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“Se o Banif dava lucro, porque é que Passos não lhe cobrou a dívida ao Estado?”

Catarina Martins visitou esta segunda-feira o Estabelecimento Prisional de Bragança e acusou Passos Coelho de tentar esconder o “prejuízo terrível ao país” criado pela forma como a direita no governo lidou com o sistema bancário.
Foto Paulete Matos.

Questionada pelos jornalistas sobre a entrevista dada pelo antigo primeiro-ministro, na qual Passos Coelho se mostrou surpreendido pelo que aconteceu ao Banif, garantindo que o banco até dava lucro quando saiu do governo, a porta-voz do Bloco de Esquerda respondeu que as declarações do líder do PSD revelam “uma forma muito pouco séria de se estar na política” e mostram como a direita “está completamente de cabeça perdida”.

“Toda a gente sabe que o Banif tinha milhares de milhões de euros públicos injetados, mas o PSD e o CDS acharam que não precisavam de nenhum administrador público” num banco que “não estava a pagar o que devia ao Estado”, sublinhou.

“Quando Pedro Passos Coelho diz que o Banif estava com lucros, a pergunta é: porque é que não cobrou ao Banif o que o Banif devia ao Estado?”, prosseguiu Catarina Martins, comentando a afirmação “no mínimo irresponsável” do antigo primeiro-ministro. Uma afirmação que tenta “esconder o que não pode ser escondido: o prejuízo terrível ao país que foi feito pela forma com que o PSD e o CDS lidaram com o sistema bancário, todas a facilidades que deram ao sistema financeiro e a pouca exigência que tiveram com o erário público”, acrescentou Catarina Martins.

A porta-voz do Bloco referiu-se a outra “afirmação surpreendente de Passos Coelho” na mesma entrevista deste fim de semana ao Jornal de Notícias. “Passos Coelho diz que estava a remover a austeridade, querendo esconder que se tinha comprometido com Bruxelas com um aumento de impostos bem superior ao que acontece com o Orçamento de Estado agora apresentado, e se tinha comprometido também a cortar mais 500 milhões de euros nas pensões em Portugal”, lembrou Catarina.

“É urgente dar resposta às questões de saúde da população prisional”

Nesta visita ao Estabelecimento Prisional de Bragança, onde os reclusos se queixam da falta de condições e das autênticas “celas frigorífico”, o que motivou um requerimento do Bloco ao governo, a porta-voz bloquista reuniu com reclusos e com a direção da prisão. “Existe já um plano de requalificação que dará mais condições ao Estabelecimento Prisional” e que não representa uma grande despesa, referiu Catarina.

“Fomos também alertados para questões ligadas ao acesso à saúde dos reclusos, uma vez que há protocolos que estão em andamento e não se percebe porque não estão concluídos”, prosseguiu a porta-voz do Bloco, defendendo que é urgente dar resposta às questões de saúde da população prisional e que é possível fazê-lo sem que isso implique um grande esforço financeiro por parte do Estado.

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