You are here
Pokémon Go, o fenómeno social do verão
Nunca antes um jogo para telemóvel tinha provocado tanto entusiasmo como o que gerou nos últimos dias o Pokémon Go, o último sucesso da empresa japonesa Nintendo. Poucos serão os que não ouviram falar da aplicação, tanto nos meios de comunicação, redes sociais ou mesmo na rua, cenário onde se desenvolve a acção deste videojogo que combina o jogo com a geolocalização na vida real.
O facto de no início só ter sido lançado nos Estados Unidos, na Nova Zelândia e na Austrália, não fez mais que aumentar a expectativa pelo produto da Nintendo. Finalmente o jogo chegou a Espanha [Portugal e Itália] ontem [sexta-feira, 15 de julho], mas muitos utilizadores que não queriam esperar já tinham instalado a aplicação nos seus telemóveis ultrapassando as vias legais, recorrendo a versões para programadores ou registando-se nas lojas de aplicações móveis de outros países.
Já não são necessárias essas habilidades para jogar o Pokémon Go. O jogo, gratuito, pode ser descarregado tanto do Google Play para dispositivos Android como da Apple Store. Em ambas as plataformas ocupa o primeiro lugar no ranking das aplicações mais descarregadas. De facto, só numa semana, o jogo já foi descarregado mais vezes que o Tinder [aplicação para encontros] e aproxima-se até do número de utilizadores diários que o Twitter tem nos Estados Unidos.
Estes são só alguns dados que demonstram que o Pokémon Go é já o fenómeno tecnológico do verão, mas há mais. Juntamente com a ascensão meteórica das ações da Nintendo na bolsa, companhia que não passava pelo seu melhor momento mas que vê agora os seus títulos subirem 50% na bolsa, há outros sinais do sucesso do jogo. Por exemplo, os seus utilizadores permanecem uma média de 43 minutos diários a jogar a aplicação, enquanto os do WhatsApp gastam 30 minutos por dia no sistema de mensagens instantâneas, enquanto os do Instagram estão 25 minutos diários a ver e a carregar fotografias.
O que torna o Pokémon Go tão atrativo?
A Nintendo lançou o seu primeiro jogo Pokémon há 20 anos para a consola Game Boy. Desde então têm sido numerosas as sequelas deste jogo pelo que o jogador deve colecionar Pokémons (as criaturas que dão título ao jogo) bem como outros objectos ao longo de diversos ecrãs.
No entanto, o Pokémon Go vai mais longe porque o cenário em que se joga é a vida real. Graças à geolocalização, o utilizador encontra-se localizado num mapa real, no qual pode ver as ruas e edifícios que o rodeiam. Em lugares estratégicos, assinalados convenientemente com um cubo ou outros ícones, encontram-se os “pokéstop”, até aos quais terá que se deslocar fisicamente. Uma vez aí, utilizando a câmara do telemóvel, poderá apontar para eles e descobrir o que escondem: um novo objecto, uma “pokébola” (necessárias para capturar os bichos), um pokémon ou qualquer outra surpresa.
Quanto mais o jogador caminhar e passar por novas ruas, espaços emblemáticos da sua cidade, lojas, estabelecimentos hoteleiros… mais possibilidades terá de se encontrar com um “pokéstop” e conseguir mais recompensas. (...)
A companhia programadora do jogo já confirmou que está a trabalhar numa nova versão da aplicação que permitirá aos negócios, por exemplo, ter presença física dentro do jogo.
Isto é, o proprietário de uma loja poderá no futuro gerir a presença de um pokémon no seu estabelecimento e, por exemplo, oferecer um desconto às pessoas que se aproximem da sua localização para o caçar. Esta seria uma funcionalidade possível de pagamento com a qual a Nintendo poderia obter importantes receitas, mantendo-se a popularidade do jogo.
Mas a companhia japonesa já está a tirar partido da popularidade dos pokémon, já que o utilizador pode fazer compras dentro da aplicação. De facto calcula-se que só nos Estados Unidos a aplicação está a arrecadar um montante próximo dos 2 milhões de dólares por dia desde que lançou o Pokémon Go.
Artigo de Manuel Moreno, publicado em cuartopoder.es. Tradução de Carlos Santos para esquerda.net
Comments
Mais areia prá cabeça
Mais areia para a cabeça do povinho, e mais milhões para os donos do mundo.
Add new comment