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"Panama Papers": três dos envolvidos foram condecorados por Cavaco Silva

Cavaco Silva condecorou três envolvidos no escândalo "Panama Papers" segundo informações divulgadas pelo Expresso e TVI.
Cavaco Silva e o empresário Manuel Tarré Fernandes.

De acordo com a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), o empresário luso-angolano, Helder Bataglia, que foi agraciado por Cavaco Silva em 2007 com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique está associado a várias offshores e dezenas de contas bancárias criadas no banco suíço UBS.

Este empresário luso-angolano que foi presidente da Escom e constituído arguido em 2013 por branqueamento de capitais, terá repatriado o dinheiro que guardou no Panamá através do Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT).

Por seu turno, o advogado José António Silva e Sousa, a quem o ex-Presidente atribuiu em 2105 a Ordem do Infante D. Henrique, aparece associado a duas offshores: a Sotheby’s International Real Estate e a Nielsen Construction Panama.

À TVI e ao Expresso, Silva e Sousa admite que contactou a empresa de advogados “Mossack Fonseca” em 2012, no âmbito de uma “visita” ao Canal do Panamá.

“Como havia interesse de dois clientes da nossa sociedade na estruturação de negócios com a intervenção de duas sociedades no exterior, assessorei a compra das referidas sociedades. Tal aquisição tinha em vista a mera participação em duas sociedades portuguesas", afirmou Silva e Sousa.

Manuel Tarré Fernandes, dono da Gelpeixe, uma das maiores empresas portuguesas de produtos congelados, está ligado a sete empresas, quase todas criadas entre o final da década de 80 e o início dos anos 90.

Este empresário, que recebeu a comenda do mérito industrial em 2015 afirmou que “não tem há vários anos qualquer relação com este tipo de sociedades ou interesses em quaisquer entidades desta natureza”.

“As sociedades terão servido umas para aquisição de imóveis no Algarve a pedido de amigos, não residentes em Portugal, sendo a minha intervenção de mero procurador para ato concreto e sem contrapartidas; outras, situação que tem seguramente mais de vinte anos, para contratos ou propostas internacionais", afirmou Manuel Tarré.

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