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“Há um Governo que nos envergonha, mas há um país que não está derrotado”

Catarina Martins, no Porto neste sábado, acusou o governo de Passos Coelho, “um governo mais alemão do que o alemão”, de envergonhar os portugueses e defender os interesses da finança. A porta-voz do Bloco de Esquerda afirmou também que estamos a assistir ao “ao princípio do fim da austeridade” e que “é preciso construir os mecanismos para uma verdadeira alteração da relação de forças na Europa”.
Foto de Renato Roque

O Bloco de Esquerda realizou este sábado no Porto, no mercado Ferreira Borges, um comício em que também interveio, entre outras intervenções, o dirigente do Syriza Yiannis Bournous (ver notícia no esquerda.net).

No comício, a porta-voz do Bloco de Esquerda começou por lembrar que após 5 anos de austeridade na Grécia, “e Portugal para lá caminha”, “não se pagam dívidas, nem se equilibram contas mas destroem-se vidas”. Por isso, salientou, “no Bloco de Esquerda quando falamos de austeridade falamos das vidas concretas das pessoas, por isso quando lutamos contra a austeridade estamos a lutar pela dignidade da vida de cada um e de cada uma em Portugal e na Europa”.

“Há um governo que nos envergonha é verdade, mas há um país que não está derrotado. Esse governo estará derrotado em breve, porque em Portugal há dignidade há força há capacidade de luta há forma de criar uma alternativa”, realçou a deputada.

Hoje, na Europa, “há confronto, há alternativa”

Catarina Martins apontou depois “três novidades” na situação política.

A primeira, que “hoje na Europa os governos todos não discutem apenas a austeridade”, que “no Eurogrupo não se toma chá sobre a austeridade que a Alemanha manda”, mas “fazem-se discussões e há governos a negociar”. “Há confronto, há alternativa, há ideias diferentes em cima da mesa”.

A segunda, que “é possível existir um país na Europa que tem um governo que é constituído por quem apresentou um projeto e lutou e luta por ele” - “os governantes não têm de ser sempre de quem comprou submarinos, quem fez PPP's ou quem contratou swaps”

A terceira, “é que não ficamos todos à espera”, “como Yiannis dizia que na Grécia há um povo que sai à rua para apoiar o governo no seu confronto” e “por toda a Europa há quem saia à rua porque quer fazer esse confronto, porque quer construir essa alternativa à austeridade e por isso a mudança passa por aqui, a liberdade vai passar por aqui”.

Ganhou-se tempo, é preciso agora ganhar a política alternativa à austeridade”

“Ganhou-se tempo, é preciso agora ganhar a política alternativa à austeridade. O governo português não quererá nunca servir outro dono que não seja a Finança”, frisou depois Catarina Martins.

Afirmando estarmos a assistir “ao princípio do fim da austeridade”, Catarina Martins sublinhou que o confronto atual na Europa “é entre o povo e a banca”, porque os resgates financeiros em curso, nomeadamente na Grécia e em Portugal, “não serviram o interesse do povo”.

“Há um Governo que nos envergonha mas há um país que não está derrotado. O Governo, esse sim, estará em breve derrotado. Hoje, na Europa, os governos não discutem todos a austeridade. No Eurogrupo já há confronto, há alternativas. E àqueles que apontavam o rotativismo como único caminho, o Syriza mostra que é possível estar no governo alguém que representa o povo”, sublinhou a porta-voz do Bloco de Esquerda.

Campanha pela desvinculação do Tratado Orçamental

Salientando que a “resposta tem que se alargar a Portugal” e que “é preciso construir os mecanismos para uma verdadeira alteração da relação de forças na Europa e para a resolução de problemas que são problemas dos povos e que são problemas europeus”, Catarina Martins sublinhou que “o Bloco de Esquerda tem estado em todo o país com uma campanha pela desvinculação do Tratado Orçamental”, para combater a política de austeridade e ajudar a construir alternativa.

A porta-voz do Bloco de Esquerda salientou ainda que “há mais forças e mais vozes” e que “para ver se é possível não haver rutura na Europa, é necessário que essas vozes tenham a sensatez de exigir uma conferência internacional pela reestruturação das dívidas soberanas”.

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