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Pingo Doce tenta "boicotar” greve do 1º de Maio com campanha promocional

Sindicato do Comércio e Serviços (CESP) acusa cadeias de supermercados e hipermercados de quererem “empobrecer os trabalhadores” ao mesmo tempo que promovem campanhas de ofertas de produtos no Dia do Trabalhador, para o qual está agendada uma paralisação no setor.

"As cadeias de supermercados e hipermercados não aumentam os trabalhadores por falta de dinheiro, mas sim porque os querem empobrecer, como se comprova com a campanha de oferta generalizada de produtos na véspera e dia 1.º de Maio", refere um comunicado do sindicato, citado pela agência Lusa.

Num cartaz afixado nas lojas do Pingo Doce, é anunciado que no dia 1.º de Maio a cadeia de supermercados vai "voltar a fazer história".

"O dia 01 de Maio vai ser especial porque vamos garantir mais poupança aos nosso clientes", lê-se no anúncio, assinado por um diretor, que diz contar com os trabalhadores para transformar a data "em mais um dia memorável para todos".

No cartaz, dirigido aos trabalhadores, é ainda referido que todas os estabelecimentos vão abrir às 8h.

Segundo Manuel Guerreiro, presidente do CESP, alguns responsáveis de loja do Pingo Doce avisaram que, nesse dia, "há hora de entrada, mas não há de saída".

Fonte oficial do Pingo Doce confirmou à agência Lusa que irá ser promovida uma ação especial no dia 1 de Maio, mas não com descontos generalizados de 50%, como em 2012.

O CESP avança que também a Sonae/Continente anunciou aos clientes, via SMS, a oferta de bacalhau e carne de porco a preços bastante inferiores aos praticados.

"Ora, isto comprova que não aumentaram pessoal e não negoceiam a revisão do CCT por falta de dinheiro, antes por uma obstinada política de empobrecimento dos trabalhadores, senão não se proporiam oferecer dezenas ou centenas de milhões de euros num ou dois dias aos clientes", reforçou.

Para o presidente do CESP, estas campanhas têm como objetivo "boicotar a greve e o significado do 1.º de Maio, cometendo resmas de ilegalidades".

O Sindicato do Comércio e Serviços (CESP) e o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (SITESE) agendaram para o1º de Maio uma greve contra a redução dos salários e dos direitos e pelo respeito ao Dia do Trabalhador.

A abertura de hipermercados e supermercados no 1º de Maio foi imposta pelos grupos Pingo Doce, liderado por Alexandre Soares dos Santos, e Continente, liderado por Belmiro de Azevedo e seu filho Paulo de Azevedo.

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