You are here
Estudantes organizam vigília pelo princípio do fim das praxes académicas
Citando artigos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a convocatória da iniciativa, publicada no facebook, frisa que “sob a máscara de uma falsamente ingénua sociabilidade, as praxes ensinam-nos – ‘a nós, caloiros, cordeirinhos amestrados’ – a ter respeitinho pelos veteranos. É um rito de iniciação primitivo, que sob a máscara da brincadeira inocente promove a humilhação do cidadão”.
“A universidade portuguesa tem a obrigação cívica, ética, moral, de lutar de forma intransigente pelos Direitos do Homem. Neste século XXI, numa ‘res publica’ que se quer verdadeira e democrática, as instituições de saber e conhecimento não podem jamais tolerar a prática de uma pseudo-tradição de raiz sociologicamente feudal, em que se consagra uma hierarquização de relações essencialmente despótica”, lê-se ainda no documento.
Para os promotores da iniciativa, consentir a praxe “é aprovar o princípio da desigualdade” e “legitimar o abuso de poder”.
Petição “Pelo fim das praxes académicas”
Na página do Movimento Estudantil Anti Praxe Académica é divulgada, a par da iniciativa agendada para o próximo sábado, a petição pública “Pelo Fim das Praxes Académicos”.
Lembrando que as “praxes têm-se tornado uma espécie de bullying consentido por toda a sociedade, tendo como finalidade única a humilhação de quem a elas se sujeita” e que “a praxe tem matado, violado, agredido e deixado marcas em muitos estudantes que desejavam apenas integrar-se no sistema universitário”, os peticionários frisam que “a integração na Universidade deve ser da responsabilidade do respetivo Reitor e não de uma comissão de praxe que não representa um movimento académico de respeito pelos congéneres”.
No documento é reivindicado o fim das praxes académicas; a punição civil e criminal a quem implementar qualquer espécie de praxe que não respeite o aluno enquanto ser humano; e a responsabilização dos órgãos competentes em cada universidade por todo e qualquer dano provocado por qualquer espécie de praxe.
Comments
Bom dia, sou militante do
Bom dia,
sou militante do Bloco de Esquerda, mas neste assunto não consigo concordar com o meu partido.
Enquanto ser humano adulto e maior de idade, desde que consentido, eu tenho o direito de ser praxado quando entro na Universidade se assim o quiser. Para que isso aconteça é necessário que as praxes académicas continuem a existir.
Concordo que as praxes sejam regulamentadas, mas não que os seus praticantes e participantes sejam perseguidos e criminalizados.
Claro que quem incorrer em práticas criminosas deve ser punido, acho que isso não está em questão.
O que me parece é que esperam que os alunos entrem para a Universidade como autómatos e não como jovens adultos com vontade de se divertir e criar laços de amizade duradouros.
Os meus melhores cumprimentos,
Armando
Subescrevo as palavras do
Subescrevo as palavras do Armando. Sou mâe e com muita renitencia e receio acompanhei as praxes do meu filho. Sem duvida, é necessário regras, mas depois do que vi e observei realmente as praxes são algo marcante no estudante, dos que querem claro...Vi a camaradagem e cumplicidade que se formou entre eles. Claro que haja regras porque sem duvida, infelizmente há abusos. Também sou simpatizante do BE e neste caso discordo completamente da sua posição e como eu, sei que muitos estudantes. Infelizmente ao ser tão radical, penso que o BE, mais uma vez está a dar um tiro no pé. Tenho muita pena.
Add new comment