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Alemanha e BCE aumentam chantagem sobre a Grécia
BCE intima bancos gregos a não comprarem dívida grega
No início desta semana, foi divulgado que o BCE (Banco Central Europeu) intimou os bancos gregos a “não aumentarem o risco”, nomeadamente pararem de comprar dívida do Estado grego. O Financial Times e o Wall Street Journal noticiaram terça-feira que o BCE tinha enviado uma carta aos bancos gregos.
Segundo o “La Tribune”, é junto dos bancos gregos que o Governo de Atenas tem colocado os títulos do tesouro, para reembolsar empréstimos anteriores e conseguir financiamento, uma vez que as contas do Estado estão quase vazias e a troika continua a bloquear o financiamento ao Estado grego.
Recorde-se que, em fevereiro passado, o BCE deixou de aceitar os títulos do Estado grego como garantia nas operações de financiamento dos bancos. Os bancos gregos estão a financiar-se no banco central grego com empréstimos de emergência, num mecanismo europeu chamado ELA.
Eurogrupo decide que a Grécia tem de devolver 1.200 milhões de euros
Na passada quarta-feira, os ministros das Finanças da zona euro decidiram que o Estado grego não tem direito aos 1.200 milhões de euros, que o Estado colocou de parte para o caso de necessidade de recapitalização dos bancos gregos.
Pelo acordo de 20 de fevereiro, o eurogrupo já tinha imposto que os onze mil milhões de euros destinados à recapitalização dos bancos ficariam sobre o controle do BCE, agora os ministros das Finanças da zona euro secam mais o financiamento do Estado grego e decidem que Atenas tem até de devolver os 1.200 milhões que tinha posto de lado.
Presidente do Bundesbank: “Sou contra empréstimos de emergência”
Nesta sexta-feira, foram divulgadas afirmações de Jens Weidmann, presidente do Bundesbank e do Conselho de Governadores do BCE, numa entrevista à revista alemã “Focus”, que será publicada neste sábado.
“Se um Estado-membro da união monetária decide não cumprir as suas obrigações e deixa de pagar aos detentores de obrigações, então uma falência desordenada é inevitável”, declara Weidmann, segundo a antecipação da entrevista.
Weidmann diz ainda que “parece que os governos dos outros estados têm a impressão de que uma solução pode ser conseguida” e pressiona “mas não temos mais tempo”.
O presidente do Bundesbank defende o aumento da pressão do BCE e clama: “Sou contra empréstimos de emergência”.
Weidmann diz ainda que este ano o peso dos juros da dívida grega em relação à sua produção é mais baixo que o de Itália, Portugal ou Irlanda e acusa o governo do Syriza de ser o culpado da crise.
O presidente do banco central alemão diz ainda que um default da Grécia terá consequências devastadoras para o povo grego, mas segundo a antecipação da entrevista nada diz sobre que consequências terá para o euro, para a zona euro e para os países que a compõem.
Build anuncia que Varoufakis pondera demitir-se
O jornal alemão Build anunciou, entretanto, que o ministro das Finanças da Grécia, Yannis Varoufakis, pondera demitir-se.
O site do Syriza, left.gr, diz que se trata de um “desejo ardente”, que já foi negado à Reuters por duas fontes governamentais.
O aumento da chantagem sobre o Governo do Syriza, para além de usar e agravar a difícil situação financeira da Grécia, é um instrumento de pressão sobre as próximas negociações no eurogrupo.
O site avgi.gr, do jornal do Syriza, diz que o governo grego já terminou a elaboração da lista de reformas que serão apresentadas ao eurogrupo, que a lista não contém medidas tempestuosas e aponta para uma receita de 3.000 milhões de euros.
Comments
A dívida grega.
Fala-se em negociação. Negociação? Com os entes que compõe o euro? A Grécia tem a oportunidade de expor seu programa de recuperação? Não existe negociação e ponto.
Ir buscar dinheiro onde ele está...
o que syriza tem de fazer é tributar os grandes grupos económicos e os ricos. só em portugal arranjavam-se num ápice 9 mil milhões de euros que dava para pagar o défice, aumentar os ordenados e ainda sobrava para pagar a dívida pública. se o syriza não fizer isto põe-se a jeito para os cães capitalistas. se mandasse na grécia toda a banca era privatizada e acabavasse com o problema do empréstimo em três tempos!!!
Correcção
bem entendido queria dizer nacionalizava todos os bancos gregos. peço desculpa pela incorrecção.
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