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Bloco acusa Passos Coelho de preparar onda de despedimentos na função pública

"O primeiro-ministro ameaça com uma onda despedimentos que aparece na carta [enviada à 'troika'] escondida sobre a forma eufemística de equivalência das condições do código laboral do privado e do setor público", afirmou neste sábado João Semedo. O coordenador do Bloco frisou que Passos Coelho quer “liberalizar” os despedimentos na função pública.
O coordenador do Bloco frisou que Passos Coelho quer “liberalizar” os despedimentos na função pública - Foto de Paulete Matos (arquivo)

Segundo a agência Lusa, o coordenador do Bloco de Esquerda sublinhou que a carta de Passos Coelho à troika tem implícita uma ameaça não só aos funcionários públicos, mas também aos reformados da função pública, aos doentes e desempregados.

João Semedo intervinha numa sessão pública “Em defesa do Hospital Público de Barcelos”, realizada em Barcelos, e em que participaram ainda Miguel Costa Gomes (presidente da Câmara Municipal de Barcelos), Jorge Almeida (médico, membro da direção do SMN e dirigente da FNAM), Teresa Geraldes Bastos (enfermeira do HSMM – Barcelos), Armando Caldas (médico do HSMM – Barcelos) e Pedro Vila Chã, jornalista do JN, que moderou o debate.

João Semedo disse ainda que a carta contém uma "grosseira mentira", ao atribuir ao chumbo do Tribunal Constitucional de quatro normas do Orçamento do Estado para 2013 a responsabilidade "por esta nova vaga de austeridade".

"A responsabilidade é exclusiva do primeiro-ministro e da sua sistemática política de austeridade, que está a dar cabo do país e do défice, provoca recessão e aumenta a despesa social mesmo quando o Governo a pretende cortar", apontou.

Para o Bloco de Esquerda, é "fundamental" conseguir, junto da troika, anular uma parte da dívida, baixando-a para valores que "seja possível pagar" e que libertem fundos públicos para investir na economia e no emprego.

Semedo sublinhou que o alargamento em sete anos do prazo para pagar o empréstimo significa que Portugal terá mais tempo para pagar, mas pagará mais juros. "Ou seja, o empréstimo da troika será para pagar mais devagar, mas sairá ainda mais caro em cerca de 6 mil milhões de euros ao erário público", alertou.

João Semedo reafirmou que o Bloco está disponível para um Governo de esquerda, que inclua todos os partidos que "estejam dispostos a virar a página do memorando".

"Recentemente, o PS cortou com o Governo e com Pedro Passos Coelho, mas não é claro que tenha cortado com o memorando e com a troika. Sem cortar, Portugal fica sempre refém desta austeridade que tem esmagado o orçamento das famílias, as empresas, a economia e o emprego", vincou o coordenador do Bloco.

A terminar, João Semedo disse que não aceita que o Governo "seja tutelado pela troika": "Uma coisa é ser financiado, outra é ser tutelado, queremos recuperar a soberania política do país", frisou.

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