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Por que razão não há um Syrisa ou um Podemos em Portugal?
Nos últimos tempos observadores de vários quadrantes têm procurado encontrar razões que expliquem a natureza limitada da crise do sistema político português quando comparada com o caso grego ou espanhol. O exemplo mais significativo foi o do jornal Público que, a propósito do Congresso da Cidadania recentemente promovido pela Associação 25 de Abril, dedicou algumas páginas a entrevistas com agentes políticos de várias sensibilidades e especialistas em ciência política. Em particular está em causa a inexistência de partidos com a dimensão do Syrisa ou do Podemos, que se perfilam como alternativas sérias à governação dos tradicionais partidos de esquerda, baseadas em programas de afrontamento às instituições dominantes da União Europeia, à austeridade e à corrupção.
Na Grécia o que foi determinante para fazer crescer o Syrisa foi a dimensão brutal das medidas de austeridade impostas pela Troika. O Syrisa constituiu-se numa espécie de substituto do Estado Social, muitas vezes oferecendo serviços de emergência assentes no voluntariado e na solidariedade
Independentemente das opiniões de cada um, este exercício faz todo o sentido, na medida em que se vem notando uma impaciência crescente de muitos sectores da opinião pública em relação à incapacidade dos grandes partidos tradicionais para responder aos seus anseios e às suas angústias. Mas, diferentemente do que está a acontecer na Grécia com a experiência pioneira do Syrisa à frente do governo, ou do Podemos a liderar a oposição no estado espanhol, em Portugal o empate nas sondagens entre as forças que alternadamente costumam governar (PS ou PSD/CDS) não se fez acompanhar até agora do crescimento massivo de partidos de contestação e de rutura com a atual arquitetura do poder.
Existem algumas razões de fundo para que seja assim. A primeira relaciona-se com a natureza da crise que atingiu aqueles dois países. Na Grécia o que foi determinante para fazer crescer o Syrisa foi a dimensão brutal das medidas de austeridade impostas pela Troika. Basta lembrar que o Produto Interno Bruto regrediu 25% em em poucos anos, que a taxa de desemprego subiu de forma galopante, que muitos milhares de pessoas ficaram privadas do acesso a luz e que aos desempregados foi vedada a utilização do Serviço Nacional de Saúde. O Syrisa constituiu-se numa espécie de substituto do Estado Social, muitas vezes oferecendo serviços de emergência assentes no voluntariado e na solidariedade, uma prática que habitualmente é assumida pela Igreja em países como Portugal.
No caso espanhol, foi determinante o fenómeno da corrupção e da sensação de falta de legitimidade transmitida a muitos sectores da população pelo sistema político que resultou de uma transição negociada com o regime franquista. A resistência à austeridade fez-se por intermédio da constituição de movimentos sociais autónomos e da auto-organização por fora do sistema partidário instituído, e o Podemos é a emanação política de todo esse processo
Já no caso espanhol, foi determinante o fenómeno da corrupção e da sensação de falta de legitimidade transmitida a muitos sectores da população pelo sistema político que resultou de uma transição negociada com o regime franquista. Os agentes políticos são vulgarmente vistos como uma espécie de “casta” que tem uma carreira e privilégios inacessíveis à generalidade dos cidadãos, usando-a para traficar influências e realizar negócios privados. Neste contexto, a resistência à austeridade fez-se por intermédio da constituição de movimentos sociais autónomos e da auto-organização, de mobilizações de rua e nos locais de trabalho, isto é, por fora do sistema partidário instituído, e o Podemos é a emanação política de todo esse processo.
Tanto no caso grego como espanhol o envolvimento dos partidos social-democratas (isto é, o PASOK e o PSOE) com a austeridade foi significativo, com destaque para o PASOK, um dos principais responsáveis pela onda de medidas antipopulares e depressivas que conduziram a Grécia à situação de catástrofe social que atualmente vive. A drástica queda eleitoral do PASOK é uma consequência direta desta trajetória.
As diferenças em relação ao caso português são evidentes. Em primeiro lugar, a intensidade da austeridade nunca atingiu a dimensão do caso grego e, sobretudo, apesar de o PS ter estado na origem das primeiras orientações nesse sentido e da entrada em cena da Troika e do Memorando de Entendimento, bem como na assinatura do Tratado Orçamental que lhes deu sustentação, este partido tentou sempre simular a atitude oposicionista. Quase sempre fê-lo sem convencer, outras nem o tentou, mas procurou sempre jogar a cartada da distância face à responsabilidade direta da aplicação do grosso das medidas austeritárias e isso protegeu-o da fragmentação.
O sistema político português é mais resiliente que outros, por que resultou de uma verdadeira rutura democrática com o regime da ditadura anterior ao 25 de Abril e, por isso, a legitimação e a representatividade das instituições em vigor é muito maior
Por outro lado, o sistema político português é mais resiliente que outros, por que resultou de uma verdadeira rutura democrática com o regime da ditadura anterior ao 25 de Abril e, por isso, a legitimação e a representatividade das instituições em vigor é muito maior. Um indicador muito relevante desta lealdade é a pouca popularidade das propostas de revisão constitucional que a direita foi produzindo nos últimos anos ao contrário, por exemplo, do que acontece no estado espanhol onde a crítica de esquerda à monarquia e à constituição em vigor têm grande significado.
Finalmente, é preciso destacar o papel tampão e conservador que o PCP representa em Portugal. A sua dimensão e estabilidade asseguram a inexistência da extrema-direita, em contraste com muito do que vem acontecendo no resto da Europa. De facto, o desencanto dos filiados nos partidos comunistas que se seguiu à queda do Muro de Berlim e ao desmembramento da União Soviética deu origem a transferências para uma rejeição sistémica feita por partidos radicais de extrema-direita. Mas o carácter social e politicamente muito fixo dos apoiantes do PCP, baseado numa fratura histórica em relação ao PS e numa postura sectária em relação à restante esquerda e às mobilizações de massas que não controla, asseguram a sobrevivência das suas bases, mas tornam-no incapaz de crescer e aproveitar a crise do sistema político.
Só será possível ultrapassar a fragmentação e a falta de eficácia com uma Frente Contra a Austeridade constituída a partir de uma mesa redonda que desafie todas as esquerdas e movimentos sociais que declaram querer combater a austeridade
Dito isto, a crise do sistema político português é uma realidade, só que ela para já exprime-se de uma outra forma: pela abstenção e pela criação de pequenos novos partidos que vão multiplicar as siglas e a oferta junto dos eleitores. Veremos as consequências disso, mas começam a aparecer pressões de sinal contrário, no sentido de ultrapassar a fragmentação e a falta de eficácia. E isso só será possível com uma Frente Contra a Austeridade constituída a partir de uma mesa redonda que desafie todas as esquerdas e movimentos sociais que declaram querer combater a austeridade.
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Não há um Syrisa ou um
Não há um Syrisa ou um Podemos em Portugal porque as forças anti-austeritárias não se conseguem focar na zona, reduzida embora, em que as suas agendas se intersectam. Cada uma delas pretende impor às outras a totalidade do seu programa (incluindo, no caso do BE, as "questões fracturantes" que tantos anti-corpos suscitam; e, no caso de outras forças políticas, propostas prematuras em termos de aceitação pública como é a saída do euro). O remédio é estabelecer um programa mínimo - e por isso mesmo irredutível - na defesa do qual todas elas se comprometam a empenhar-se. Cada força política participante continuaria livre de afirmar aquilo em que diverge das outras, desde que o não fizesse em detrimento da divulgação e da inteligibilidade do programa mínimo comum.
Posto isto, ajudaria muito que os partidos de esquerda, cada um por si ou em colaboração, estabelecessem mecanismos de auxílio material directo às vítimas da austeridade (por exemplo às pessoas em perigo de serem desalojadas por dívidas ou por incapacidade de pagar rendas ou prestações da casa). Este auxílio facilitaria a emergência de uma imagem de marca sem a qual um movimento como o Syriza ou o Podemos não pode atingir dimensão suficiente.
Adelina, concorde com quase
Adelina, concorde com quase todo o que escreves, mas ha um ponto que e para mim imprescindivel de discutir, como mudas a relacao meio burocratica que tem os partidos com o eleitorado, como superar a apatía, que discurso precisas introducir para encender a chama da rebeldía, basta fazer una plataforma de Esquerda abrazo
Creio, Adelino Fortunato, que
Creio, Adelino Fortunato, que a causa principal da inexistência dum Syriza em Portugal quando a situação objectiva era/é ainda em tudo semelhante pelo menos à da Grécia é que o movimento de massas anti-austeridade grego, de natureza radical, violenta mesmo (porquê escamotear este facto?), se fez sentir logo desde o início da crise (nas ruas, nos sindicatos, na auto-organização radical da solidariedade operária) e confluiu com a actividade e firmeza do pequeno partido radical que era o Syriza da época (que não nasceu há um ano, mas estava já presente e activo há pelo menos 10 no interior dos sucessivos movimentos de massas e organizações) e em Portugal tal não aconteceu/acontece. Isto, claro, a par do apodrecimento do PASOK (muitas das suas bases e quadros encontraram refúgio no programa e na bandeira do Syriza; de a extrema-direita, depois dum primeiro momento de crescimento ter aparentemente atingido o seu pleno; e de o PC se blindar adentro das suas fronteiras de classe. Os partidos da democracia e as instituições tiveram uma origem e legitimidade igual aos congéneres portuguees (ambos os países sairam de ditaduras, sendo que a Grécia viveu uma "transição" diferente da portuguesa --- aqui na Grécia não houve PREC --- o PASOK e o PS a seguir ao 25 de Novembro são idênticos, cada qual com percurso próprio, claro). Creio, assim, que em Portugal, mais do que as capacidades organizativas (que são limitadas, reconheçamo-lo) e de liderança política (estas existem em termos individuais), o que falta/faltou é consequência da ausência dum corte com as práticas anquilosadas nos grandes sindicatos e confederações sindicais e que a espontaneidade inicial da luta de massas em Portugal não foi suficiente para com a força real que demonstrou impor/exigir essa ruptura, nem aqueles que organicamente a poderiam suscitar/exprimir estiveram presentes. Depois, mais tarde, já com a vontade de ganhar o Governo (sobretudo, de nunca ter recusado essa possibilidade) haveria que reconhecer que o o nível e as capacidades de liderança do agrupamento que é o Syriza contam/contaram muito. Saudações, abraços (não reli o que escrevi, espero que seja legível, como é o teu artigo, que apreciei)
Adelino Fortunato aprecia de
Adelino Fortunato aprecia de tal maneira o PCP que justifica a ausência de um partido tipo Syrysa português, pela presença do PCP, e do 'seu' sectarismo, que está seguro nas bases mas não cresce. Por outro lado, mostra também que vive uma outra realidade ao achar que a austeridade e os cortes nos serviços e funções sociais do estado não são suficientemente fortes ou a corrupção em Portugal é ligeira.
Com o mesmo PCP no seu lugar, o BLOCO teve a oportunidade de ser o Syrisa de Portugal quando em 2009 chegou quase aos 10% e 16 deputados, tirando partido do despoletar da crise reforçando a tendência de subida que mantinha desde a sua formação.
Em 2011, em plena crise, austeridade a todo o vapor e o maior ataque aos direitos dos portugueses, o BLOCO consegue perder metade dos deputados, depois de apoiar Manuel Alegre nas presidenciais do mesmo ano. Nestas eleições, nem o PS desceu tanto enquanto a CDU subiu.
Adelino Fortunato, há aqui muito trabalho para fazer. Guarde para as lutas sérias e necessárias com os verdadeiros abjetos deste país, esse rancor que nunca esconde.
Felicito o camarada Adelino
Felicito o camarada Adelino Fortunado pelo tema e pelo artigo.
Não pela solução "palacianana" proposta a "Frente Contra a Austeridade". Esta pode fazer sentido nos equilíbrios políticos tácticos em desenvolvimento na sociedade Portuguesa e nesse caso a solução enquadra-se.
Parece-me que se se queremos chegar às pessoas e mobilizá-las, como o Syriza ou o Podemos para abanar o sistema e a transferência de riqueza sempre para os mesmos, outros mecanismos podem ser mais eficazes...
Há em Portugal uma contínua e tentacular expoliação das pessoas dos seus parcos recursos financeiros para vários fins como por exemplo combustíveis, telecomunicações, electricidade, gás, portagens e "ninguém" tenta "federar" estes possível focos de "federação" e protesto.
Porque não o sabem e preferem a comodidades das "velhas causas" e "velhas" formas de actuar como o pode ser a solução da "Plataforma" que apresentas camarada.
Para criar o "Podemos ou Syriza Português" os caminhos são outros passe a imodéstia deste cidadão de esquerda da província, como o sou.
Carlos Cabrita
Escreve: «não se fez
Escreve: «não se fez acompanhar até agora do crescimento massivo de partidos de contestação e de rutura com a atual arquitetura do poder.»
Mas não será antes devido ao facto de estes mesmos partidos apenas terem «representado» a contestação e a rutura, de não terem feito a análise rigorosa da sua prática, que passaria pela crítica implacável a decénios de práticas totalmente aberrantes? Se o objectivo fosse o de pôr realmente em causa o sistema não seria completamente diferente o modo de atuação nas diversas frentes, desde a sindical à juventude, passado por todos os aspectos relevantes para uma libertação nacional (NATO, UE, etc)? Não serão essas ditas forças políticas - PC e BE - junto com as organizações sindicais transformadas em meros apêndices partidários, responsáveis por Portugal - além de país neo-colonial típico (mas em estado de denegação permanente, mormente nas «esquerdas»)- se ter transformado num país onde a direita pode reinar com toda a tranquilidade em tríplice partido CDS-PSD-PS? Se a esquerda não se questiona, não se auto-critica, ela será (de novo e mais uma vez) deitada para o caixote de lixo da História. Ela será responsável (por ação e omissão) pela situação. Esta situação é igual socialmente à do povo sob fascismo, só que com muito menos perigo de explosão social.
Acordai!
A solução que preconiza é falsa na medida em que deve ser um projecto político de governo e não um muro de lamentações. Deveria ser uma proposta objectiva, de programa político e de partilha do poder entre as formações que têm assento da AR. Todas as forças que se quiserem associar terão o seu lugar, visto que nas estruturas a nível local e regional e de frentes concretas de luta, há muito trabalho a fazer: refiro trabalho social e trabalho de «reeducação« política dos militantes e simpatizantes, no sentido a aprenderem a se de-sectarizarem, a endossarem verdadeiramente os princípios democráticos nas suas práticas, etc.
A constituição de uma «mesa» (=estrutura de cúpula) como pseudosolução e não uma verdadeira frente política e social de classe, será um redondo fracasso e um adiar a procura de uma solução honesta.
É com tristeza que constato que a crítica de ESQUERDA E RADICAL que é a minha e de muitas outras pessoas, não tem tido qualquer efeito, ignoram-na e continuam na sua senda!
Gostei muito do seu artigo.
Gostei muito do seu artigo. Analisa muito bem a situação. No meu caso a politica desencantou-me. Tal qual um casamento que se foi definando. Por isso deixei de votar à alguns anos, e vivo bem perto de um local de voto. Os meus amigos bem me avisam que é um dever, blá ,blá..mas nada de move. Vivi com muita intensidade,muita esperança o 25 de Abril, mas a desilução foi-me minando. Alguns factos:
- Os informadores da pide foram saneados no meu local de trabalho, mas 2 meses depois tinhamos os controladores do pcp.
- Em 1982 vivi na RDA e percebi o que era o sistema. Em particular a propaganda era aterradora. Irritam-me as ideias impostas. o medo de questionar, (talvez por isso gosto de Hannah Arendt).
- É verdade que a corrupção mina os sistemas. Até na RDA se dizia que os altos membros tinham contas na Suiça.
Parabéns pela sua lúcida análise.
Muitas "istorias" para contar...
Enfim...julgo que nada ou muito pouco irá mudar.
Sejamos honestos mas a
Sejamos honestos mas a esquerda comportasse como umas crianças mimadas e ofendidas...... Tive esse exemplo aquando da vigília em fevereiro deste ano a favor da Grécia, o comportamento dos deputados do BE presentes e Francisco Louça aquando do aparecimento de Ana Drago..... costas voltadas como se não se conhecessem......... ou então, no dia a seguir na casa do Alentejo aquando do debate, em que no fim do discurso de Catarina Martins, e esta apelou que se poderia participar no debate o deputado Filipe Soares levantou-se logo como se estivesse a fazer um frete........ Primeiro têem que se mudar as mentalidades de alguns que se dizem líderes da esquerda , caso contrário, não se vai a lado nenhum........... Sempre votei na esquerda ( nunca no PS porque nunca os considerei de esquerda ) mas nas próximas legislativas estou com sérias dúvidas em votar no BE...
DECIDIR. É realmente uma
DECIDIR. É realmente uma palavra que faz e sempre fez o maior sentido na vida de cada um. Gosto de exercer esse direito e não gosto de votar em branco ou nulo, porque assim não decido nada. E quando voto estou a delegar nos outros a capacidade de decidirem por mim. VOTAR é abstraíres-te das tuas responsabilidades, não votes e luta, não entregues os futuros dos teus filhos nas mãos de especialistas em dividir, enganam-te, roubam-te, mentem-te… será que tu gostas?
PODÍAMOS AGORA INVENTAR um partido cheio de boas intenções, mas neste formato democrático o resultado cairia nos mesmos erros estruturais de sempre. Está comprovado que instalar estas organizações "partidos de qualquer natureza" num parlamento constitui hoje uma das maiores inutilidades sociais.
Se tu és um eleitor que defende este modelo de organização política, mas que não votaste PSD, não tens qualquer razão quando reclamas do governo. Afinal tu, ao teres votado em alguém "PS, PCP, BE, PAN, VERDES e outros" demonstraste concordar com a condição de que irias aceitar o resultado das eleições independentemente de quem fosse o vencedor. Não acredites em partidos, todos querem o teu voto para te subtrair a vontade.
Os conceitos de ESQUERDA E DIREITA não passam de engenharias ideológicas para te manterem polarizado e subserviente a quem se profissionalizou a defender uma medida por oposição a outra e quer chamar a si a responsabilidade de decidir por ti.
Torna-se assim necessário banir o formato clássico da actividade partidária, opaca e ludibriante, quer nos círculos governamentais quer municipais. Não existem partidos de democracia participativa, numa DP os partidos não escolhem os governantes nem se candidatam a eleições, muito menos terão o monopólio da governação, pois são os mestre da propaganda.
A propaganda política não é bem vinda "numa Democracia directa-participativa" porque é um modelo de comunicação fingido e evasivo que cria um mundo metafórico despertando mais os sentimentos que a inteligência. Importa erradicar esses privilégio "propaganda" altamente dispendioso e nocivo, por ser a forma mais perversa de embriagar os cidadãos e as suas decisões.
Se não nos libertamos deste modelo de democracia representativa espera-nos o capítulo mais penoso e vergonhoso de toda a história de Portugal e a humilhação das gerações futuras. Se nos mantivermos inertes a este modelo de governação, será certo que as consequências serão pormo-nos a mendigar por não termos a ambição de nos governarmos a nós próprios.
Acorda, não deixes que te governem em nome de interesses estrangeiros nem elejas quem te governa, participa tu no governo. Nesta hora, é preciso regerarmos-nos, é urgente a adesão das multidões a uma causa, a uma ideia, a um plano e a um objectivo rumo à participação livre, responsável, lúcida e solidária, isenta de subterfúgios, secretismos, tensões e separatismos.
É urgente a união rumo à equidade e sustentabilidade para a satisfação das necessidades, direitos e anseios fundamentais de todos.
Importa que o povo exerça a sua lucidez e estrutura, prepare uma agenda governativa nas suas máximas prioridades que servirão de base de trabalho para podermos traçar uma nova trajectória com a qual a Democracia participativa se identifique. Importa ainda e agora, cada um pense no que é mais importante fazer, dar-se a conhecer às multidões e formar um verdadeiro corpo social, soberano que são os cidadãos "povo" com consciência coletiva.
É pois urgente derrubar os pilares que transformaram os nossos dias numa vida doentia e fundar os pilares de uma civilização equilibrada e perene, que são o amor por todos e a sabedoria ao serviço do bem geral
Por muito pudor que tenhamos da IDEIA de (R)evolução, dada a inevitabilidade, é com ela que temos de lidar com a devida profundidade, quer o sistema colapse por si próprio, quer por acção popular ou outra, de preferência pacífica e popular. Não será novidade nenhuma, porque faz parte do crescimento das civilizações.
"VOTAR É UM DEVER CÍVICO". O tanas, desde quando que escolher quem me vai roubar é um dever cívico! Não votar, isso sim, é um dever cívico é um acto político nobre, é a coragem contra a acomodação, é a esperança contra a corrupção, é a liberdade contra o opressor.
O teu voto não liberta, oprime-te na medida que o mesmo elege, legitima e protege aqueles que te mentem e roubam. E só voltarei a votar quando os cidadãos tiverem conquistado o direito a participar na tomada de decisões, e a isso, chamamos democracia participativa.
Eu não voto, faço-o de consciência limpa, faço-o pela Democracia Participativa, faço-o porque não posso de forma alguma comportar-me como um mentecapto. Não posso legitimar um sistema que me oprime, rouba e escraviza.
Não posso andar a gritar que não quero privatizar a água e depois entregar essa decisão aos partidos políticos e de aldrabões. Na realidade, ao votarmos estamos a delegar a nossa vontade na deles e eles querem vender Portugal a Retalho. O teu voto vai permitir que eles privatizem a água já na próxima legislatura..
Um sistema que arreda os
Um sistema que arreda os cidadãos da tomada de decisões, isso não é democracia, é ditadura. antes de 74 o Salazarismo roubava os cidadãos para engordar o Estado, hoje o sistema saqueia o povo e rouba o Estado "A democracia era assim, para comunistas e “marxistas-leninistas”, apenas uma etapa de transição para uma nova ditadura, a deles. Foi o que todos puderam constatar em 1975, quando as facções do MFA próximas do PCP e da extrema-esquerda tomaram o poder." Por acaso não estamos a transitar já há algum tempo para uma ditadura vigiada! "antes de 74 controlavam os cidadãos com a força dos bastões, hoje fazem-no com a forças das televisões #retórica partidária#". Todo o voto legitima esta falsa democracia, se querem realmente fazer parte da história apelem à abstenção, não legitimem corruptos a legislarem para combaterem a corrupção.
Democracia participativa é uma forma de governo em que as principais decisões são tomadas mediante referendo, local, regional e nacional conforme o assunto em discussão. Que toda a estrutura do poder político fica mais próxima dos cidadãos "povo" e por isso mais vigiada e controlada por todos nós. Numa democracia participativa o povo é o garante da independência de poderes e dos órgãos de soberania, hoje essa independência não existe e é por isso que somos roubados por quem nos governa e os tribunais, bem como os órgãos de polícia criminal em vez de os deterem protegem-nos. E isso acontece porque tu, ao votares legitimas organizações criminosas "partidos" a decidirem por ti, e é por tal motivo que eles têm vendido Portugal a retalho contra a vontade da larga maioria dos portugueses.
Sê livre; enquanto apregoares a liberdade dentro de um partido, não serás um libertador, e sim o carrasco daqueles que pensam diferente de ti. é urgente implantar uma democracia participativa em que o referendo local, regional e nacional seja a principal ferramenta de decisão, em suma, urge conquistarmos o direito a votar na tomada de decisões em vez de através do voto delegarmos a nossa vontade na vontade de criminosos. Combater a corrupção não é uma tarefa que possa ser feita por um regime que alberga e protege corruptos, temos de exigir que o crime de corrupção e outros de rouba pão sejam crimes constitucionais e imprescritíveis à semelhança dos crimes contra a humanidade, que os seus autores sejam espoliados de bens e condenados à pena de contumácia. Não elegemos gatunos. Junta-te a nós, unidos somos mais fortes.
Deixem de ser muletas do capitalismos, não votem, não legitimem um sistema que arreda os cidadãos da tomada de decisões, isso não é democracia, é ditadura.
Autor, Sérgio Medeiros
Concordo que o PCP é um
Concordo que o PCP é um instrumento utilizado pela direita (PSD/CDS) para governar o país e para impedir a dignidade das relações laborais e de cidadania a que os portugueses teriam direito, se o PCP adotasse uma postura Social Democrata.
Mas ao PCP adiciono o BE, pelas mesmas razões.
O PCP e o BE ao não conseguirem abandonar os seus objetivos irrealistas de implantar o socialismo em Portugal (no contexto da UE!), e ao conseguirem consolidar um eleitorado de cerca de 18%, impedem que o PS governwe e dão a mão á direita (PSD/CDS) que não se faz rogada e escravisa os trabalhadores aos interesses financeiros e económicos transnacionais!
Mesmo a propósito. Vá-se
Mesmo a propósito. Vá-se entretendo por aqui e entretanto cresça.
http://www.esquerda.net/opiniao/o-indisponivel-guterres/36599
Parece-me que o seu texto
Parece-me que o seu texto,apela à união das variadas forças de esq.,mas com maior infoque no pc,que segundo o sua visão,parece distanciar-se dessa união,para que daí resulte uma grande força partidária capaz de derrubar este ultraneoliberalismo, para não dizer nazismo, que impera em Portugal e na Europa.Também é de sublinhar que a culpa não é somente toda das outras forças de esq.,mas também o Bloco do qual eu gosto faz parte do problema ,passou infelizmente por várias crises a ponto de quase desaparecer.O pc, partido de que também gosto,mantêm-se estável quanto ao seu ileitorado e sempre com ligeira subida,ao contrário do Bloco,O pc joga muito pelo seguro e isso poderá ou não trazer-lhe vantagens, mas não resolve de imediato a frustração que a esq. vive. Quando digo esq. retiro o ps, por ser um partido neoliberal ,como são todos os ps Europeus.Não é razoável neste momento culpar quer que seja, ao contrário devemos apelar á união pelo menos entre estas duas forças credíveis,sem rejeitar outras que se mostram eticamente possíveis. Segundo a minha opinião este seu texto teve o efeito contrário e feroz em vários tipos de pessoas-desunião e não junção desta duas forças que tanto são úteis neste momento.O SYRYZA foi a união de várias correntes de esq,e venceu,assim como antigamente o BLOCO,mas isso é passado desfeito..O PODEMOS surgiu de outra forma, surgiu da sociedade cívil,desse povo com garra.O BLOCO também não é inocente, quanto à união de forças à esq..Também não é capaz de se organizar ao menos como um PODEMOS, porque também lhe falta carisma.Aprendamos com erros e o BLOCO com eles terá muito de aprender e corrigílos, porque felizmente está a emergir uma lufada de ar renovado dentro do bloco que o pode beneficiar.Já beneficiou na Madeira ,assim como beneficiou o pc.Nenhuma força de esq.em Portugal consegue aglutinar povo como o PODEMOS e o BLOCO também não,portanto algo está mal também aí.Veremos se o BLOCO poderá ser a ESPERANÇA,espero que sim.
Postei este seu artigo no
Postei este seu artigo no face e arrependi-e agora e já o liminei.Não me sai do pensamento-Então o Sr.parece dar em entender que miséria,fome.sem abrigos cortes de luz, cortes na saúde, taxas moderadoras altas,morte nos hospitais, imigração da juventude etc., você acha que isto não é suficiente para que houvesse uma mudança em Portugal como houve na Grécia , porque na Grécia foi pior segundo a sua opinião ,que vale o que vale.No seu entender foi sómente essa a razão da subida do SYRYZA ao poder e também ,é a falta da união da esq,claro que não se deve de esquecer da culpa do BLOCO. Os deputados do SYRYZA, como sabe,porque o esq.net informou num artigo, davam parte do seu vencimento para acudir aos sem abrigo e essa actuação deu confiança àquele povo -VEJAM O VÍDEO-.NÃO SEREMOS MAIS ESCRAVOS e logo percebe a razão porque o SYRYZA venceu.Porque embrenhou a sociedade cívil na luta e na interajuda solidária, educou a sociedade,colaborou com os mais desfavorecidos e essa atitude deu confiança a todo um povo.Aqui em Portugal isso não existe.Há que procurar explicações para tal Será por não haver um líder capaz de o fazer.Temos miséria suficiente e até demais para que acontecesse algo idêntico à Grécia.Não temos é líderes nas esquerdas capazes de o fazer.Acção não existe ,só existem discursos inflamados, que muitos não acreditam neles,assim como o discurso do seu texto.O que falta em Portugal são líderes revolucionários que conduzam um povo como conduziu o SYRYZA E TALVEZ, VEREMOS COMO O PODEMOS.Não há revolução sem revolucionários,assim aconteceu no mundo.Portugal não têm Líderes capazes de conduzir este povo ignorante para reverter este nazismo do Ps psdcds.Não me importo dos 26.27% do psdcds,ou os 26% do Ps ,importa é os outros 50%.
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