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Governo britânico privatiza correios

O governo britânico confirmou, nesta quinta-feira, a privatização da histórica e simbólica Royal Mail, a empresa de correios britânica que nem Margareth Thatcher privatizou. 96% dos trabalhadores da empresa estão contra a decisão governamental e os sindicatos preparam greves.
Foto de Monica Arellano-Ongpin/flickr

Em comunicado enviado à Bolsa de Londres, o conservador Governo de Cameron anuncia que a Royal Mail será privatizada em bolsa nas próximas semanas. Será vendida uma parte maioritária da empresa.

A privatização da Royal Mail é possível, pela aprovação em 2011 da lei de Serviços Postais, que abriu as portas à privatização da empresa britânica de correios.

No Reino Unido, a Royal Mail é uma empresa e um serviço de grande peso histórico e elevada carga simbólica, que nem Margareth Thatcher privatizou, tendo dito nos anos 80 que não estava preparada para “ter a cabeça da Rainha privatizada”.

O sindicato dos trabalhadores das comunicações (CWU) está contra a privatização e prepara formas de luta contra a medida. O ministro do Comércio britânico, Vince Cable, admite que possa haver uma onda de greve na empresa contra a sua privatização.

O secretário-geral do CWU, Dave Ward, declarou. “Vamos continuar a lutar contra esta privatização e as potenciais consequências da venda sobre os empregos”. Ao The Guardian, uma fonte sindical revelou que as greves serão planificadas para causar a “máxima perturbação” e provocar “uma semana de caos nacional”.

Na internet foi lançada uma campanha contra a privatização (Save our Royal Mail) e foi posta online uma petição que recolheu mais de 160.000 assinaturas e foi enviada no início de setembro ao primeiro-ministro britânico. O diretor desta campanha, Mario Dunn, diz: “As pessoas idosas, os habitantes das zonas rurais e as pequenas empresas vão ser particularmente penalizados pelas inevitáveis subidas de preço das tarifas e pela supressão de serviços que se seguirá”.

Segundo uma sondagem YouGov para o jornal Sunday Times, 70% das pessoas que vivem no Reino Unido opõem-se à privatização.

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