Viseu: 1ª Marcha LGBTI pela liberdade no amor e autodeterminação de género

30 de September 2018 - 19:02

A 1ª Marcha pelos Direitos LGBTI+ em Viseu, que se realiza no domingo, dia 7 de outubro, a partir das 15h, já divulgou o seu manifesto e soma apoios de vários coletivos. Entretanto, a iniciativa tem sido alvo de uma campanha homofóbica anónima.

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“Pela liberdade no amor e autodeterminação de género” é o título do Manifesto da 1ª Marcha pelos Direitos LGBTI+ em Viseu – Já Marchavas.

No documento, os promotores da iniciativa referem que a “Já Marchavas nasceu em Maio de 2018 em Viseu reunindo sinergias diversas”, com “pessoas com diferentes histórias de vida, orientações sexuais, características sexuais, identidades e expressões de género”.

Fazendo referência às agressões homofóbicas que deram origem à concentração STOP Homofobia, em Viseu, em 2005, sublinham que “este ano marchamos pelo presente e futuro unindo a vontade de quem é proactivo na defesa de direitos básicos do ser humano, na tentativa de eliminar a violência e a exclusão”.

“Marchamos pela diversidade de ser e amar”, escrevem, realçando que “a sociedade cis-hetero-mono-normativa existente força a construção de uma identidade em vez de a representar”.

Os promotores da Marcha destacam ainda que a iniciativa visa pugnar por “mais educação sobre identidade de género, orientação sexual e direitos, no ensino formal e não formal, por entidades competentes e formadas na área a atuar principalmente nas áreas de educação, ação social, saúde, justiça e políticas públicas, mas também em qualquer empresa ou local de trabalho”.

“Em defesa de uma saúde igualitária, que permita a doação de sangue sem julgamento de orientação sexual, que permita o acesso a procedimentos de afirmação de género, o acesso a estratégias de prevenção como o PrEP, que trate a saúde e todas as questões médicas especificas da população LGBTI+ sem preconceitos e que respeite e proteja o corpo de cada um”, acrescentam.

Os ativistas reivindicam ainda “um sistema policial e judicial que nos proteja, que reconheça a existência de discriminação relativamente à população LGBTI+, que elimine estigmas e dogmas legislativos e reformule a Constituição permitindo aos cidadãos a igualdade. Nem menos nem mais, direitos iguais”.

Entre as várias organizações que já declararam o seu apoio à Marcha constam a Amnistia Internacional - Grupo de Viseu, AMPLOS (Porto), API - Ação Pela Igualdade, Bloco de Esquerda, Carregal Positivo, Catarse Movimento Social, CHECK!N, Coolabora, CRL - Intervenção Social, It Gets Better Portugal (Porto), Juventude Socialista (JS) - Concelhia e Federação Distrital, de Viseu, LGBTI Viseu, Marcha do Orgulho do Porto, Movimento LGBTI Bragança, Olho Vivo Viseu, Panteras Rosas, PATH - Plataforma Anti Transfobia e Homofobia – Coimbra, Pessoas Animais e Natureza (PAN) Viseu, Rede ex aequo, Somos Blergh, SOS Racismo, UMAR Viseu e Viseu Jovem Pela Igualdade.

A realização da Marcha causou, entretanto, incómodo em algum setor homofóbico da sociedade viseense, que se tem dado ao trabalho de colar folhas por cima dos cartazes da “Já Marchavas” onde se pode ler: “Viseu, a melhor cidade para viver (sem vocês)”.