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Barcelona multa bancos com casas vazias e constrói fundo para habitação social
Esta iniciativa pode fazer-nos refletir sobre várias questões. Primeiro, que não há inevitabilidades e quando há vontade política as coisas acontecem. Mas acontecem melhor quando há uma ampla base popular que se mobilizou e com esta mobilização continuada construiu poder que consegue enfrentar o desmesurado poder dos bancos. É que as multas aplicadas agora por Ada vêm de uma moção apresentada pela Plataforma de Afetados pelas Hipotecas ao governo de Barcelona no ano passado. Este teve de a aprovar em plenário pressionado pela mobilização popular que o movimento social tem feito nos últimos anos. O facto de ser agora a Ada que aplica esta disposição diz-nos outras coisas: Ada, outrora porta-voz da PAH, apoiada pelos seus camaradas, deu o salto de passar à política da disputa partidária, campo fundamental onde se tomam as decisões. É claro que este campo é sempre muito complicado, perverso e desgastante ao longo do tempo, que carece inclusivamente de transformações profundas no sentido do aprofundamento democrático que tem de ir além da democracia representativa que está cheia de vícios e limitações. Por isso, é fundamental que a PAH se mantenha com toda a força nas ruas num processo de mobilização e organização que não pode esmorecer.
A luta entre as pessoas e a banca será ainda longa. Em Sevilha, há cerca de dois anos atrás, foi anunciada pela coligação com participação da esquerda, a intenção da expropriação temporária dos bancos para evitar o despejo das famílias em dificuldades com o crédito e multas que seriam igualmente aplicadas às casas vazias. No entanto, a finança e a direita organizaram-se e impediram a sua concretização através do bloqueamento destas medidas nos tribunais, alegando a sua inconstitucionalidade. Entretanto, a própria coligação perdeu o poder em Sevilha. Podemos ver por isso a fragilidades destes processos, numa luta de classes permanente, que necessita que o poder não desmobilize das ruas.
Por cá, a proposta de multar casas vazias já foi colocada, e totalmente ignorada, à autarquia de Lisboa, uma das que mais casas vazias tem e que simula planos locais de habitação que têm mais de marketing do que de alivio concreto das famílias em extrema carência. São cada vez mais as famílias de Lisboa que recorrem desesperadas à associação Habita. Mas como vimos, não basta a proposta, é necessário uma mobilização de massas, é necessário que, de uma vez por todas se compreenda que os direitos têm de ser conquistados e disputados permanentemente através de ampla mobilização e organização popular.
Comments
Que maravilhoso artigo!!! O
Que maravilhoso artigo!!! O problema é como conseguir que o povo português "de uma vez por todas compreenda" que é preciso mobilizar-se. Para quem está fora do país é incompreensível o marasmo das pessoas perante a escandalosa "privataria" em curso, é incompreensível o "mais do mesmo", o "passa-me ao lado". Quem encontrar uma fórmula contra esta atitude ganha o prémio da cidadania... Para meu desespero, as eleições vão dramaticamente confirmar perante os outros países europeus que em Portugal as receitas da Troika são eficazes e bem sucedidas. Que fazer???
Enquanto nos cidadãos
Enquanto nos cidadãos estivermos de braços cruzados ácerca de problemas que nos afectam a todos como sociedade , estaremso sempre a dar poder (mais) aos bancos e aos aldrabõs que são, a maioria dos politicos. O estado representado pelos ladroes nao PERCEBE que cobrando aos bancos IMI or casas , que tem desabitadas, iria receber milhoes, que preferem ir buscar a quem cada vez tem menos e que um dia se revoltarão.
Porque a dirigente do BE,
Porque a dirigente do BE, Rita Silva, não promove uma petição pública que, penso eu, teria decerto uma grande adesão.
Eu, embora não tenha esse problema, assino com certeza.
Os meus cumprimentos,
Ana Maria Mendes das Neves
Haja Justiça neste mundo.
Haja Justiça neste mundo. Chega de hipocrisia e de oportunistas.
parece ser uma optima ideia,
parece ser uma optima ideia, por os bancos a pagar.
so gostava era de saber também quanto é que eu vou ter que passar a pagar a mais de comissão ao banco na minha conta? se subir muito, serei mais um a nao poder pagar casa e espero que depois também alguem me venha oferecer uma casa gratuita.
e quanto aos despedimentos nos bancos? ja fizeram o calculo do impacto da medida? espero que alguem depois lhes va tambem proporcionar o respetivo apoio social porque bancarios hoje em dia nao arranjam emprego em lado nenhum.
claro, nao vamos também esquercer os emigrantes e todos os portugueses com as suas poupanças depositadas nesses bancos. caso as finanças dos mesmos estourem como tem acontecido, alguem vai ter que oferecer condiçoes a estes clientes para reaverem os seus capitais de poupanças.
Deve ser o estado a garantir isto tudo. ah, já sei, entao põe-se os supostos ricos que arriscaram criar empresas e negocios de sucesso a pagar mais impostos nao é?
Fogo, que inteligentes! pensam em tudo!
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