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Carnaval: país prepara-se para desobedecer ao Governo
Em janeiro de 2012, o executivo de Passos Coelho e Paulo Portas decidiu suspender a tradicional tolerância de ponto concedida no Carnaval, até ao término do programa da troika. Nesse mesmo ano, 106 câmaras, num total de 308, decidiram desobedecer à orientação de S.Bento e mantiveram o feriado.
Porém, foi no ano transato que a contestação à medida ganhou maior repercussão. Quase dois terços das câmaras municipais do país, grande parte das quais governadas à época pelo PSD, desrespeitaram a decisão do Governo e deram o dia aos seus funcionários. De acordo com a informação recolhida na altura pela agência Lusa, em 196 municípios o Carnaval continuou a merecer a tolerância de ponto. Idêntica decisão foi seguida pelos Governos regionais dos Açores e da Madeira. Em muitas empresas privadas, nos CTT e na Caixa Geral de Depósitos a decisão foi semelhante, em muitos dos casos, seguindo o acordado em sede de contratação coletiva.
“Inúmeras empresas, centenas e centenas de autarquias decidiram fazer a tolerância de ponto. A evocação da crise pelo Governo não tem qualquer sentido porque todos sabemos que estes dias de Carnaval são, para muitas economias locais, em muitos concelhos, fator de incentivo e dinamização dessas mesmas economias”, defendeu na altura a deputada bloquista Mariana Aiveca.
Na passada quinta-feira, o ministro da Presidência e Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, confirmou que o Governo mantém para este ano o princípio de não conceder tolerância de ponto no Carnaval.
“Não há nenhuma alteração relativamente à posição que o governo deixou claro já vai para dois anos”, declarou Marques Guedes, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros.
No entanto, tudo aponta que o país volte a mostrar o cartão vermelho ao Governo e volte a sair à rua para celebrar o Carnaval. Os governos regionais dos Açores e da Madeira já comunicaram a manutenção do feriado no dia de Carnaval, o mesmo já fizeram diversas autarquias: Almeida, Alpiarça, Alvaiázere, Beja, Belmonte, Braga, Cadaval, Celorico da Beira, Coimbra, Covilhã, Évora, Faro, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Gaia, Gouveia, Guarda, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Manteigas, Nazaré, Ovar, Peniche, Portalegre, Sabugal, Seia, Torres Vedras, Trancoso, Vila Real, Fornos de Algodres, Meda, Pinhel, Porto, Viseu.
Tudo indica que muitos mais municípios sigam o exemplo e anunciem nos próximos dias tolerância de ponto para o dia 3 de março.
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Os compromissos assumidos por
Os compromissos assumidos por esta maioria e o executivo que a sustenta,perante entidades como o BCE,a CE e o FMI,foram estabelecidos sem qualquer consideração por manifestações colectivas, de carácter popular,como os festejos e desfiles de Carnaval,ou por datas que representam simbolos da memória colectiva ,como a data da Restauração da independência,em 1 de Dezembro.Esta atitude e a prática que já foi anunciada para 2014,representam antes de mais,a recusa e a negação de tudo quanto constitua manifestação colectiva de iniciativa popular,por oposição ao primado do indivíduo,entidade abstracta no pensamento dominante da maioria,que legitima todas as medidas que,de forma diligente e esforçada está convicto de ter vindo a promover em seu benefício.Mas o desencanto com a falsa bondade das medidas e a oposição à supressão de tudo que constitua expressão da vontade popular está patente na recusa dos executivos camarários em acatar a medida do governo e como não há oposição que não contenha repúdio e recusa,outras manifestações se deverão seguir.
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