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China "precisa de mais multimilionários", defende jornal do PC chinês

Editorial do Global Times reconhece que “o ódio à riqueza é particularmente virulento na Internet”, mas adverte que a maioria dos ricos chineses "tem uma imagem positiva na China" e "são adorados como ídolos pelos jovens". E afirma que "a acumulação privada de riqueza não é incompatível com a justiça social".
Vista de Xangai: sonho do PC Chinês é que metade dos milionários do mundo sejam chineses. Foto de Bernd Thaller
Vista de Xangai: sonho do PC Chinês é que metade dos milionários do mundo sejam chineses. Foto de Bernd Thaller

Um editorial do Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista da China, comenta que sempre que a atualização da Lista dos Ricos Chineses é divulgada, a opinião pública chinesa acompanha-a com grande atenção e surgem manifestações de ressentimentos contra os ricos e ódio em relação à riqueza, “particularmente virulentos na Internet”.

O editorial defende, porém, que esta reação é exagerada pelos média e que a sociedade chinesa não é tão ressentida como parece. Pelo contrário, afirma o editorial, os chineses da República Popular ficam orgulhosos quando veem que na lista dos Ricos da China há cada vez mais milionários da China continental em relação aos de Taiwan e de Hong Kong. Para os editorialistas do Global Times, os chineses “sentem-se felizes e orgulhosos em relação ao crescimento de tantos magnatas dos negócios”.

Se um dia metade dos mais ricos do mundo forem chineses, isso evidenciará os enormes sucessos alcançados pela China no seu processo de desenvolvimento económico e social, afirma este jornal do PC chinês

“A China tem um sistema socialista, mas introduziu uma economia de mercado, que torna inevitável a acumulação da riqueza. Durante mais de três décadas de reforma e abertura, os chineses compreenderam a relação entre a justiça social e a acumulação de riqueza, e perceberam que as duas não são contraditórias”.

E o editorial conclui: "A China precisa de mais milionários. Se um dia metade dos mais ricos do mundo forem chineses, isso evidenciará os enormes sucessos alcançados pela China no seu processo de desenvolvimento económico e social".

Lista da Forbes regista crescimento dos milionários chineses

Na lista mundial dos multimilionários divulgada em março passado pela revista norte-americana Forbes, correspondente a fortunas superiores a 1.000 milhões de dólares, a China continental tinha 213 nomes, mais 61 do que em 2014, aponta a Lusa.

Um dos chineses melhor classificados, Wang Jianlin, presidente do Wanda Group, com uma fortuna avaliada em 24.200 milhões de dólares (22.600 milhões de euros), é também membro do Partido Comunista Chinês.

O milionário mais conhecido em Portugal é Guo Guangchang, presidente do Fosun Group, o consórcio chinês que já comprou a companhia de seguros Fidelidade e é apontado como candidato à compra do Novo Banco.

Delegado à Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, o principal órgão de consulta do partido comunista e do governo chineses, Guo Guangchang ocupa o 25.º lugar da lista dos mais ricos da China elaborada pela revista Forbes, com uma fortuna estimada em 4.300 milhões de dólares.

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