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A resposta popular é Greve Geral em 27 de junho

A Greve Geral de 27 de Junho em Portugal é contra um governo em fim de linha a que falta legitimidade política e não tem mandato para esta devastação austeritária.

Numa altura em que Passos Coelho, logo acompanhado em coro por uma série de energúmenos, fala em alterar a lei da greve, a melhor resposta que os trabalhadores e o povo podem dar é exercer o seu direito fazendo a Greve Geral de 27 de Junho em defesa das suas condições de vida e trabalho, defendendo o direito à Greve que em Portugal tanto custou a alcançar e que após o 25 de Abril foi consagrado na Constituição da República aprovada no dia 2 de Abril de 1976.

A luta dos professores foi um grande sinal de unidade em defesa do Estado Social e do direito à greve. O governo sofreu uma derrota.

A Greve Geral é resposta forte e convergente da resistência cidadã às políticas de austeridade que após dois anos da assinatura do memorando com a troika devastou económica e socialmente o País e as pessoas.

A situação financeira degrada-se de dia para dia, o défice não diminui e a dívida está sempre a crescer e ultrapassa já os 127% do PIB, esta é a realidade que o “Excel” e a “chuva do Gaspar” não conseguem desmentir. A dívida é impagável. O governo de Passos & Portas submete o País aos ditames do capital financeiro que torna impossível gerar riqueza e criar de emprego.

A violência do desemprego atinge já um milhão e meio de homens e mulheres e tal como na altura da guerra colonial, todas as famílias tinham um soldado na guerra, hoje todas têm um familiar que engrossa este enorme exército de desempregados. Esta é a velha fórmula do capital para fazer baixar brutalmente os custos do trabalho. É contra esta guerra social que é preciso dar combate e dizer basta à exploração e ao empobrecimento, por isso é preciso estarmos todos nesta Greve Geral.

A ofensiva é contra TODOS, sejam do Sector Privado; do Sector Empresarial do Estado (SEE); da Administração Pública Central, Regional e Local. O roubo dos salários e pensões, o desemprego, o aumento do horário de trabalho é a base da política anti- laboral deste (des) governo.

Acrescentam ainda o congelamento do salário mínimo nacional, novos cortes nas indemnizações e no subsídio de desemprego e doença, o bloqueamento da contratação coletiva, colocam em causa direitos consagrados nos acordos de empresa (AE`s), como a redução nos subsídios de refeição, valor do trabalho noturno e de turnos e como cereja no cimo do bolo, o maior despedimento coletivo de sempre na Administração Pública.

A Greve Geral é feita num momento crucial de resposta aos ataques destruidores do governo e crítico face às novas medidas, que com o início da oitava avaliação, a troika e o governo pela boca de Paulo Portas vai anunciar a demolição do Estado Social que querem pôr em marcha através de cortes de 4700 milhões de euros nos serviços públicos, saúde, educação e segurança social.

A população em geral vai sofrer com novas taxas e contribuições sobre pensões, reformas e aumento dos impostos (IVA e IMI) e dos preços de bens e serviços essenciais, como habitação, a eletricidade, o gás e a água. A Greve Geral é para TODOS.

27 de Junho 2013 é o dia da 10.ª Greve Geral convocada pela CGTP desde 1982, a 4.ª greve em convergência com a UGT o que neste momento importa valorizar como um elemento de unidade na ação e um caminho de luta e resistência contra a ofensiva austeritária do capital, da financiarização da economia, da desvolarição do trabalho e da democracia, no plano europeu e nacional.

Esta Greve Geral é pela dignidade e contra o retrocesso civilizacional que marca as políticas de austeridade impostas pela troika, governo e suportadas de muito bom agrado pelo Presidente da República. Exigimos a DEMISSÃO do governo e a marcação de eleições antecipadas que devolvam a palavra ao povo.

A Europa está sob um violento ataque do capital financeiro que se faz representar pela troika (FMI,BCE, CE). Sabemos que esta ofensiva aposta em vergar os povos, tornando-os escravos da dívida e da austeridade. Atravessa vários países e deve ser derrotada pela luta internacional. Este é também o caminho trilhado pela CES – Confederação Europeia de Sindicatos, que exige o fim da austeridade e convocou uma mobilização em todos os países europeus que ocorreu entre 7 e 15 de Junho 2013.

A Greve Geral de 14 Novembro 2012 foi até agora ímpar com dimensão Ibérica e Europeia, foi um ganho organizativo e um avanço social na luta de massas e trouxe-nos a responsabilidade de termos sempre presente a articulação da luta nacional com as lutas à escala europeia é neste sentido que o próximo Conselho Nacional da CGTP de 3 de Julho deve encarar a continuidade da luta em convergência, não só para a repetir mas para a alargar em força e mobilização, sobretudo nos países do Sul.

Em Portugal, como nos países do sul enfrentar a troika é enfrentar cara-a-cara os especuladores e os ideólogos da austeridade, recusando ingerências e pressões sobre a soberania dos povos e o próprio exercício da democracia política e social.

A Greve Geral de 27 de Junho em Portugal é contra um governo em fim de linha a que falta legitimidade política e não tem mandato para esta devastação austeritária. A exigência é: Governo RUA! Para que se abra espaço a uma saída política, evite o desastre económico e permita a recuperação da vida das pessoas sem a “canga” da troika.

A luta cidadã tem enchido as ruas e as praças do nosso País contra as medidas de austeridade, em 27 de Junho, dia da Greve Geral, estamos todos convocados para uma grande mobilização popular que faça ouvir bem alto a vontade dos que estão a ser vítimas do governo Passos & Portas.

Temos 10 milhões de razões para fazer e apoiar a Greve Geral!

Sobre o/a autor(a)

Sindicalista, ex- Conselheiro Nacional da CGTP
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