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Cavaco anuncia a Pax Troika
Ao invés de convocar eleições, permitindo que o sufrágio popular retirasse do poder este governo cadáver, Cavaco anunciou um novo ciclo político que será promovido por ele mesmo: a Pax Troika.
Sobre a podridão do atual governo o Presidente não disse uma palavra, dedicando-se à chantagem contra eleições neste momento. A democracia teria que ser suspensa por falta de condições. No seu lugar, o Presidente quer colocar os partidos que assinaram o memorando em 2011 para, bem amarrados uns aos outros, assegurarem a vitória da austeridade em eleições antecipadas para Junho de 2014.
A falta de comparência do Partido Socialista ao seu plano, a confirmar-se, deixa nos braços de Cavaco o cadáver do atual governo, que nem a benção da troika pode ressuscitar. E não se vê caminho para a misteriosa "solução jurídico-constitucional" alternativa - um governo de iniciativa presidencial... reduzido ao apoio da direita.
Na última semana, quando Portas foi impedido de sair, ficou ainda mais claro que são os credores que mandam no governo. Mas Cavaco sabe o que isso vai significar para o povo nos próximos meses e anos e quer ficar na foto como o pai de um "compromisso de salvação nacional" para o qual faltam os protagonistas e a "salvação nacional".
Na Era dos Credores - como lhe chamava Miguel Portas - os governos da troika não chegam, é preciso uma suspensão da democracia: a Pax Troika. Mas a Pax Troika é um fracasso e a sua inviabilidade mostra o esgotamento de todas as soluções vindas de quem nos trouxe até aqui.
É esse esgotamento que aponta a urgência de um governo de esquerda, feito de mulheres e homens que acreditam na democracia e não em tecnocratas, prontos para romper com a troika e não aceitar o segundo memorando - chame-se ele memorando ou programa cautelar, seja com ou sem o FMI. Só esse governo de esquerda pode encontrar a plataforma política para anular a dívida abusiva e impagável que está a destruir a economia, o emprego e o Estado Social. É em torno desse projeto de emancipação do país e transformação social que a resistência à devastação pode ter uma estratégia vencedora.
Comments
...o meu problema é que
...o meu problema é que também não acredito nessa solução que propõe...estamos num beco sem saída....
há sempre saídas. O problema
há sempre saídas. O problema é que as pessoas não acreditam nelas...E os partidos que as defendem, como o PC ou o BE, gastam tempo a mais a pedir eleições e tempo a menos a preparar as soluções e expô-las de um modo que convença os eleitores.
Os partidos que têm estado no poder nos últimos 25 anos, fora diferenças na maquilhagem, vão manter esta política mediocre e resignada de terra queimada que destrói o que restava da nossa soberania, em troca da manutenção do status quo, e da possibilidade de um crescimento anémico a médio prazo, em benefício de uma minoria.
Há caminhos melhores, mas implicam afrontar os "powers that be", e as pessoas sabem disso e temem a reacção.
Os "socialistas" vão aceitar
Os "socialistas" vão aceitar negociar a manutenção do governo. Os patrões mandam ter o povo a distância. E depois de 1 ano Cavaco les oferece o governo. Immaginem. Voltamos aos negocios.
É bom que fiquem os 3 partidos do "arco da governação" juntos. São eles no seu conjunto os responsáveis pela destruição deste pais.
Tem muita razão o comentarista. Temos que fazer como os argentinos. Mandar embora qualquer troika. Denunciar a dívida nos seus termos actuais. E decidir como pais, a maneira que vamos pagar, aquilo que estrictamente corresponda pagar.
Não temos outra hipótese. Caso contrário, com empréstimos de juros mais elevados que o crescimento da economia, ficaremos adm eternum a ter troika após troika. Para alegria dos banqueiros, os donos da bola.
Portugueses, chegou a hora do assalto ao Palacio de Inverno. O contrário é a morte do pais, dos nossos filhos, do seu futuro. É agora o nunca.
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