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Despedimentos colectivos: brutalidade social

Governo demonstrou uma inaceitável irresponsabilidade e falta de sensibilidade social, deixando claro o falhanço das previsões quanto à taxa de desemprego prevista no OE.

São os despedimentos colectivos que ocorreram em cinco empresas abrangendo mais de setecentos e cinquenta trabalhadores/as, em contraponto com a antecipação do pagamento extraordinário dos dividendos da PT aos seus accionistas sem o respectivo pagamento de 70 milhões de euros de impostos, que marcam esta semana parlamentar.

Trabalhadores/as da Groundforce, Páginas Amarelas, Valsan, Selenis e Maconde foram confrontados com a brutalidade, alguns deles por e-mail, que iriam engrossar o número de desempregados/as.

O despedimento na Groundforce assumem particular relevo, dado tratar-se de uma empresa da TAP de capitais públicos que, por um lado, despede trabalhadores efectivos ao mesmo tempo que usa e abusa do trabalho temporário. Por outro lado, tal desmembramento insere-se no plano de privatização da TAP.

Paralelamente, o governo despede 22 enfermeiros no Algarve e no jornal Expresso também se preparam despedimentos.

A resposta do governo, e particularmente da Ministra do Trabalho e do Ministro dos Transportes, demonstra uma inaceitável irresponsabilidade e falta de sensibilidade social, e deixa claro o falhanço das previsões quanto à taxa de desemprego prevista no OE (10,8%).

O Bloco de Esquerda apoiou activamente os trabalhadores da Groundforce e das Páginas Amarelas, estando presente nas manifestações que tiveram lugar no Algarve e junto à AR, colocou directamente questões na audição da Ministra do Trabalho e dirigiu por escrito perguntas ao governo sobre todas estas empresas, exigindo intervenção e tomada de medidas.

Na sexta-feira, o Bloco de Esquerda, pela voz do líder parlamentar, apresentou as cinco principais medidas alternativas a este OE, medidas que permitiriam uma poupança anual de mais de 8 mil milhões de euros e ainda uma redução nos juros da dívida pública a 10 anos entre os 6 e 9 mil milhões de euros.

Essas medidas são: “ Tributação das mais-valias urbanísticas; cortes em grandes agregados como consultorias; adopção do software livre; política de medicamentos; poupança fiscal justa, designadamente com a anulação de taxas liberatórias e outras práticas semelhantes; o fim de privilégios fiscais para as SGPS; imposto único sobre o património.

Apresentadas foram também propostas de um plano ferroviário nacional, de um banco de terras e, de um programa de instalação de painéis fotovoltaicos, medidas que têm como objectivo contribuir para a diminuição do endividamento externo do país, nos terrenos financeiro, agrícola e energético.

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda, funcionária pública.
Termos relacionados Política, semana parlamentar
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