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Bloco defende aplicação de sanções económicas a Israel para forçar solução de dois estados

À saída de uma reunião com o embaixador da Palestina em Portugal, Catarina Martins defendeu a aplicação pela União Europeia de sanções económicas a Israel, nomeadamente a empresas instaladas em territórios palestinianos ocupados, que forcem uma solução política de dois estados, israelita e palestiniano.
Destroços de uma casa destruída pelos bombardeamentos israelitas na cidade Beit Hanoun no norte da Faixa de Gaza.

“Face ao banho de sangue que está a acontecer na Faixa de Gaza, o que se exige neste momento, desde logo à União Europeia, é que possa passar das palavras de solidariedade ou das palavras de preocupação para sanções económicas concretas, que possam forçar uma solução política que permita que existam dois estados, Palestina e Israel”, afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco foi hoje recebida na Embaixada da Palestina em Lisboa, pelo embaixador, Hiqmat Ajjuri.

“As palavras de solidariedade não chegam. Há neste momento um apelo a um cessar-fogo, esperemos que se concretize o mais rapidamente possível, mas é depois preciso ter as condições políticas para uma efetiva paz”, defendeu.

“Para isso, é preciso tomar decisões corajosas no nosso país e ao nível da União Europeia”, argumentou, lembrando o papel das sanções económicas à África do Sul no fim do regime de segregação social do ‘apartheid'.

O Bloco apresentou no parlamento uma “condenação forte aos ataques que Israel está a fazer à Palestina e está empenhado no Grupo Parlamentar Europeu GUE/NGL, como no grupo da Esquerda Europeia, em vozes consonantes internacionais e que possam dizer claramente que não estamos numa luta entre iguais ou numa guerra entre iguais”, disse.

“Estamos a falar de um território palestiniano que está ocupado por Israel e estamos a falar de um dos maiores exércitos do mundo que está a atacar um povo que nem sequer tem um exército”, declarou.

Em declarações à Agência Lusa, o embaixador Hiqmat Ajjuri manifestou o seu contentamento pela posição do Bloco.

“Fiquei muito feliz em ouvir dizer que as palavras não chegam, que é preciso passar aos atos. Israel está a comportar-se como um país acima da lei. Esperamos que o mundo exerça pressão a Israel para o obrigar a obedecer ao Direito Internacional e às resoluções das Nações Unidas”, disse.

O embaixador da Palestina em Lisboa disse que neste momento todo o “apoio moral” dos “amigos em Portugal” é bem-vindo e qualificou as palavras de Catarina Martins de “muito solidárias”.

“Estou certo que ela fará tudo à sua disposição para nos ajudar a alcançar uma solução justa”, disse.

"Ela compreende totalmente que não estamos num plano de igualdade, os palestinianos e os israelitas. Ela sabe que os israelitas estão a ocupar a Palestina e que não é ao contrário. Ela sabe que aquilo que Israel está a fazer desproporcionalmente relativamente aos palestinianos, não é de forma alguma aceitável", afirmou.

A aviação israelita retomou no início da tarde de hoje o bombardeamento da Faixa de Gaza após ter observado uma trégua de seis horas rejeitada pelo movimento palestiniano Hamas.

O governo israelita tinha informado que aceitava uma iniciativa de cessar-fogo proposta pelo Egito e que previa uma trégua a partir das 07:00 (hora de Lisboa), após uma semana de bombardeamentos em Gaza.

O Hamas, que controla o enclave palestiniano, rejeitou a iniciativa egípcia.

Os raides israelitas sobre o território palestiniano já provocaram perto de 200 mortos e 1.300 feridos em oito dias, na maioria civis.

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