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Afinal Portugal é um estado de direito ou estado de direita?

A Direita retrógrada decreta que, por hábito e tradição, tem de governar. Que se lixe a Constituição…

Durante décadas os nossos avôs e avós, os nossos pais e mães viveram sob a guilhotina da Ditadura que amordaçava, matava e silenciava quem a ela se opusesse. Esta senhora hedionda tinha por tradição o lema “Deus, Pátria, família”. Um Deus crucificado na cruz e não ressuscitado, uma Pátria cuja bandeira semeava fome e miséria em Portugal e guerra em África e uma Família muito pobre e humilde, pois havia que manter a tradição sustentada em determinados hábitos muito convenientes à sobrevivência do regime.

Na revolução de 1974, conseguiu-se a Democracia que conduziria, posteriormente, à elaboração de um texto que dá pelo nome de Constituição da República Portuguesa, a qual e apesar dos ataques a que tem sido sujeita, ainda mantém a essência do espírito legislativo de 1976. Nesse texto consta, no nº 1 do artº 187, o seguinte: “O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais.”

Ora, nos últimos dias, temos assistido à histeria da direita bafienta, instalada nas cadeiras do poder há anos, ao abrigo de artigos que agora não dão nenhum jeito ter na Constituição, visto que apesar de coligada está em minoria parlamentar. Está e continuará a estar, a menos que senhores como Francisco Assis do PS, conjuntamente com os fazedores de opinião ao serviço de grandes grupos económicos e financeiros filiados no PSD e CDS, consigam minar o PS de tal forma que obriguem o comboio da democracia representativa a descarrilar.

Espero que um comboio com tantos milhões de eleitores e cheio de esperança não descarrile, mas se isso acontecer, tal como alguém já defendeu dentro do Bloco de Esquerda só nos resta uma coisa: a Rua!

A rua como protesto e rua com eles!

Sobre o/a autor(a)

Professor e Ator
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