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Patronato diz que "não aguenta" subir o salário mínimo em Portugal

O aumento do salário mínimo grego para aumentar o poder de compra dos trabalhadores é uma medida que devia ser aplicada a Portugal, defende por seu lado o líder da CGTP.
Patrões e Governo estão de acordo em impedir aumentos do salário mínimo para reanimar economia. Foto Paulo Cunha/Lusa

Uma das primeiras medidas do governo Syriza na Grécia foi a reposição do valor do salário mínimo vigente em 2012, de 751 euros. O patronato português foi lesto a reagir à medida, e António Saraiva, da CIP, disse ao Diário de Notícias que "as empresas e a economia portuguesa não teriam condições para aguentar" esse aumento.

A opinião do líder dos patrões portugueses não é unânime entre os empresários. Também citado pelo DN, Mário Ferreira, da empresa de turismo Douro Azul, defende que "o grau de desenvolvimento do nosso país já pedia que o salário mínimo andasse próximo desses valores" agora repostos na Grécia. Para o empresário, "o consumo interno é um motor de desenvolvimento. Havendo um aumento do rendimento, haveria mais poder de compra, logo mais consumo. É um círculo virtuoso".

Para o empresário do setor do turismo Mário Ferreira, "o consumo interno é um motor de desenvolvimento. Havendo um aumento do rendimento, haveria mais poder de compra, logo mais consumo. É um círculo virtuoso".

O aumento do salário mínimo como condição para reanimar a economia portuguesa é também defendida pelo líder da CGTP. Arménio Carlos diz que o argumento do aumento do desemprego não passa de uma "chantagem" do patronato e sublinha que esse aumento "retira da pobreza extrema um número significativo de trabalhadores".

"No caso português, como no grego, grande parte das empresas trabalha para o mercado interno e depende do aumento do poder de compra", pelo que a medida iria beneficiar sobretudo as pequenas e médias empresas, conclui o sindicalista em declarações ao Diário de Notícias.

Mesmo depois do aumento de 20 euros no passado mês de outubro, ao fim de vários anos de congelamento, o salário mínimo português continua a ser dos mais baixos da zona euro (ver infografia).

evolução do Salário Mínimo Nacional em Portugal, desde o 25 de Abril de 1974 até ao valor que passou a ter em outubro de 2014.

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