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Tsipras: “Fizemos o nosso dever, é altura da Europa fazer o seu”

No discurso de abertura da reunião da direção do Syriza, Alexis Tsipras voltou a sublinhar que não recuará nas “linhas vermelhas” sufragadas pelo povo grego em janeiro.
Foto Left.gr

A reunião do Comité Central do Syriza tem lugar este sábado e domingo para debater o andamento das negociações e o rumo do governo liderado pelo partido. No discurso de abertura de Alexis Tsipras, o primeiro-ministro e líder do Syriza disse estar consciente de que a maioria do povo grego não pretende mais um memorando, mas sim uma “solução viável a longo prazo” para garantir o crescimento da economia e do emprego.

“O povo grego apoia o nosso esforço porque percebe claramente que agora há dois lados na mesa de negociações e não apenas um, como aconteceu nos últimos cinco anos”, afirmou Tsipras, que recordou o “caminho difícil” dos últimos meses, com representantes dos credores a tentarem rasgar o acordo de 20 de fevereiro no Eurogrupo, em que o governo grego “comprometeu-se a apresentar uma proposta de reformas que substitui o Memorando e a quinta avaliação”.

Tsipras admitiu que o governo fez concessões nas negociações em Bruxelas para que se possa alcançar “um acordo mutuamente aceitável”. “Exigimos dos nossos parceiros o respeito e uma atitude semelhante”, prosseguiu o primeiro-ministro grego. “Nós fizemos o nosso dever, é altura da Europa fazer o seu”, concluiu.

“Não recuaremos no IVA, no sistema de pensões, mercado de trabalho e noutras medidas que já provaram o seu fracasso”, garantiu Alexis Tsipras.

“O que está em jogo não são jogos de poder, mas o futuro da integração europeia”

As notícias que surgem quase diariamente na imprensa internacional a sublinhar “o isolamento grego”, a “impreparação do governo” ou a “ausência de propostas concretas” nas negociações também mereceram comentários de Alexis Tsipras, responsabilizando alguns políticos europeus por tentarem erguer muros e divisões na Europa quando é mais necessária aproximação e diálogo.

E deixou um recado aos que aproveitam os momentos mais críticos das negociações para apostar no cenário de humilhação da Grécia: “Quem puder ajudar para o sucesso das negociações, que o faça agora. Quem não puder, que se cale”.

Tsipras continua a defender uma “Europa da democracia e da solidariedade” e diz que nestas negociações “o que está em jogo não são jogos de poder, mas o futuro da integração europeia”.

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