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“Paulo Portas lançou OPA hostil sobre a coligação”

Reagindo ao anúncio da remodelação do governo, onde Paulo Portas, depois da sua demissão “irrevogável”, se mantém com poderes alargados, João Semedo diz que “o problema que se põe agora é se é aceitável que o Presidente da República aceite um governo constituído por ministros troca-tintas, vira-casacas, que não têm palavra, e têm pouca vergonha na cara”.
Semedo: qual a confinaça em ministros troca-tintas?

“Acabámos de ouvir Pedro Passos Coelho a anunciar que vai recauchutar o seu governo e a anunciar que esse governo recauchutado vai continuar a política até aqui seguida, ou seja mais austeridade, mais uma vez resignação perante a dívida, perante o Memorando, perante a troika”, disse João Semedo.

“Portanto, aquilo que eu espero é que este governo vá continuar a gerar e a criar no país uma grande crise social e política, tal como aquela que esta crise revelou com toda a intensidade”.

“O problema que se põe agora é se é adequado e aceitável que o Presidente da República aceite um governo constituído por ministros troca-tintas, vira-casacas, que dizem uma coisa hoje para fazerem o seu contrário amanhã, ministros que não têm palavra, ministros que têm, aliás, pouca vergonha na cara”.

“Que estabilidade pode o país esperar de um governo em que os ministros mentem aos outros, outros enganam os primeiros, se atraiçoam, golpes e contragolpes, pequenas traições, isto faz parecer os senadores nos tempos do Império romano.”

“Julgo que mais austeridade é o que este governo tem para prometer, mais recessão, mais desemprego. Com isso não só o país não sairá da crise como também não haverá estabilidade política e social em Portugal. Nós acabamos de assistir a Pedro Passos Coelho resignado perante a OPA hostil que Paulo Portas lançou sobre a coligação”, concluiu João Semedo, que insistiu que “Paulo Portas tem sido e vai continuar a ser cúmplice desta política de austeridade”.

A OPA de Paulo Portas sobre a coligação

No final da tarde deste sábado, depois de uma maratona de dias de reuniões entre os dois partidos e com Cavaco Silva, Passos Coelho anunciou ao país a “fórmula” que permitira sair da crise de governo que os próprios partidos da coligação criaram depois da demissão “irrevogável” de Paulo Portas do governo. Assim, Paulo Portas mantém-se no governo como vice-primeiro-ministro, com a responsabilidade da coordenação da área económica do governo e das relações com a troika. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, responsável por contratos financeiros ruinoso e que Paulo Portas não aceitaria, mantém-se no governo que deve ter um novo ministro da Economia e ainda outras alterações não anunciadas.

Os dois partidos prtendem também apresentar listas únicas às eleições para o Parlamento Europeu.

Agora, cabe a Cavaco Silva decidir se aceita ou não esta solução.

ESQUERDA.NET | João Semedo | "Paulo Portas é cúmplice da austeridade"

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