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Bloco quer legislação sobre transparência para qualificar a democracia
Em declarações à TSF, o líder parlamentar do Bloco, Pedro Flipe Soares, disse que “é necessário que haja uma entidade de transparência que tenha como função investigar e validar as declarações relativas aos bens declarados pelos responsáveis políticos e também de altos dirigentes do Estado”.
“O Bloco tem esse trabalho já feito e disponibilidade para rapidamente apresentar a sua proposta e fazer o repto a todos os partidos para virem a debate apresentar a suas ideias sobre esta matéria”, afirmou o dirigente bloquista.
Legislar no mais curto espaço de tempo
Pedro Filipe Soares fez no entanto questão de sublinhar que a discussão desta matéria deve ser feita no "mais curto espaço de tempo” e não algo para ficar a “marinar” na Assembleia da República até ao fim da legislatura.
Para o líder parlamentar bloquista, é então “desejável” aprovar legislação sobre esta matéria “até ao final desta sessão legislativa”.
Nas suas declarações, Pedro Filipe Soares exigiu ainda o fim do offshore da Madeira, relembrando, no entanto, que é necessário separar as situações dado estarmos a falar numa região ultraperiférica, numa ilha, e que por isso tem de ter uma “atenção especial” no que toca aos impostos do tecido produtivo.
“Por isso, há que separar a zona franca da região autónoma que tem a vertente industrial e o offshore que é a praça financeira”, disse.
“Não podemos permitir que os impostos fiquem quase a zero e ter depois as praças financeiras, que são a garantia de fuga aos impostos, de engenharia financeira, aquilo a que podemos chamar de crime financeiro organizado para delapidar os interesses dos países, para fazer lavagens de dinheiro, para legalizar conflitos de interesses, redes e teias de corrupção”, sublinhou.
Comments
Compreendido . quero ser
Compreendido . quero ser politico honesto. Qunano ganha um deputafo com tudo pago ? Portugal esta' a beira da falencia por causa dos politicos. So falam e nada fazem. Quero ver onde isto vai dar.
Democracia, qual democracia?
Fazer a crítica e as propostas em nome de expressões com "qualificar a democracia", pôr "decência na economia", etc., é ajudar a manter "o manto diáfano" da hipocrisia e do engano sobre os povos. A crítica e as propostas devem ser feitas mas indo mais além na busca de esclarecer que os governos e, por detrás deles, os mais poderosos que mexem os cordelinhos, não estão nada interessados em pôr em prática essas propostas, pois, como se vê por estes papéis do Panamá, e há muito já o sabemos, muitos dos seus enormos lucros passam precisamente por estas operações. E se mudarem este ou aquele aspecto que belisque os dos 10% é apenas para que o essencial do sistema dos do 1% se mantenha.
Ainda mais ilusório é apelar e esperar que os dos 10% tomem medidas que ponham em causa a sério os do 1%. Só a denúncia disto e o apelo à acção dos cidadãos, à manifestação da sua revolta nas ruas, a que assumam as propostas que são colocadas nos parlamentos e nas instituições, e as façam suas, as radicalizem e as exijam e com a exigência queiram não apenas "qualificar a democracia" mas outra democracia, a dos trabalhadores e dos de baixo.
E, mesmo entre os do 1%, há uma feroz concorrência que faz com os "papéis" e quem os divulga sirvam mais uns (normalmente os mais poderosos) que outros, e também esses meandros é importante revelar para que a luta dos 90% não seja tão manipulada como tanta vezes é, e ganhe maior independência e força própria contra todo o 1%.
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