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Nova Lei das Sementes constitui um “ataque” aos agricultores e à “herança biocultural comum”
As 28 associações portuguesas, entre as quais se incluem a Quercus, o GAIA, o GEOTA ou a Confederação Nacional da Agricultura, instam o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a “rejeitar a atual proposta para um Regulamento sobre a Comercialização de Material de Propagação de Plantas, a ser votada pelos Comissários Europeus no próximo dia 6 de maio”, de forma a “salvaguardar a agro-biodiversidade, os direitos dos agricultores na Europa e países em desenvolvimento, a segurança alimentar global e o direito à escolha e à transparência dos consumidores”.
Na missiva remetida esta quinta feira a Durão Barroso, as organizações signatárias defendem que “o sistema de registo e certificação obrigatórios proposto no Regulamento agrava a perda de agro-biodiversidade que já se verificava com o anterior regime” e que “a obrigação de registar toda e qualquer variedade de planta de cultivo, mesmo as utilizadas em hortas familiares, por agricultores tradicionais ou em mercados locais, acarreta custos e processos administrativos proibitivos para a produção em pequena escala, discriminando severamente as sementes e material de propagação de plantas de polinização aberta, regionais e tradicionais, a favor das sementes industriais e dos operadores corporativos”.
Segundo adiantam as associações, a proposta em discussão, além de ser “considerada um ataque” aos agricultores e à “herança biocultural comum”, põe em causa “a maioria das dezenas de milhares de variedades locais de plantas de cultivo, seleccionadas e adaptadas por agricultores durante milénios”, existindo um risco de risco de inviabilizar “os sistemas informais de troca e venda de sementes que são a base da segurança alimentar, nomeadamente em países em desenvolvimento”.
Neste contexto, é solicitado no documento, nomeadamente, que as sementes de propagação livre e aquelas sobre as quais não recaem direitos de propriedade intelectual sejam excluídas deste novo regulamento e que a troca e cessão de sementes entre agricultores, pessoas individuais e organizações sem fins lucrativos não esteja abrangida por esta lei, que deve apenas ter em conta a comercialização deste material acima de uma determinada quantidade.
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cartaaberta_stop_lei_sementes.pdf | 209.9 KB |
Comments
É por estas e por outras que
É por estas e por outras que eu nunca quis sair do primeiro milénio. Incas e Aztecas. Ela só me lembra Verdades de Milénios Junto à Fonte.
Cá temos. mais uma vez,as
Cá temos. mais uma vez,as multinacionais (que, de fato, atualmente mandam na europa e no mundo) a "telecomandar" os políticos e a políticas desta europa apodrecida... Adivinhem quem vai ganhar com isto... não é preciso, é fácil e eu transcrevo:
-KWS AG (Germany)
-Bayer Crop Science (Germany)
-Syngenta (Switzerland)
-Groupe Limagrain (France)
-DLF-Trifolium (Denmark)
E,se estas não conseguirem "controlar o seu galinheiro", os pesos-pesados Monsanto e a DuPont (US) estão prontos a "abocanhar" o mercado...
Caro Eduardo Sarmento,
Caro Eduardo Sarmento, concordo integralmente consigo e com a sua lista, que poderia talvez ser um pouco mais longa
Food,Inc. na UE, já compramos
Food,Inc. na UE, já compramos chouriços embalados e pasmei quando vi azeitonas em vácuo.
É para isso que serve ser-se marrakech no derrièrre europeu, para termos uma classe política que come embevecida o que bruxelas vomita ou se lembra se de..Ceder ao lobi da Monsanto que já está presente em 18 países da UE.
Está tudo louco!?!?!?!
As sementes crescem nas plantas, os agricultores apanham-nas e voltam a semeá-las na época seguinte. Sempre foi assim desde a alvolrada dos tempos. Desde que o Homem domesticou as sementes, começou a precticar agricultura, sedentarizou e assim se estabeleceram as bases da civilização moderna na mesopotâmia.
Impor a compra de sementes, muitas delas OMGS (que supostamente deveriam servir para acabar com a fome no mundo pela resistência às pragas e maior produtividade, apenas têm gerado crescentes níveis de intolerancias alimentares) não só implicaría um retrocesso civilizacional como a perca da nossa soberania alimentar.
Onde anda a reforma agrária?!?!?
Estes dirigentes europeus não servem os interesses da Europa e estão a destruir o projecto europeu. Parece um muito mau filme de teoria da conspiração em que estamos invadidos pelos interesses coorporativos norte-americanos da finança, da banca de investimento, da indústria farmaceutica e afins.
Mas não é teoria da conspiração. Conhecemos o percursos de todos os Montis, Draguis, Shaubles, Durao, e Afins.
Bruxelas é um pântano de lóbis e corrupção e os fundos comunitários já vêm podres. QRENS, PINS, são biliões de euros que entraram no nosso país já podres de Bruxelas e por cá fizeram percusos igualmente ou ainda mais sujos.
O que muitas pessoas se esquecem é que por cada milhão de fundos comunitários, temos que nos endividar 200 000. O Povo chava-lhe amigos de Peniche, que parece que são os ingleses que estão mas não estão, mas também não deixam de estar na UE. Estão só para o que lhes convém
Anyhoo, ainda bem que já nada é como antes do 25 de Abril e que existe liberdade de expressão. Afinal os jornalistas já não são persseguidos por ministros ou dirigentes do estado pelas suas opiniões, nem se têm visto um sanear sistemático de profissionais do jornalismo dos seus locais de trabalho com notas de culpa e processos disciplinares na sequência dos seus trabalhos e reportagens incómodos ao poder político e económico.
Também, que diabo, já não são só um punhado de famílas que mandam neste País assim Mello ou Riccardi, Champalimaud, ou Espirito Santo ou Burnay, ah, sim continua tudo na mesma.
Mas pronto, agora a sociedade é mais igualitária um canudo já não faz um Dr., já um cartão da jota...
Carissimo(a)s a UE anda à deriva e Portugal (há muito que também) anda à deriva.
Portugal não necessita de timoneiros nem de D. Sebastião. Era bom que como Povo fossemos capazes de amadurecer ao ponto de precisar de um projecto de País e Estratégia a longo prazo, independendemente de quem lá esteja, para ter a coragem política de dizer em Portugal não compramos sementes.
É só a minha opinião e nela
É só a minha opinião e nela certamente haverá muitas falhas, não tenho grandes conhecimentos sobre este assunto de qualquer das formas tenho de escrever algumas palavras...
1º A nossa evolução quer queiram quer não está interligada a diversidade, diversidade esta que confere as plantas sempre propriedades diferentes (nutricionais, resistência a doenças, adaptabilidade a certos ambientes, entre outras...), e tem lógica que as mesmas plantas tenha material genético diversificado, pois os seres vivos mesmos da mesma espécie conseguem ser bem diferentes e disso advém termos necessidades diferentes. Pois bem, o que me dá entender desta lei é que querem a força toda uma estandardização das sementes, pois estas são trabalhadas em laboratório e geneticamente são todas iguais conferindo propriedades a planta muito idêntico.. a minha pergunta é a seguinte será satisfeita as necessidades da população?? visto a nossa evolução em milhares de anos ter sido feita com alimentos ricamente diversificados, no mesmo grão encontramos propriedades que não estão no outro e dessa forma termos sempre assegurado as nossas necessidades nutricionais.
2º Do que tenho pesquisado quando se compram sementes a essas empresas para alem de custo elevado, pronto tenho que ser sincero e de rendimento elevado (pelo menos no ano que são semeadas....) tem um subtil pormenor, é que propositadamente produzem sementes estéreis ou sementes que se cultivadas trazem rendimento inferiores as sementes tradicionais. Ora bem se não me permitem produzir sementes tradicionais que essas sim pode-se obter sementes não estéreis e as mesmas não duram para sempre e a única maneira de subsistirem é eu voltar a semeá-las e daí obter novas sementes que parte vão para alimentação e outras para uma nova plantação. se não me permitem isso como vou dar continuidade a este tipo de sementes?? Se a única forma de eu poder cultivar alimentos é eu comprar sementes a essas empresas, não estamos a dar um poder inimaginável sobre as nossas vidas ?? Porque se tudo falhar eu sempre posso ir para um pedaço de terreno e cultivar os meus alimentos...
Pah isto é simples com um português mais ou menos coerente deixei a minha opinião, muito sinceramente não me lembro de um atentado tão grande a nossa liberdade.
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