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Governo quer extinguir Teatro Nacional São João
A proposta de Orçamento do Estado para 2011 prevê a extinção do Teatro Nacional São João (TNSJ) e a sua fusão na estrutura da OPART.
O TNSJ é, actualmente, a única estrutura de criação e produção descentralizada do Ministério da Cultura, considerada publicamente como um pilar essencial da vida cultural na cidade do Porto.
O Bloco de Esquerda já perguntou ao Ministério da Cultura (MC) se este estudou “o impacto da extinção do TNSJ no tecido cultural, na cidade do Porto e no país” pois quer saber quanto prevê o Governo poupar com a extinção e fusão do teatro e qual o seu impacto no equilíbrio das contas públicas.
A deputada Catarina Martins também questionou o MC no sentido de saber se para a tomada desta decisão foram ouvidos o Conselho de Administração e a Comissão de Trabalhadores do TNSJ, bem como os agentes culturais da cidade ou outras entidades directamente afectadas por esta decisão.
Catarina Martins refere que o TNSJ programa três instituições culturais – o Teatro Nacional São João, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória –, mantém um centro de documentação de grande relevância e “é o único parceiro institucional estável das estruturas independentes de teatro e dança na cidade”.
Além disso a deputada do Bloco lembra que esta é uma das entidades com orçamento mais baixo no sector cultural pois o financiamento do Estado ao TNSJ é cerca de metade do atribuído à Casa da Música e é bastante inferior ao do Teatro Nacional D. Maria II.
“A fusão do Teatro Nacional São João na estrutura da OPART é portanto um gesto incompreensível e que causará danos profundos e irreparáveis na vida cultural da cidade”, defende Catarina Martins que considera que não ter qualquer sentido um Teatro Nacional, no Porto, ser gerido a partir de Lisboa.
“E menos sentido tem ainda que uma estrutura operante, sem défice financeiro ou problemas laborais relevantes, seja afogada numa estrutura gigante, muito deficitária e com problemas gravíssimos do ponto de vista laboral”, acrescenta.
Para o Bloco, com a decisão de extinção do TNSJ o MC “dá a mão ao executivo de Rui Rio”. Na pergunta dirigida ao MC, Catarina Martins acusa a gestão camarária de Rio de ser a que mais tem desinvestido na política cultural na cidade, “privando o Porto e os seus agentes culturais do único instrumento de afirmação e promoção da sua capacidade de criação artística”.
Comments
Esta notícia é muito
Esta notícia é muito enganadora. Fusão com a Opart, não significa extinção, mas sim juntar os teatros nacionais tipo são carlos, a companhia nacional de bailado, não sei se também o maria II etc. Se calhar para a ópera poderá até vir a ser positivo (já que quase não existe no Porto...) e não sei se é benéfico ou não ser dirigido a partir de Lisboa, sei que se calhar pode melhorar em termos de intercâmbios teatrais e trazer muitos outros benefícios que à primeira vista ninguém pensa. Como por exemplo rotatividade de actores e encenadores, em vez de serem sempre os do Porto no Porto e os de Lisboa em Lisboa, vamos passar a ter uma abertura cultural maior. Pensem nisso!
Discordo em absoluto da
Discordo em absoluto da deputada Catarina Martins e é pura demagogia falar de extinção do TNSJ quando o que está em causa é uma mudança ao nível da gestão. Tão pouco concordo com a inclusão na OPART, que é outro lobby; mas acontece que a actual gestão do TNSJ, não obstante ser uma estrutura importante (a única) de apoio aos grupos e grupelhos de teatro pseudo-independente do Porto, é na verdade e em si mesma um outro lobby, liderado por Ricardo Pais, à volta de quem subsistem os seus acólitos criadores (actores, sempre os mesmos, encenadores [poucos, para além dele, carinhas e cardoso] cenógrafos [os sais e pimentas de sempre] e pouco mais, servindo-se da estrutura de produção do TNSJ e ajudando os tais grupinhos com esmolas para que apresentem o seu teatrinho e o TNSJ se afirme como benemérito [dominante absoluto] do teatro portuense).
Joaquim Dantas.
A limpeza precisa ser geral,
A limpeza precisa ser geral, a começar pelo TDMII [lobby Silva Melo - Dioguinho Infante], o S. Carlos [lobby Salavisa-Canavilhas), passando depois à autonomização do Carlos Alberto [porque é que o CA não assume o papel do antigo Rivoli??], Mosteiro S. Bento [como centro de investigação em artes performativas e acolhimento de alternativos] e TNSJ [uma companhia e uma sala de apresentação do que de melhor se faz e não de yes-boys de 19 anos...]. E os grupinhos do Porto? Que trabalhem, como os de Londres, Paris, Barcelona...
Joaquim Dantas.
Por isso, e sendo da opinião
Por isso, e sendo da opinião que a gestão Rio é um mal que virá por bem (cruxifiquem-me...) pois obrigará a uma certa reestruturação e progresso de toda a classe artística do porto, há muito com os olhos enfiados no próprio rabo, vejo o Bloco de Esquerda prestar-se a um papel lastimável, arvorando-se como único defensor dos direitos dos trabalhadores do espectáculo, sob uma capa de inverdades, axiomas, presunção q.b. (típica do «intelectualismo esquerdóide») e com as soluções milagrosas todas debaixo do braço, como se ser deputado precoce fosse sinónimo de sobredotação, perdendo-se em questões como esta, fazendo disso bandeira gloriosa, que reinará como tema de conversa nos copos do bairro alto e da nova baixa do Porto sem nada adiantar para quem trabalha nas artes performativas em Portugal... As dificuldades do sector vão muito para além das políticas e das cadeirinhas douradas da AR. Sra. Deputada Catarina Martins: seja humilde. E trabalhe...
Joaquim Dantas
Uma última nota: já que "os
Uma última nota: já que "os comentários foram colocados na fila de selecção e serão publicados depois de aprovados"... não se esqueçam de fazer uma boa censura, inteligente, moderna, de esquerda, sem censura, que se traduza apenas numa impossibilidade de publicação baseada na salvaguarda da coerência do próprio autor dos comentários, que insiste em ver as coisas de uma forma deturpada e que não corresponde ao ponto de vista inovador que o Bloco tem do problema. À boa e saudosa maneira estalinista! Beijinhos...
Olá, concordo em muito do que
Olá,
concordo em muito do que escreveu a Marta Marques, se não existir uma mudança, vamos continuar no caminho quase da extinção, existindo um intercâmbio não só de ideias, como eventos, teatro, e actores acredito que o caminho será de um sucesso superior ao existente hoje!
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