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“Cavaco e Sócrates querem que toda a gente tenha o salário cortado”

A propósito da compensação dos cortes salariais dos funcionários públicos nos Açores, Francisco Louçã criticou Cavaco Silva e Sócrates que acham que “toda a gente tem que ter o salário cortado”.
Foto de Paulete Matos (arquivo)

“Há certamente alguma chuva na Madeira, mas já ouviram dizer que há uma borrasca nos Açores, porque dizem-nos agora Cavaco Silva e tantos outros que não se pode aceitar que alguns, poucos trabalhadores, não tenham o seu salário cortado. Vejam bem o que quer Cavaco Silva e José Sócrates: toda a gente tem que ter o salário cortado”, declarou Francisco Louçã na Madeira.

O coordenador da comissão política do Bloco participou num jantar-comício na Madeira, em que interveio também o coordenador do Bloco na Região, Roberto Almada.

Francisco Louçã mostrou a hipocrisia dos governantes que exigem sacrifícios do salário, emprego, saúde, segurança social de todos os portugueses, mas o mesmo não acontece com as mais valias e dividendos. “Olhem bem como há tanta gente poderosa, que manda neste país que não tem de fazer nenhum sacrifício”, referiu.

O dirigente do Bloco recordou também que “o Governo prometeu que todos pagariam por igual e que era imoral haver empresas que não pagassem impostos sobre os dividendos e as mais valias”, para concluir: “mais depressa se apanha um imoral que um mentiroso”, porque em mais valias e dividendos que não pagaram imposto “ficaram a dever aos portugueses o equivalente a 300 mil anos de uma pensão média de um português reformado”.

Francisco Louçã mencionou ainda uma notícia sobre uma empresa do “offshore” financeiro da Madeira que também “não pagou impostos e com o valor que deve aos portugueses pagava 75 mil anos de salário médio de um trabalhador português”.

Louçã referiu-se também ao “telegrama secreto da Embaixada Americana [de Lisboa] para a Casa Branca que dizia existir em Portugal uma força que assusta, o Bloco de Esquerda” (Leia a propósito a notícia do esquerda.net Voos da CIA: Wikileaks mostra que Bloco tinha razão).

O coordenador da comissão política do Bloco apontou, por fim, que o compromisso do partido na região é reforçar a sua presença no parlamento madeirense, porque “se um deputado já traz à Madeira tanta força do Bloco de Esquerda, um grupo parlamentar, um movimento popular, uma rede de solidariedade, uma esquerda combativa será o princípio do fim de Alberto João Jardim”.

Na intervenção inicial, Roberto Almada afirmou “não nos calaremos e não ficaremos quietos” perante o “assalto do século ao bolso dos trabalhadores”. O dirigente do Bloco Madeira disse ainda que os deputados do PSD Madeira na Assembleia da República “fizeram aquele golpe de teatro de votarem contra o OE 2011” não “por estarem contra o pacote de austeridade e contra o roubo dos direitos sociais”, mas apenas “porque não obtiveram da parte do Governo da República a garantia da continuação dos benefícios fiscais no offshore da Madeira”.

Roberto Almada afirmou ainda que o Bloco de Esquerda não está contra a zona franca industrial, mas contra a zona franca financeira, que têm “escritórios virtuais e fictícios”, mas nem uma pessoa para atender telefones.

Para Roberto Almada o ano de 2011 vai ser uma ano difícil e de sacrifícios, mas pode também ser um “ano de esperança” que o povo da Madeira nas eleições regionais “ajude a reforçar esta esquerda socialista que é o Bloco de Esquerda”.

Aceda às intervenções de Roberto Almada e Francisco Louçã em audio

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