You are here
"Presidente deve ser o garante da soberania democrática do país"
No discurso de tomada de posse, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu "solidariedade institucional indefetível" com "a representação legítima e plural da vontade popular expressa na Assembleia da República". E prometeu ser "um guardião permanente e escrupuloso da Constituição e dos seus valores", ao mesmo tempo que defendeu o equilíbrio entre o rigor nas contas e políticas de crescimento e emprego.
"Temos de cicatrizar feridas destes tão longos anos de sacrifícios, no fragilizar do tecido social, na perda de consensos de regime, na divisão entre hemisférios políticos", prosseguiu Marcelo, defendendo que o país atravessa um tempo "em que urge recriar convergências, redescobrir diálogos, refazer entendimentos, reconstruir razões para mais esperança".
Reagindo ao discurso do novo Presidente da República, a porta-voz do Bloco afirmou que "os falsos consensos do chamado centrão político – que corresponde ao centrão do poder económico – não deram respostas à necessidade da vida concreta das pessoas face à crise" e defendeu que o novo mandato do Presidente deve "corresponder à expetativa legítima da democracia de que os direitos sociais possam ter um outro peso" que não tiveram no mandato do seu antecessor.
"Tivemos nos últimos anos um Presidente da República que faltou vezes demais à lei fundamental", lembrou Catarina Martins, defendendo que o novo inquilino do Palácio de Belém "terá de ser não só o garante da Constituição da República Portuguesa, mas o garante da soberania democrática do nosso país nos desafios difíceis que temos pela frente".
Registando que Marcelo fez um discurso marcado em boa medida por uma "visão conservadora do país", Catarina Martins assinalou que o novo Presidente mostrou vontade de "fazer pontes com todos os setores". Pela sua parte, prometeu "a colaboração institucional que é necessária" e o empenho "num caminho que vá deixando a austeridade para trás e que corresponda às necessidades da vida concreta das pessoas", concluiu a porta voz do Bloco.
Comments
Tomada de posse do Presidente da Républica
Ex.mo Senhoras e Senhores
Sou desde o inicio um apoiante do Bloco embora não vivendo permanentemente em Portugal. Sou também um dos 1.os do 25. de Abril que vivi pessoalmente. Sou também um dos que organizou e levou a cabo o 1° Recenseamento Democratico em Portugal assim com as primeiras eleições em Portugal. Isto foi tudo à 40 anos. Hoje 2016 temos de ser democraticamente reponsaveis e respeitadores das instituições existentes democraticamente. Deste modo, não entendo nem encontro resposta democratica pelo facto do Bloco não ter a coragem de aplaudir o novo Presidente de Portugal durante o seu discurso, pelo menos pelo respeito das instituições. Isto seria o minimo para que o Bloco possa também ser respeitado democraticamente apesar das divergências politcas naturais. Um pouco mais de senso politico seria desejável.
PR
Ao “legitimar” o Parlamento e ao fazê-lo “legitimando” o governo nele aprovado, o governo do PS apoiado pelo BE,PCP e Verdes;
Ao aludir ao 25 de Abril fazendo recordar o que a direita neoliberal quer esquecer;
Ao vincar o papel fundamental da Constituição e do respeito que ela merece;
Ao realçar a luta pela justiça social e pela criação da riqueza que chegue às pessoas criticando deste modo a visão neoliberal da “economia primeiro e depois as pessoas”;
Ao referir que o poder económico se deve subordinar ao poder político;
Como se comprova por estas passagens do seu discurso de posse:
Na pessoa de Vossa Excelência, saúdo a representação legítima e plural da vontade popular expressa na Assembleia da República.
Assim foi, também, em 25 de Abril de 1974, com os jovens capitães, resgatando a liberdade, anunciando a Democracia, permitindo converter o Império Colonial em Comunidade de Povos e Estados independentes, prometendo a paz, o desenvolvimento e a justiça para todos.
Por isso, a Lei Fundamental continua a ser o nosso denominador comum. Todos, nalgum instante, contribuíram para, ao menos, uma parte do seu conteúdo. Defendê-la, cumpri-la e fazê-la cumprir é dever do Presidente da República. O Presidente da República será, pois, um guardião permanente e escrupuloso da Constituição e dos seus valores, que, ao fim e ao cabo, são os valores da Nação que nos orgulhamos de ser.
Como é lutar por mais justiça social, que supõe efectiva criação de riqueza, mas não se satisfaz com a contemplação dos números, quer chegar às pessoas e aos seus direitos e deveres.
Em que a criatividade da iniciativa privada se conjuga com o relevante Sector Social, e tem sempre presente que o poder económico se deve subordinar ao poder político e não este servir de instrumento daquele. Dito de outra forma, o poder político democrático não deve impedir, nos seus excessos dirigistas, o dinamismo e o pluralismo de uma sociedade civil – tradicionalmente tão débil entre nós –, mas não pode demitir-se do seu papel definidor de regras, corrector de injustiças, penhor de níveis equitativos de bem-estar económico e social, em particular, para aqueles que a mão invisível apagou, subalternizou ou marginalizou.
O novo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu uma posição política verdadeiramente social-democrata e anti neoliberal.
É um discurso que o distancia das políticas professadas e aplicadas por Passos Coelho e o aproxima das políticas anunciadas por António Costa e que estão corporizadas no Orçamento de Estado.
Add new comment