You are here
União Europeia investiga corrupção na Tecnoforma, com ligações a Miguel Relvas e Passos Coelho
Numa carta assinada pelo Comissário Europeu László Andor, responsável pela Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, entidade competente para a gestão do Fundo Social Europeu, e que foi remetida à eurodeputada Ana Gomes na sequência da queixa por si apresentada, é referido que o Gabinete de Luta Anti-Fraude da União Europeia (OLAF) abriu no final do ano passado uma investigação acerca dos indícios de fraudes revelados pelo jornal Público, relativos ao financiamento da empresa Tecnoforma e da organização não governamental (ONG) Centro Português para a Cooperação, entidades que foram dirigidas por Pedro Passos Coelho.
Só em 2003, 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas privadas na região Centro, no que respeita a ações de formação para funcionários das autarquias locais no quadro do programa Foral, coube à Tecnoforma. Entre 2002 e 2004, a Tecnoforma beneficiou, conforme adianta o jornal Público, de cerca de 76% do total dos financiamentos europeus atribuídos através do programa Foral, cuja tutela era responsabilidade de Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local no Governo de Durão Barroso. Ao nível do país, no mesmo período, 26% das candidaturas privadas que foram viabilizadas foram também subscritas por esta empresa.
Paulo Pereira Coelho era, à época, gestor do programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias na região Centro. Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma, João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu diretor comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o facto de terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
Em 2004, Miguel Relvas promoveu, conjuntamente com Jorge Costa, à época secretário de Estado das Obras Públicas, um protocolo feito à medida da empresa Tecnoforma, que permitiu a esta empresa ver aprovado um projeto de formação de técnicos camarários para aeródromos municipais na região Centro no valor de 1,2 milhões de euros. Ainda que a empresa não tenha cumprido o contrato, acabou por encaixar um valor de 312 mil euros pelos serviços alegadamente prestados (ver mais informação no artigo “Relvas abre a porta a negócio de 1,2 milhões de empresa administrada por Passos Coelho”).
Entre 2005 e 2009, a Tecnoforma teve processos de execução fiscal num montante total de 500 mil euros e foi, entretanto, declarada insolvente 1.º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa. No final de 2012, a Tecnoforma ainda devia mais de 30 mil euros a formadores.
Paralelamente à investigação do OLAF decorrem ainda dois inquéritos na justiça portuguesa - um no Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra e o outro no Departamento Central de Investigação e Acção Pena, em Lisboa.
Comments
Depois de ver todas estas
Depois de ver todas estas notícias e cometários, apetece-me rir.
Primeiro, a Sra Ana Gomes não sabe do que fala. O CPPC, organização não governamental, nada tem a ver com o periodo em que a Tecnoforma iniciou a sua atividade de formação com base nos fundos europeus.
Depois, o actual primeiro ministro foi durante vários anos um simples funcionário que apenas beneficou do seu salário, pese embora, o seu nome, e a sua presença, poderem ter tido influencia nos negócios da empresa.Foi administrador, é verdade! O melhor que a empresa teve ao longo de toda a sua vida. Nunca fui seu apoiante político de resto.
O que sempre disse, desde que este caso veio a público, foi que devia ser investigada a falência fraudulenta da empresa. Recebeu milhões, esteve por diversas vezes com salários em atraso e despediu ilegalmente vários trabalhadores, entre os quais, eu proprio, depois de 24 anos de serviço.
Os seus administradores, são pessoas de baixa índole, que enganam meio mundo e que, ao constituírem nova empresa, aí estão de novo no mercado, para continuarem a sua actividade fraudulenta.
É claro que isto não é notícia, pois são gente anónima,que não vende jornais nem faz notícia.
Infelizmente, qualquer cidadão, político ou não, pode vir a cruzar-se com este tipo de gente.
Não tenho medo, e posso testemunhar tudo o que sei. Não perderei mais do que já perdi.
Que seja pela justiça!
Luis Brito
Estimado Sr. Luis Brito,
Estimado Sr. Luis Brito,
Li o seu comentário, fiquei com a sensação, decorre do seu comentário, de que esteve em tempos ligado à Tecnoforma. Houve no entanto uma parte do seu comentário que me chamou à atenção, diz "o actual primeiro ministro foi durante vários anos um simples funcionário que apenas beneficiou do seu salário".
Gostava em relação a isto de lhe colocar uma pergunta que penso ser do interesse de todos, tem forma de provar o alegado vencimento? É que, como sabe, o próprio deu a explicação de que recebia apenas as despesas que efectuava e que estas lhe seriam pagas como despesas de representação.
Obrigado
Será que alguma vez se
Será que alguma vez se conclui a investigação á Tecnoforma, com ligações a Miguel Relvas e Passos Coelho?
Nunca!!!
Add new comment