You are here
Imperdoável é desistir de lutar
1. Transborda em cada bloquista a satisfação por termos conseguido mais do que duplicado o número de deputados na Assembleia da República. Juntos, trabalhámos muito duro para chegar até aqui. Antes, na pré-campanha e na campanha um grande ativismo e uma mensagem muito clara. Gente de verdade a fazer a campanha, mensagem direta, sem rodriguinhos, assumindo todo o nosso passado. A correr vinda de uma secção de voto, perdi em direto o discurso de vitória de Catarina Martins mas enquanto me dirigia para o salão do cinema S. Jorge, a vozearia, os vivas, exprimiam tudo. Cinco dias volvidos, pensamos todos no futuro.
2. Mas o futuro começa ensombrado pela intervenção desastrada de Cavaco Silva. Há muito tempo que arrumou num canto, lá por Belém, a Constituição e a mensagem que ela corporiza. De moto próprio ou aconselhado, esqueceu-se em absoluto do juramento feito de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição. Letra morta. É aritmética, senhor: os eleitores que votaram na esquerda do leque partidário são bem mais do que aqueles que votaram na sua direita. Não há como os ignorar. Uns querem mudança; outros querem continuidade. Uns dizem não à austeridade, querem lutar pela sua vida e pelo futuro dos seus filhos com dignidade, cabeça erguida; outros, já perderam toda a vergonha e servilmente aceitam o ditame europeu, pró-germânico. Cavaco não só errou as contas de somar como tomou partido, o seu partido. Se dúvidas havia, agora é claro que ele não é o Presidente de todos os portugueses.
3. Com a maior desfaçatez, dá prioridade à direita, ignora o PS e despreza o PC e o BE. Até quando Cavaco, abusarás da nossa paciência? Uma ultrapassagem pela direita, uma provocação. Reafirmando o que havia dito (e perguntado) na campanha, Catarina Martins toma a dianteira, recusa esta solução, avança outra. O PS contorce-se (só pode) na Comissão Política mas avança para contactos bilaterais à esquerda e à direita. Anda num virote, o país assiste. O BE sabe o que quer e como quer. Aceita a negociação, vamos a isso. Não haverá governo de esquerda se o PS fraquejar mas essas são contas do seu rosário que terá de prestar hoje e no futuro.
Imperdoável é dispensar a razão
Imperdoável é pisar quem está no chão
Jorge Palma
Comments
Bom dia Luísa.
Bom dia Luísa.
É a 1.ª vez que me dirijo a si e naturalmente ao bloco.
A única mensagem que pretendo deixar é que gostei muito de a ler.
Já li outras opiniões de outros bloquistas e gosto sempre de tudo o que leio.
Mensagens claras verdadeiras e honestas, com principio meio e fim. É muito importante para irmos percebendo o que se passa à nossa volta.
Finalmente sinto-me identificada.
Cordiais cumprimentos
Bem haja
Olá gostei muito do conteúdo
Olá gostei muito do conteúdo que por sinal muito rico em informações para uma boa reflexão.
Eu espero é que vocês também
Eu espero é que vocês também não fraquejem... Este processo irá clarificar muita coisa, no PS, mas também no bloco. Se forem vocês a roer a corda, como é sugestivo este pedido de adiamento de reunião, be podem desaparecer, uma vez que estarão simplesmente a fazer o jogo da direita! Então, como é? Vamos a isto? Vamos virar Portugal para a esquerda e dar dignidade às pessoas? Ou vão fugir, ser partido de protesto e obrigar o PS a fazer o trabalho sujo de aprovar um orçamento da coligação, para evitar a queda do governo, o discurso de vítima ofendida dos pafiosos e consequente maioria absoluta dos mesmos em eleições antecipadas? E agora, bloco? Quem é quem?
A Esquerda tem que se unir. É
Desistir, não! ! Nunca, mesmo!
A Esquerda tem que se unir. É esta a grande mensagem que todos têm que perceber. A Esquerda fragmentou-se e abriu espaço a que PSD e CDS se unissem nas legislativas de 2011. Depois, continuou fragmentada e deixou livre o caminho para que PSD e CDS, vergonhosamente, em pleno dia 25 de Abril, se unissem para concorrerem juntos, numa espécie de coligação em que todos falam, têm o dobro do tempo para continuarem a passar a mensagem de resignação. Agora, é a altura certa para a Esquerda parar de se dividir, de dizer mal uns dos outros e dizer BASTA! Tantos que lutaram (e morreram) por termos um país livre, para pormos fim a uma ditadura castradora e humilhante para agora deixarmos cair em saco roto todas essas lutas e alimentarmos as pequenas ditaduras que nos impõem todos os dias? Não! ! Desistir? ? Não! Nunca, mesmo!
Add new comment