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Comunistas gregos não vão em chinesices

O Partido Comunista Grego, vulgo KKE, entendeu denunciar a República Popular da China como país onde se desenvolve o capitalismo. Falta saber o que vai fazer o mais próximo aliado europeu do KKE.

O Partido Comunista Grego, vulgo KKE, entendeu denunciar a República Popular da China como país onde se desenvolve o capitalismo, prejudicando os trabalhadores, país recordista de multimilionários. Essa forte condenação, com cheiro a dissidência ou rearrumação do auto-nomeado movimento comunista internacional, deve-se a um comunicado conjunto do Partido Comunista da China e do Partido Socialista Grego (PASOK) no poder.

O PCC elogia o PASOK e reafirma o seu caminho comum com o partido da austeridade no governo grego, o governo recordista europeu a apanhar greves gerais. A prova do crime: a China compra dívida soberana grega e entra na compra do porto do Pireu. Quando a China passou a ser vista como parte do inimigo dos trabalhadores helénicos, os símbolos do sectarismo partidário mais arreigado atiram a China borda fora. Isso diz muito sobre o pragmatismo e a "conveniência" dos princípios.

O KKE estende a sua denúncia a uma posição comum de cooperação estabelecida entre a Internacional Socialista, presidida pelo 1º ministro grego Georgios Papandreou, e o Partido Comunista da China. Sobre a China, um combinado de capitalismo selvagem e ditadura militar do partido único, já muito se sabe. São mais recentes as suas manobras de "détente" com os EUA, jogando como super-potência contra os povos.

Falta saber o que vai fazer o mais próximo aliado europeu do KKE: refiro-me ao Partido Comunista Português. Será que se a China comprar dívida pública nacional e entrar na propriedade do porto de Sines, como pretende, o PCP vai seguir as pegadas dos seus camaradas gregos?

Francisco Lopes em entrevista ao jornal I de 22/10/2010 desejava que a China não "evoluísse para o capitalismo". Pois, há mais quem se vá ver grego...

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda, professor.
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