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“Futuro Limpo” quer libertar o país da prospeção de petróleo

Com o objetivo de dar expressão à oposição de muitos portugueses em relação à concessão de direitos de prospeção, pesquisa, exploração e produção de petróleo e gás em Portugal, foi criado o Movimento “Futuro Limpo” que realiza uma sessão de esclarecimento e protesto esta quinta-feira, às 19h00, no cinema S. Jorge, em Lisboa.
Foto Algarve Press

Em comunicado divulgado na sua página do Facebook, o "Futuro Limpo", afirma a sua intenção de reunir todos os movimentos criados por grupos independentes de cidadãos e associações ambientais e cívicas, para delinear uma estratégia de convergência a nível nacional com vista à "suspensão e cessação de todos os contratos em vigor nestes domínios".

Propondo-se desenvolver todos os esforços e usar todos os meios legítimos como informação aos cidadãos, mobilização popular, ação política e recursos a instrumentos jurídicos, esta organização sublinha que "as razões da nossa oposição são de natureza ambiental, económica e social” assentando em “argumentos factuais” e tendo como “único objetivo a construção de um futuro sustentável e de progresso para o nosso país”.

“São esses argumentos que estão vertidos no Manifesto das Dez razões contra a exploração de gás e petróleo no Algarve e no resto do país, subscrito por mais de uma centena de personalidades dos mais variados sectores da nossa sociedade” lê-se no comunicado, que sublinha ainda o "extraordinário papel que os movimentos e associações do Algarve têm desempenhado nessa luta", razão pela qual o "Futuro Limpo", se propõe alargar a  todo o país essa tomada de consciência e contribuir, desta forma, para “despertar a sociedade civil portuguesa para agir na defesa desta causa, que consideramos vital para um futuro sustentável”.

Os subscritores do Manifesto apontam diversos problemas e falhas em relação à exploração e prospeção de petróleo e gás natural, avulando, entre estas, "as alterações climáticas, as decisões mal fundamentadas sem uma análise prévia dos custos-benefícios e sem qualquer processo de auscultação pública e ainda a ausência de estudos de impacto ambiental, a sub-avaliação de riscos e os contratos que só beneficiam as empresas".

Transição energética

Este movimento faz ainda questão de afirmar a sua convicção na transição energética em Portugal assente na "exploração de recursos renováveis, na eficiência e na mobilidade sustentável, sem emissões de gases com efeito de estufa e outras emissões poluentes”.

“Por isso, no interesse do país, empenhámos-nos neste combate com vista a fazer cessar, desde já, todos os contratos em vigor, por forma a evitar custos irreparáveis para o ambiente, para o turismo, para a economia e para a vida das comunidades”, refere o comunicado.

Entre as entidades apoiantes do "Futuro Limpo", encontram-se nomeadamente, a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), Tavira em Transição, Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP), Preservar Aljezur, Climáximo, Zero- Associação Sistema Terrestre Sustentável, Colectivo Clima, SOS salvem o Surf, Preserevar Odeceixe e Associação Peço a Palavra, além dos subscritores do Manifesto Dez Razões Contra a Exploração de Gás e Petróleo no Algarve e no Resto do País.

No que diz respeito aos subscritores do Manifesto, cabe destacar, entre outros, Adelino Gomes, Alexandra Lucas Coelho, Alfredo Barroso, Ana Zanatti, André Freire, António Pedro Vasconcelos, Carlos do Carmo, Eduardo Paz Ferreira, Hélder Costa, Irene Flunser Pimentel, Isabel Salavisa, João Camargo, João Lavinha, José Ribeiro e Castro, Lídia Jorge, Maria do Céu Guerra, Nuno Júdice, Olga Roriz, Pilar del Rio, Rui Zink, Sérgio Godinho, Vasco Lourenço, Virgílio Castelo e Viriato Soromenho-Marques

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