E já faz três anos que o primeiro-ministro António Costa deixou a promessa de “erradicar o amianto, essa substância cancerígena, dos espaços públicos”.
O “novo” ministro Tiago Brandão Rodrigues parece crer convictamente no mito urbano de que se ignorarmos um problema com muita força ele eventualmente acabará por desaparecer.
Casos há em que as equipas de remoção de amianto são contratadas para retirar telhas e coberturas em fibrocimento e acabam por remover muitos outros materiais bem mais perigosos.
No que toca ao meio-ambiente, vivemos em Loures numa espécie de faroeste, onde impera a lei do mais forte, e ao elo mais fraco – as populações – cabe baixar a cabeça sem tugir nem mugir.
Os perigos do fibrocimento variam consoante o seu grau de degradação, mas a verdade é que a grande maioria das escolas de Loures está hoje deteriorada, em mau estado, gasta, velha, em péssimo estado de conservação.
Loures é hoje um concelho em “ponto-morto” e o grande perigo do “ponto-morto” é que ou a máquina para, quando perde a velocidade, ou descamba ribanceira abaixo.
Queremos mesmo dizer à próxima geração que tem de começar uma vida do zero já com uma dívida acumulada superior a 10 mil euros às costas? E que, com esse encargo mensal, ainda tem de pagar uma renda, comer, vestir-se e pagar os transportes todos os dias para o emprego?
Em 2019, o valor orçamentado para o Contrato Local de Segurança em Loures está reduzido a uns insignificantes 55 mil euros, tornando claro que nem o Governo central nem o executivo municipal consideram este projeto uma prioridade para os respetivos mandatos.
Na “nova economia” não há vencimentos fixos, horários, férias ou fins-de-semana. Trabalha-se sempre que há trabalho. Enquanto ainda há trabalho. Todos passamos a ser empresários de nós próprios.