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“Mil desculpas" não resolvem a forma "atabalhoada" como o ano letivo arrancou

Após uma reunião com a direção do conservatório de música de Coimbra, a coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, defendeu que “quem não tem soluções não deve ter lugar no executivo” e que “o Governo não pode transformar-se num programa 'Perdoa-me'”.
Foto de Paulete Matos.

“Há neste momento em Portugal milhares de alunos sem professores. No ensino artístico, a colocação dos professores necessários ainda nem sequer começou e talvez em outubro as coisas já estejam resolvidas e o ano letivo possa ter início”, afirmou Catarina Martins.

Segundo referiu a coordenadora nacional do Bloco, este “não é um problema novo”, já que “o Governo foi alertado de que o que estava a fazer ia impedir a abertura normal do ano letivo”.

“E bem pode o ministro Nuno Crato dizer que é histórico pedir desculpa. Histórica é a forma como este ano letivo está a começar, tão atrapalhada, tão atabalhoada”, acrescentou a dirigente bloquista, frisando que “histórico é também que alguém que não tem nenhuma solução para o que está a acontecer peça desculpa sem resolver a situação”.

Lembrando que a ministra da Justiça, “que fez os tribunais voltarem à idade da lápide e do papel com milhões de processos perdidos”, também já tinha pedido desculpa, Catarina Martins defendeu que “o Governo não pode transformar-se num programa 'Perdoa-me'”.

“A cada dia que passa percebemos que mil desculpas não resolvem e que quem não tem soluções não deve ter lugar no Governo”, frisou.

A coordenadora do Bloco afirmou ainda que “a precariedade dos professores prejudica toda a comunidade educativa e pesa sobre a Educação do nosso país” e que “este Governo não só não resolveu esse problema como o agravou e as alterações que foi introduzindo nos concursos de professores atrasaram cada vez mais a possibilidade de colocação dos docentes e criaram novas injustiças e coisas caricatas, como formas matemáticas erradas, como sabemos”.

Às questões dos professores e da sua colocação também acresce, conforme referiu a deputada, o problema da falta de funcionários e da sua colocação nas escolas.

“Neste contexto, o início do ano letivo é cada vez mais complicado. E isto não é uma abstração: há cada vez mais crianças e jovens sem as aulas que deveriam ter e professores e funcionários que não estão a trabalhar e que precisam do seu trabalho e de quem nós precisamos”, avançou Catarina Martins, rematando que “esta situação ofende a vida concreta de alunos e professores”.

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