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Passos Coelho terá sido alvo de cinco processos de contra-ordenação e de execução fiscal

A RTP e o jornal Público avançam que as irregularidades, cometidas entre 2002 e 2007, não serão apenas referentes a atrasos de entrega de declarações, dado os elevados valores em causa.
Foto de Miguel A. Lopes, Lusa.

Esta segunda-feira, o Público endereçou a Pedro Passos Coelho a seguinte pergunta: “Confirma ou desmente que entre 2002 e 2007 foi alvo de pelo menos cinco processos de contra ordenação e de execução fiscal motivados pelo incumprimento das suas obrigações fiscais?”

Ainda que não tenha respondido formalmente a esta e a outras questões levantadas pelo jornal diário, o primeiro-ministro aproveitou o encerramento das jornadas parlamentares do PSD para preparar os sociais-democratas para a eventualidade de virem a ser reveladas novas informações sobre o seu cadastro fiscal.

“Ninguém com certeza esperará que eu seja um cidadão perfeito”

“Quem quiser remexer na minha vida para encontrar episódios desses não precisa de tanto trabalho, nem de quebrar deveres de sigilo. Pode ter a certeza de que eu, muitas vezes na minha vida, ou me atrasei, ou entreguei na altura em que o Estado me exigiu aquilo que me era exigido”, avançou Passos Coelho.

“Ninguém com certeza esperará que eu seja um cidadão perfeito”, acrescentou, informando ainda os presentes de que teve conhecimento de que “há pelo menos um jornal” que quer divulgar aspectos da sua vida fiscal, “comuns de resto a muitos milhares de portugueses, apenas com o propósito de querer sugerir que somos todos iguais”.

Segundo o primeiro-ministro, a pergunta do referido jornal está relacionada com os processos disciplinares instaurados a funcionários da administração tributária que, adiantou, “pretendeu conhecer detalhes” da sua carreira fiscal.

Segundo noticia o jornal Público, os processos de contra ordenação e de execução fiscal referem-se aos anos de 2003, 2004, 2006 e 2007 e já foram alvo de referências públicas – ainda que sem resposta - em 2011, antes das últimas eleições legislativas.

“Há muitos que deviam pagar os seus impostos e não pagam”

Entretanto, circula nas redes sociais um vídeo do Congresso do PSD de fevereiro de 2014 em que Passos Coelho afirma: “Há muitos que deviam pagar os seus impostos e não pagam. Porquê? Porque não declaram as suas actividades. Ora nós temos obrigação de corrigir estas injustiças. Não há nada mais social-democrata do que isso, porque aquilo que devia orientar um princípio de social-democracia é a igualdade de oportunidades. Não é o privilégio, mesmo o pequeno privilégio. Se há quem se ponha de fora das suas obrigações para com a sociedade, sendo muito ou pouco, esse alguém está a ser um ónus importante para todos os outros que têm um fardo maior.”

Passos, um fardo para os portugueses (nas suas próprias palavras).

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