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Bloco interpela ministério da Defesa sobre homenagem a Alpoim Calvão

Os bloquistas pedem explicações ao Governo sobre a homenagem promovida pela Marinha Portuguesa ao líder do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), responsável por uma série de assaltos e atentados bombistas a sedes de partidos de esquerda na década de 1970.

“A Marinha portuguesa lançou hoje ao mar as cinzas de Alpoim Calvão, figura controversa da história recente do país e cuja liderança do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (grupo bombista responsável por ataques terroristas contra pessoas e sedes partidárias) é por demais conhecida. Alpoim Calvão, aliás, assumiu publicamente a responsabilidade por esses mesmos atos terroristas”, refere a deputada Mariana Aiveca num requerimento endereçado esta quinta-feira ao ministério da Defesa.

Segundo a dirigente bloquista, “não se percebe a que propósito, ou com recurso a que figura institucional, a Marinha portuguesa procedeu a esta cerimónia de homenagem”.

Perante as justificações avançadas pelo porta-voz da Marinha, que afirmou que esta era “a última vontade de Alpoim Calvão”, Mariana Aiveca sublinha que, desta forma, “fica por saber, então, se qualquer cidadão da República assim o entender terá direito às mesmas honrarias, que contam com a presença do chefe do Estado-Maior-da-Marinha e dos familiares numa cerimónia fúnebre durante uma missão operacional da Marinha”.

“A Marinha deve garantir o pleno respeito pela neutralidade política, a qual inclui um dever de neutralidade sobre aspetos controversos e polémicos da vida recente do país, devendo abster-se de ações que expressam uma tomada de posição política ao arrepio do que impõe a Constituição da República a qualquer ramo das Forças Armadas”, defende a deputada do Bloco de Esquerda, destacando que “mais ainda se estranha que a dita cerimónia, de foro privado e para responder a um desejo privado, tenha lugar quando o país enfrenta sérias restrições orçamentais em todos os setores da sociedade”.

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