentos possiveis para que fizessemos ver, a quem tivesse dúvidas, que o trio de partidos que nos queriam servir estavam fora de prazo. No entanto, só se consegue expor as coisas a quem tem interesse em debatê-las. "Venham cá a casa hoje, mas não vamos falar de política, ok?". Parece que política é sinónimo de discórdia, mas mesmo quando não se fala dela, vemos que está em todo o lado. E não querer falar de política é fazer a mesma política que tem sido feita pelos partidos do trio.
Penso que os resultados do
Penso que os resultados do Bloco surpreenderam mesmo muita gente. Até mesmo os inconsequentes que acharam que deviam votar "(in)útil" e aqueles cujo enfoque principal era humilhar o PS de Sócrates.
O que aconteceu com o Bloco está a acontecer em toda a Europa, onde discursos populistas e demagogos têm vencido a honestidade. As pessoas têm medo de mudanças e esse medo aprisiona-as nesta ilusão de poder de escolha entre PS e PSD, sem que se apercebam que ambos estão corrompidos e que servem aos mesmos donos.
A comunicação social esforça-se, agora, por tentar descredibilizar ainda mais o BE, lançando farpinhas, insinuando que o BE vai desaparecer. Isso queriam eles! Um desejo é completamente diferente de um facto. :-) Não deixaremos que a com social continue a fabricar "notícias" destas com base em desejos laranjas.
Está na hora de fazer a luta toda!
1º O BE não perdeu, o BE
1º O BE não perdeu, o BE apenas teve o seu peso real refletido nestas eleições. O BE vale cerca de 5%.
2º O Eleitorado que encheu o BE cheio de votos em 2009, eram sobretudo oriundos da área PS que não queriam que o PS-Sócrates tivesse Maioria Absoluta.
3º Existe um eleitorado que talvez não seja assim tão pequeno, que é um eleitorado CDU-BE ou BE-CDU. E que nas eleições legislativas desde 2002 (com o maior ataque interno e externo jamais feito ao PCP, desde o fascismo) se tem decidido votar BE.
4º Devido à cada vez maior desorientação do BE, de um mediatismo que faz com que agarre tudo o que possa para se tentar projectar sem analisar a médio prazo que problemas lhe poderá trazer = Fernando Nobre, Moção de Censura (o que hoje é verdade amanhã é mentira), Rui Tavares na Europa que vota como que,etc, etc, esse eleitorado BE-CDU, boa parte dele, não todo, desta vez sentiu que devia votar CDU, que seria um voto mais sério, mais seguro.
A ressaca das eleições está a
A ressaca das eleições está a ser aproveitada para inquinar o BE na sua essência. Um partido que tem incomodado desde a esquerda (o PC fez um enorme propaganda contra o BE desde que ficaram atrás nas anteriores legislativas)à direita (O PP fez sempre uma campanha contra o BE e chegou mesmo a dizer que teria uma enorme satisfação se tivesse mais votos que BE e PC juntos).
Neste momento pessoas que deixaram de ter espaço no BE (porque assim o entendem, não foram expulsas!) estão a mediatizar o prejuízo eleitoral do BE, não sei se talvez queiram daí retirar dividendos, mas o tempo o dirá! Embora tenhamos consciência de erros que foram cometidos desde as anteriores legislativas, esses erros deverão ser alvo de reflexão interna do partido e não serem utilizados para tratar na praça publica, embora fosse esse o desejo de alguns fazedores de opinião!Com a serenidade que se pretende o BE saberá dar a volta, até porque para o que se avizinha o BE faz falta na rua.
Daniel Bernardino
O resultado da eleições não
O resultado da eleições não me surpreendeu e acabaram por corroborar as minhas estimativas. Infelizmente, concretizaram-se: o BE ser significativamente penalizado nestas eleições com perda de deputados. As razões que levaram a isso, boa parte são mencionadas pelo Fernando Rosas. À parte de alguns aspectos que não estou de acordo mas que não vale a pena aprofundar, penso que está na hora do BE se apresentar de 'cara lavada'. Tenho a maior admiração pelo Francisco Louçã mas penso que está na altura de ser outra pessoa à frente do BE. Não me sinto influenciado por ninguém nem por qualquer notícia porque formei esta opinião espontaneamente no Domingo quando vi os resultados das eleições. O BE deve ter uma postura e uma atitude distinta de outros partidos de esquerda tais como a CDU. É aí que está parte da essência.. Aos 8 deputados eleitos, desejo-lhes bom trabalho pois terão muito pela frente...
Estou de acordo com as razões
Estou de acordo com as razões do artigo, embora pense que o medo e vontade de fugir a Sócrates foram as que mais influenciaram os votantes "móveis", isto é, em 2009 muitos descontentes com o PS votaram BE e em 2011 esse mesmo eleitorado, assustado com a situação, escolheu "refugiar-se" na direita por considerar mais seguro (ilusão que vai esfumar-se muito rapidamente).
Discordei de algumas opções tomadas pelo BE, nomeadamente, do apoio nas presidenciais, no timing da moção de censura e, embora concordando com os motivos de base, da não participação na reunião com a troika. Penso que estas foram opções que prejudicaram o BE na sua relação com o eleitorado. Embora discordando dessas opções votei BE mas sei de muitas pessoas que em 2009 votaram BE e agora votaram em branco ou abstiveram-se.
Queria ainda dizer que façam as reflexões que fizerem o Francisco Louçã não pode sair porque é um politico honesto e competente e faz muita falta nas grandes batalhas que temos pela frente.
Concordo com o Fernando Rosas
Concordo com o Fernando Rosas mas, ao mesmo tempo, subscrevo o comentário do António Matos Godinho. Pensando-nos e repensando-nos, o debate é sempre o caminho do crescimento, seja com 8 deputados, com 16 ou sem nenhum. E realmente o maior desafio é o do poder, na face de quem governa mas também de quem se deixa ou não governar, e luta onde é possível. Nos tempos difíceis que atravessamos teremos de ser capazes de pensar e lutar simultaneamente, procurando aprender com as razões, mais do que com rosários de culpas e desculpas... Quanto mais colectivamente o fizermos, sem medo de sermos plurais, e mantendo os sentidos alerta ao que se passa para lá das organizações partidárias, mais fortes (ou menos fracos, se preferirem) seremos.
Como já aqui referi, reservo
Como já aqui referi, reservo a minha análise para uma assembleia da concelhia a que pertenço. No entanto apelava a tod@s, que já este fim de semana (prolongado),se reunissem para trocar ideias e dar a sua opinião. Aconselhava que fossem convidad@s pessoas que sabemos serem simpatizantes do BE, e que façam parte do nosso circulo de amigos, pois podem dar um bom contributo para saber ou perceber melhor as razões, deste desaire eleitoral. Por exemplo, a concelhia de Matosinhos, já vai reunir na próxima sexta feira sendo uma iniciativa de louvar.Somos todos do BE, queremos uma esquerda nova e não podemos, nunca, desistir. Os milhares que não renovaram o seu voto/confiança no BE, devem aguardar uma reacção da nossa parte.Saibamos estar à altura deste enorme desafio.
Considero esta analise do FR
Considero esta analise do FR um ponto de partida excelente para a discussão no BE. Não à que diabolizar outras opiniões como as referidas no ponto 4. São pertinentes para o futuro no sentido de aumentar adeptos nos proximas tempos. A frustação de muitos votantes já é clara, maior será a seguir.
As razões para construir um futuro mais justo foram apresentadas com lucidez, como nunca antes o haviamos conseguido. Não poderemos é afunilar num pensamento sagrado. È indispensavel continuarmos um diálogo nas esquerdas, baseada nos nossos principios já defenidos com coerencia: democracia e socialismo.
A minha intervenção vem a
A minha intervenção vem a este ponto das autarquias, veja se me entende, o BE tem uma autarquia com maioria absoluta á 12 anos, tem uma comissão concelhia nesse concelho, e sabe os resultados que obteve? 8,45%, ficaram, tal como a nivel nacional, em 5ºlugar. Não lhes merecem tambem alguma reflexão do que o BE é no seu proprio concelho?
Ou será que preferem ignorar que tem um concelho BE, e que este não reflecte a realidade e as propostas bloquistas a nivel nacional?
A sua ultima pergunta é
A sua ultima pergunta é pertinente na minha opinião. Contudo, lembro que as legislativas são completamente diferentes das autarquicas. Por exemplo no Concelho do Seixal, "que é comunista" desde o 25 de Abril, o PC foi a 3a força politica a 7 pontos do CDS que foi a 4a...
Depois de ontem à noite ter
Depois de ontem à noite ter visto na Sic (penso eu) 2 pretensos bloquistas (Daniel Oliveira e Joana Amaral Dias) a defenderem a saída de Francisco Louçã como coordenador do Bloco,como fruto dos resultados eleitorais, só posso agradecer uma crónica como a do camarada Fernando Rosas, que coloca tudo no seu devido lugar e lembra aos aderentes e simpatizantes que o bloco é um partido democrata e que respeita a decisão tomada pelos delegados democráticamente eleitos na sua VII Convenção, realizada á um mês. Se estes dois personagens tivessem um mínimo de decência, fechavam a boquinha, respeitavam as decisões tomadas e ajudavam o partido a crescer para o futuro.
Ter um novo coordenador no
Ter um novo coordenador no partido ou não é uma decisão que só cabe à estrutura do próprio bloco. Na minha humilde opinião, até porque estou à distância, as lideranças têm ciclos de vida e talvez seja o momento de FL dar lugar a outro líder com uma visão diferente. Mas independentemente disso, existem outros aspectos a afinar nomeadamente na comunicação. O BE tem de apresentar a sua mensagem através de uma oratória simples, coerente, concisa e clara a respeito das suas convicções e do programa político que defende e para que o comum cidadão a depreenda com facilidade. Mas há mais. A atitude do bloco, por vezes ingénua, já não o favorece nesta fase. Tem adoptar uma postura mais serena mas simultaneamente implacável e acutilante para com os adversários políticos. Esta é a minha opinião, vale o que vale, mas é sincera e tem como objectivo contribuir para um BE mais forte.
Inteiramente subscrito.
Inteiramente subscrito.
Bem dito, eu votei e
Bem dito, eu votei e participei nesta convenção pela primeira vez - por pouco que fui ao púlpito, mas senti uma grande responsabilidade que me paralisou. O rumo traçado, foi validado, não acho que agora se deva realizar uma convenção para mudar de coordenador. Quando a linha estratégia e os objetivos da batalha pelo socialismo, como disse Fernando Rosas, estão por concretizar. Chegará o tempo que escolher entre a comissão política um novo coordenador ou coordenadora. Agora, não se limpam armas. Refletiremos, pois, mas não transformemos o Bloco num partido social democrata. Pois somos um partido e não um clube de senhores.
Neste cenário que o BE
Neste cenário que o BE enfrentou nem Jesus Cristo ganhava a freguesia de Nossa Senhora de Fátima.
Façamos as nossas análises e partamos mais estruturados e mais fortes para os próximos desafios que aí estão à porta
Caro Fernando Rosas, o que
Caro Fernando Rosas,
o que afirma no ponto 1, nega-o nos restantes.
Não vejo na sua análise qualquer vislumbre de uma autocritica.
Quanto a mim o essencial é mesmo uma mudança de atitude: o Lula arriscou sujar as mãos no concreto. O BE continua a falar sobre como deviam ser as coisas. Se alguma coisa me chocou nas posições recentes no BE foi a aceitação do TGV. não vêem que não há dinheiro para essas coisas?
Sem quaisquer ilusões, votei Bloco. Cá em casa votámos todos no Bloco. Por ausencia de alternativa.
Boa Tarde, Apesar de admirar,
Boa Tarde,
Apesar de admirar, muitas vezes, as intervenções do Sr. Fernando Rosas fiquei neste caso perplexo pois cheguei à conclusão que afinal não aprenderam nada com a derrota. O texto escrito no formato marxista da guerra fria em que a culpa é dos outros (dos fantasmas da direita e dos jornalistas raivosos)não é verdadeiramente introspectivo e humilde. Na verdade a derrota do BE deveu-se à mensagem de ódio, vingança e tênue inveja presente na mensagem da campanha.
Por fim os grandes vencedores foram os partidos com mensagens coerentes com perspectiva de futuro onde se incluí o PCP por ter feito uma campanha de acordo com os argumentos de base da comunicação comunista.
Vão-me desculpar-me mas várias vezes perguntei-me do que seria Portugal caso alguma vez o BE chegasse ao poder. Pelos vistos muitos fizeram essa pergunta e a resposta está fortemente cimentada no resultado eleitoral.
Abstenção é
Abstenção é irresponsabilidade ou covardia (ex: descontentes com partido favorito preferem não votar), portanto SEMPRE VOTEI!
DEMOcracia: liberdade e direito de votar - é o mais importante na vida de cidadão, logo acho estupidez ser só de esquerda ou só de direita, prefiro escolher a melhor solução caso a caso independentemente da ideologia, nenhum partido é dono do meu voto, analiso e escolho em quem voto durante a legislatura e já sei em quem voto antes da campanha, a qual não me interessa NADA! pois é só publicidade enganosa e populismo.
Assim, com 25 anos, votei sempre BE, excepto AUTÁRQUICAS onde NÃO SE VOTA em PARTIDOS, SIM em PESSOAS & PROJETOS LOCAIS.
(continua...)
(...continuação) BE perdeu
(...continuação)
BE perdeu votos porque os Portugueses não querem TGV, nem BE a apoiar Socialistas em presidenciais, nem moções de censura em tempo de crise, nem gostaram que o BE tenha fugido às responsabilidades de representar os seus eleitores ao não falar com a troika, estão fartos do mesmo Coordenador e do mesmo discurso repetitivo, nem querem um governo BE a fazer irresponsabilidades como renegociação da dívida.
BE manteve 50% dos votos pois foi para esses eleitores uma escolha por exclusão de partes ou um voto de 2ª oportunidade.
RECUPERAÇÃO só pode ser feita reconhecendo erros sem desculpas e tornando-se um partido adulto para governar.
EXERCÍCIO para o BE:
"PS perdeu 50% dos votos em 6 anos, logo líder deu lugar a outros e PS tem de reconhecer os erros e mudar relativamente a esse período."
Senhores do BE, se concordam com isto, substituam "PS" por "BE", "6" por "2".
Professor F. Rosas: Leia esta
Professor F. Rosas:
Leia esta amostra da"ideologia" do Bloco.Mas o que queria perguntar era: acha que sem teoria revolucionária há movimento revolucionário? E a práctica colectiva, a vida e a luta, constroem ideológicamente um comunista, um revolucionário? Acha que o seu Bloco constroi revolucionários ou reformistas?
"(...)Ao BE faltou, na minha opinião, usar truques deste género(...)O discurso ideológico disparado de chofre causa repulsa(...) É necessário um jogo de cintura táctico e político que preserve a ideologia sem fazer da sua afirmação diária o objectivo máximo.(...)"
Assim os truques substituem a ideologia, na construção de um reformista.
Pois é, isto de substituir a análise materialista da História (materialismo histórico) e o instrumento de leitura da realidade e da mudança (materialismo dialético) por truques como "esquerda moderna" "de confiança", e outros "jogos de cintura" só serve à causa reformista,ao Zé ou ao Manel que "faz falta".
Daniela Maia
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