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Teodora Cardoso: Aiatola da austeridade
Para Teodora Cardoso o dogma das finanças públicas são superavites no Orçamento, impostos sobre capitais e empresas tendenciais a zero, serviços públicos com custos descendentes crónicos. Nisso não difere de Schäuble, do "Eurogrupo", do Banco Central Europeu: é o eixo da receita da austeridade, não atendendo ao crescimento económico, nem sequer às necessidades de financiamento do estado social.
O que é em geral desconhecido acerca da suposta "independência", com sacrifício da vergonha, é que o dito "conselho superior" é composto por cinco especialistas, dois dos quais estrangeiros
Países pobres e pobres dos países que se lixem! Não admira para a vaga de comentadores de direita que alguém que só tem um currículo bancário no Banco de Portugal e no BPI, corporativo, como Teodora, seja considerada uma "personalidade independente" para apreciar o Orçamento do parlamento e várias medidas de execução orçamental do governo.
Não admira que do alto da sua "independência" alinhe 100% com a vulgata europeia dominante. Os comentários adicionais ao relatório do Conselho Superior de Finanças Públicas (CSFP), de sua lavra, que explanou no parlamento referem-se à exigência de "medidas adicionais" ao Orçamento do Estado.
Essas medidas, em linha com Bruxelas, referem-se a cortes e impostos, pois seria lá outra coisa... Teodora é mais uma a apertar o garrote externo à maioria parlamentar, expressão da vontade popular. É isto o austeritarismo, combinado de austeridade e autoritarismo. E nisso, Teodora pode ser anunciada como suprema guia, a aiatola caseira.
O que é em geral desconhecido acerca da suposta "independência", com sacrifício da vergonha, é que o dito "conselho superior" é composto por cinco especialistas, dois dos quais estrangeiros. Veja-se o currículo destes dois amigos de Portugal: um deles é Jurgen von Hagen, académico alemão, integra uma estrutura semelhante na Alemanha, já foi conselheiro do FMI, da Comissão Europeia e até da Reserva Federal dos EUA, entre outros cargos de "assistência internacional". O alemão é até o vice-presidente do Conselho Superior de Finanças Públicas.
O outro é George Kopits, vogal não-executivo, académico americano, que faz de polícia orçamental em vários países ao mesmo tempo, tendo já "assistido" mais de 20 estados diferentes, está ligado ao FMI e ao Tesouro dos EUA. Desculpem, a composição da "coisa" é a troika! Urge denunciar esta mão do protetorado externo.
A presumida respeitabilidade do Conselho Superior de Finanças Públicas, substituindo órgãos constitucionais como o Banco de Portugal e o Tribunal de Contas, é um embuste que deve ser desmascarado com vigor
A presumida respeitabilidade do Conselho Superior de Finanças Públicas, substituindo órgãos constitucionais como o Banco de Portugal e o Tribunal de Contas, é um embuste que deve ser desmascarado com vigor.
Teodora pronuncia-se sobre o que deve e não deve estar na Constituição, contudo desconhece-se qualquer papel de aconselhamento sobre contratos de Parcerias Público-Privadas ou de resolução bancária, matérias que cabem nas atribuições do CSFP. Emprego e Produto já eram objetivos descartados, não cabem na coisa. O país dispensa bem esta aiatola do fundamentalismo austeritário, bem como os seus imãs.
Comments
Voces dão-se mal com o
Voces dão-se mal com o garrote da austeridade mas estão na direcção dos que malbaratam o pouco que há. Vamos começar tudo de novo porque voces tem clientelas especificas associadas a subsidios que a não se manterem, reduziria em muito o vosso eleitorado. A propósito. Vamos receber em vez de 1.500, 10.M migrantes. Julgamos saber que a UE vai entregar-vos alguns milhões para a integração destas pessoas por algum tempo (convém). Será que para aliviar o garrote vão propor ao vosso associado socialista que essa verba vá liquidar as vossas dívidas, engordar alguns bolsos, esperando que a peninha nacional acorra a mais peditórios?
ainda bem que o BE existe e
ainda bem que o BE existe e se mantém independente.
não abrandem na vossa acção.
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