You are here

Estudantes organizam vigília pelo princípio do fim das praxes académicas

A iniciativa terá lugar este sábado, dia 22, na Universidade Lusófona, no Campo Grande, em Lisboa, pelas 18h. “As instituições de saber e conhecimento não podem jamais tolerar a prática de uma pseudo-tradição de raiz sociologicamente feudal, em que se consagra uma hierarquização de relações essencialmente despótica”, frisam os estudantes.

Citando artigos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a convocatória da iniciativa, publicada no facebook, frisa que “sob a máscara de uma falsamente ingénua sociabilidade, as praxes ensinam-nos – ‘a nós, caloiros, cordeirinhos amestrados’ – a ter respeitinho pelos veteranos. É um rito de iniciação primitivo, que sob a máscara da brincadeira inocente promove a humilhação do cidadão”.

“A universidade portuguesa tem a obrigação cívica, ética, moral, de lutar de forma intransigente pelos Direitos do Homem. Neste século XXI, numa ‘res publica’ que se quer verdadeira e democrática, as instituições de saber e conhecimento não podem jamais tolerar a prática de uma pseudo-tradição de raiz sociologicamente feudal, em que se consagra uma hierarquização de relações essencialmente despótica”, lê-se ainda no documento.

Para os promotores da iniciativa, consentir a praxe “é aprovar o princípio da desigualdade” e “legitimar o abuso de poder”.

Petição “Pelo fim das praxes académicas”

Na página do Movimento Estudantil Anti Praxe Académica é divulgada, a par da iniciativa agendada para o próximo sábado, a petição pública “Pelo Fim das Praxes Académicos”.

Lembrando que as “praxes têm-se tornado uma espécie de bullying consentido por toda a sociedade, tendo como finalidade única a humilhação de quem a elas se sujeita” e que “a praxe tem matado, violado, agredido e deixado marcas em muitos estudantes que desejavam apenas integrar-se no sistema universitário”, os peticionários frisam que “a integração na Universidade deve ser da responsabilidade do respetivo Reitor e não de uma comissão de praxe que não representa um movimento académico de respeito pelos congéneres”.

No documento é reivindicado o fim das praxes académicas; a punição civil e criminal a quem implementar qualquer espécie de praxe que não respeite o aluno enquanto ser humano; e a responsabilização dos órgãos competentes em cada universidade por todo e qualquer dano provocado por qualquer espécie de praxe.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Sociedade
Comentários (2)