You are here

General diz que alguns bloquistas “não são bem-vindos” a Angola

Bento Kangamba, o sobrinho por afinidade de Eduardo dos Santos que esteve sob investigação em Portugal, ataca o Bloco de Esquerda e diz que em Angola “não há presos políticos”
O general Bento Kangamba foi das primeiras figuras de topo do MPLA a reagir ao fim da greve de fome de Luaty Beirão.

Em declarações à agência Lusa este domingo, o general Kangamba, alto dirigente do MPLA, falou do fim da greve de fome de Luaty Beirão e atacou os que denunciam as violações dos direitos humanos em Angola.

O general apontou as suas críticas ao Bloco de Esquerda, que tem denunciado as violações de direitos humanos em Angola e pedido a libertação imediata dos jovens ativistas presos. Bento Kangamba, que há poucos dias viu o seu currículo comparado com o de Luaty numa crónica de Francisco Louçã, afirmou mesmo que "alguns não são bem-vindos" ao país.

"O Luaty nunca foi preso político. O Luaty é do grupo de jovens que tentaram fazer aqui manifestações, a falarem mal de quem governa, de quem está próximo do Governo, mas isso não quer dizer que é político", afirmou o general, garantindo que Angola é uma democracia onde "não há presos políticos".

Bento Kangamba diz-se satisfeito com o fim da greve de fome de Luaty Beirão e esperar agora “que haja imparcialidade da Justiça no julgamento dos jovens, que quem cometeu apanhe pena, quem não cometeu que seja absolvido. Não pode é haver mais o espetáculo que estávamos a ver sobre esse Luaty”, disse à agência Lusa.

Kangamba viu as suas contas congeladas em Portugal até abril passado, numa investigação que envolveu buscas domiciliárias às suas casas por suspeita de branqueamento de capitais, com a apreensão de vários milhões de euros em notas. A operação começou na sequência de uma investigação no Brasil que apontava o general como o líder de uma rede de tráfico de mulheres. Em abril deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou levantar o embargo às contas bancárias por entender que o Ministério Público não tem competência para investigar crimes praticados em Angola. Na altura, o general prometeu processar imprensa, Ministério Público e Polícia Judiciária.   

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Internacional
Comentários (1)